terça-feira, 29 de outubro de 2013

Base do governo quer adiar votação do Marco Civil da Internet

Base do governo quer adiar votação do Marco Civil da Internet 


Fernando Rodrigues


A votação do Marco Civil da Internet, agendada para amanhã (30.out.2013) na Câmara dos Deputados, deve ficar para a próxima semana. O adiamento foi proposto pelos partidos da base do governo, que avaliam não haver acordo suficiente para a votação. O projeto tramita há mais de 3 anos.
No lugar da votação, a base governista propõe realizar uma sessão ampliada amanhã, na qual deputados e especialistas debateriam, em plenário, o projeto do Marco Civil. O tema seria levado à votação somente na próxima semana.
O ponto mais controverso do projeto é a garantia da neutralidade de rede. Esse dispositivo garante que todos os pacotes de dados transmitidos pela internet sejam tratados da mesma maneira, sem distinção de velocidade.
O princípio é defendido por gigantes da internet, como Google e Facebook, e entidades da sociedade civil, mas encontra resistência nas empresas telefônicas. As teles querem ter o direito de cobrar tarifas diferentes de acordo com os dados que trafegam na rede – criar um pacote mais barato que permita somente o uso de e-mail e outro mais caro que libere o acesso ao Youtube, por exemplo.
Assista à entrevista do relator do projeto do Marco Civil, deputado Alessandro Molon, ao programa “Poder e Política” na qual ele explica sua proposta:


Hackers ‘ocupam’ Câmara para ampliar transparência de dados públicos

Hackers ‘ocupam’ Câmara para ampliar transparência de dados públicos 

Fernando Rodrigues

Bruno Lupion
A entrada principal da Câmara dos Deputados, conhecida por Salão Branco, foi tomada hoje (29.out.2013) por 36 programadores (33 homens e 3 mulheres) que desenvolverão aplicativos com o objetivo de ampliar a transparência das informações legislativas.
O evento, apelidado de maratona hacker (Hackaton), tem o apoio da Câmara, que custeou passagem e hospedagem e disponibilizou técnicos legislativos para auxiliar os programadores a acessarem os dados produzidos pela Casa. A maratona termina na 6ª feira (1º.nov.2013).
Os hackers foram selecionados por uma comissão multidisciplinar, de acordo com osprojetos propostos.
Os 3 melhores aplicativos serão premiados com R$ 5 mil cada. Leia abaixo alguns dos projetos que devem ser desenvolvidos no Hackaton:
- aplicativo para celular que permite acompanhar assiduidade, projetos propostos e doações eleitorais recebidas de cada deputado.
- site para visualizar graficamente as semelhanças e diferenças entre deputados, com base em seus projetos de lei e votos.
- programa para imprimir extrato dos deputados e tramitações de projetos de lei em uma impressora de notas fiscais.
- aplicativo para analisar os discursos de deputados, registrados nas notas taquigráficas, e agrupá-los por relevância e tema.
- plataforma de assinaturas certificadas digitalmente para abaixo-assinados que pedem a criação de novos partidos e a proposição de projetos de lei de iniciativa popular.
Os ativistas do grupo Transparência Hacker e os servidores da Câmara começaram a articular o evento há 1 ano. Ainda não há previsão sobre quando o próximo Hackaton da Câmara será realizado.

Tendências do Mercado da Bola

Tendências do Mercado da Bola 


Roberto Avallone

1- Um jornalista, conceituado e bem informado, me contou que é muito provável a contratação de Mano Menezes pelo Corinthians. Acredito. Ele sempre foi o preferido de um dos líderes do clube, Andrés Sanchez, e deixou no Corinthians as lembranças de um belo trabalho executado. Isso, é lógico, para 2014.
2- Também acredito na informação do jornalista Renato Mauricio Prado de que Caio Júnior deve ser o substituto de Vanderlei Luxemburgo que ganhou sobrevida- ao que parece- no Fluminense até o clássico contra o Flamengo. O curioso é que em 2008, coube a Luxa substituir Caio Júnior no Palmeiras (o time não chegou à Libertadores, ao perder para o Atlético Mineiro na última rodada, no Parque Antártica) e foi campeão paulista.
Situações opostas.
3- Muricy Ramalho, que livrou o São Paulo da terrível zona da degola, deve assinar contrato de dois anos com o tricolor. Nada mais justo.
4- Apesar de o Santos pensar em sua contratação, acredito que Tite deva voltar paraPorto Alegre, onde o Inter estaria esperando por ele. E Abel Braga? Sei não, mas acho que de novo trabalhará no Exterior.
5- Mistério sobre quem será o técnico do Palmeiras no ano do Centenário: há uma conversa marcada para esta semana com Gilson Kleina para que sejam conhecidos os seus planos. O presidente Paulo Nobre diz que o respeita muito. Nos bastidores, no entanto, fala-se em Vagner Mancini, do Atlético Paranaense, e até numa tacada maior: Cuca, autor de belíssimo trabalho no Atlético Mineiro.
Cuca jogou no Palmeiras. Seria um golpe de mestre.
Mas, por enquanto, não cravo nada.

