domingo, 29 de setembro de 2013

Música para viver melhor!

Música para viver melhor!

para Karyni, Karolyni e Eduardo

Sou do tempo do disco de vinil – Long Play (LP). Uma época na qual a aquisição de um disco exigia aperto no orçamento. Recordo que aos sábados íamos à São Caetano, ABC paulista, em lojas tipo saldão que vendiam LPs a preços módicos. Às vezes, o gosto musical induzia ao sacrifício orçamentário para comprar o vinil novo. Forço a memória, mas não consigo lembrar o primeiro disco comprado. Também pudera! Estou nas raias do cinqüentenário e lá se foram os anos. Contudo, recordo do presente que ganhei: o LP duploBee Gees Greatest. Inesquecível! Foi a fase do sucesso, quase que uma febre, do Saturday Night Fever (Osembalos de sábado à noite) e Grease – nos tempos da brilhantina.
Já naquela época o meu gosto musical era democrático – ou, como se diz, eclético. Ouvia samba, música caipira, trilhas sonoras de novela, músicas românticas, rock nacional e internacional e o que tocava nas discotecas. Mas havia limites! Não gostava, por exemplo, de música clássica. Era quase que um preconceito. Quando, anos depois, ouvi Vivaldi, Beethoven, etc., me rendi. Já era o tempo do CD e, entre os primeiros que adquiri, um era a música de Antonio Vivaldi. Fiquei maravilhado com o som do CD.
Hoje, dezenas e centenas de CDs cabem num HD, no formato MP3. Fico admirado com as possibilidades do acesso a qualquer estilo musical. Gosto de experimentar, de ouvir o que não conheço! Nada se compara, porém, à experiência de ouvir música ao vivo. Fui a poucos shows. Certa vez, quando ainda cursava o secundário na Escola Estadual Mário Casassanta, bairro da Vila Alpina, zona leste de São Paulo, teve a apresentação de bandas de rock. Gostei daquela barulheira! Doutra feita, fui ao show do Chico Buarque; também assisti à apresentação do Língua de Trapo, Zé Geraldo, Geraldo Azevedo, etc.
Das minhas vivências musicais há três experiências marcantes: a apresentação da orquestra na Fundação Santo André (quando graduava em Ciências Sociais); da Karyni Da Vila e a irmã Karolyni Da Vila; e o show daOrquestra de Sopros de Paranavaí (PR), da qual participa o Eduardo Amaral.
Como é envolvente o som da orquestra! Fico admirado com a harmonia entre os diversos instrumentos, os músicos e as musicistas. É simplesmente maravilhoso ver e ouvir o som harmônico produzido por tamanha diversidade. Não é menos impactante o solo ou, como na apresentação da Karyni e Karolyni, a harmonia musical de dois instrumentos, a viola de arco e o violoncelo (o primeiro tocado pela Karyni; o segundo pela Karolyni). Elas se apresentaram aos calouros do curso de Ciências Sociais (DCS/UEM), no início deste semestre. Nada sei do que se passava nos corações e mentes dos futuros cientistas sociais presentes naquele dia, mas foi uma experiência de vida inesquecível. Agradeço a elas por aceitarem o convite.*
O passar do tempo contribui para o aprendizado e também para o refinamento do gosto musical – embora, diz o senso comum, gosto não se discute. Conheci o Blues, a história do Blues e, por este caminho cheguei ao Jazz e à História do Jazz. Hoje, adoro Blues e Jazz. Ouvir a Orquestra de Sopros de Paranavaí (PR)** foi a oportunidade de vivenciar ao vivo o som que aprendi a gostar apenas ouvindo CDs, MP3 e/ou assistindo documentários que encontrei na internet.
Nada se compara ao ver e ouvir in loco. O olhar se perde no admirar, a alma se enleva, o corpo reage à variação do tom e a música comanda os sentidos. Sentir a música, se envolver no ritmo dos instrumentos e se deixar levar pela atmosfera harmoniosamente criada. Viver a experiência como única e intransferível. Momentos como estes deixam marcas indeléveis na alma e fazem a vida valer a pena ser vivida! A música estimula a imaginação, revivifica as lembranças, mas também faz esquecer. Seja como for, faz bem ouvir música – especialmente, ao vivo!

* A Karyni estuda música na UEM; a Karolyni é graduanda em Filosofia. Elas participam da Orquestra Filarmônica do Cesumar. O vídeo tem a participação delas.
** O vídeo  foi gravado com câmara digital. É apenas uma mostra parcial do trabalho da Orquestra de Sopros de Paranavaí, para que o leitor conheça.

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