“As pessoas não tem mais que ir ao cinema”, e outros sinais da revolução

“As pessoas não tem mais que ir ao cinema”, e outros sinais da revolução 


Ana Maria Bahiana


netflix
Três ecos do fim de semana ilustram uma industria em absoluta transformação:
_ Falando a profissionais de efeitos especiais no fim de semana, Chris Meledrandi, CEO da Illumination Entertainment, responsável por fazer uma ponte importante entre animadores europeus e o mercado internacional com os dois Meu Malvado Favorito, repetiu exatamente o que Steven Spielberg e George Lucas disseram meses atrás: os estúdios estão canibalizando a si mesmos com a obsessão do mega-mega-blockbuster. “Eles ainda não compreenderam que há uma geração que simplesmente não precisa ir ao cinema.”, ele disse. “Há uma variedade de outras formas de entretenimento audiovisual competindo com o ir ao cinema.”. Meledrandi condenou a “resposta de pânico” dos estúdios a essa realidade criando apenas lançamentos gigantescos que o mercado não tem condição de absorver. “Um super filme evento devora a plateia de outro super evento. E isso acontece com filmes de ação e de animação, do mesmo modo.”
_ Curiosamente, no mesmo evento (mas numa outra palestra), o diretor Henry Selick  (Coraline, O Estranho Mundo de Jack) desceu o pau na franquia Meu Malvado Favorito, colocando os filmes da Illumination num bolo de “desenhos feitos em fórmula, todos parecidos uns com os outros, onde não é possível distinguir o estilo ou a criatividade de quem fez”. A saída? “As outras midias”, Selick disse. “Ponho mais fé na TV por assinatura e em opções como Netflix, Amazon e Google.” Dois dias depois, Selick fechou com a independente FilmNation para dirigir um filme com atores, adaptando o livro infantil A Tale Dark and Grimm.
_ Num outro evento, promovido pela Film Independent, que reúne produtores e diretores independentes,  Ted Sarandos, o presidente de conteúdo da Netflix, resumiu tudo e foi um passo adiante: não são só os grandes estúdios os responsáveis por um apocalipse iminente – os exibidores são até piores.  Novamente, Sarandos lembrou que ir ao cinema é algo cada vez mais remoto para as novas gerações – e para todas as pessoas, de qualquer idade, que moram em locais sem um cinema próximo.  “O cinema não é o único lugar onde se pode ver um filme”, disse Sarandos. ” Os produtores precisam se conscientizar disso, e os distribuidores precisam parar de se deixar intimidar pelos donos de cinemas e lançar os filmes simultaneamente em todas as plataformas- inclusive a Netlflix.”
Isso vai render…

Menos calote e mais ganhos com tarifas dão ao Itaú maior lucro da história

Menos calote e mais ganhos com tarifas dão ao Itaú maior lucro da história 


Sílvio Guedes Crespo


foto itau divulgacao
O Itaú atingiu no terceiro trimestre de 2013 o maior lucro da história dos bancos brasileiros, R$ 4 bilhões, número 18% superior ao obtido em período equivalente do ano passado.
O resultado foi alcançado apesar de o banco ter piorado um de seus índices de eficiência e de ter ganhado menos com empréstimos, em comparação com o terceiro trimestre de 2013.
A principal razão para o aumento do lucro do Itaú foi a queda na inadimplência. Há um ano, os atrasos de pagamentos superiores a 90 dias correspondiam a 5,1% do volume que o banco deveria receber. Hoje, a proporção é de 3,9%.
Com isso, o banco pôde tirar R$ 1,8 bilhão das reservas usadas para cobrir calotes (as chamadas “provisões para créditos de liquidação duvidosa”) e acrescentar esse montante ao lucro.
Mesmo assim, o Itaú ainda mantém certa tranquilidade em relação aos atrasos no pagamento. O volume de provisões é hoje 70% superior à inadimplência; há um ano, era apenas 49% maior.
Tarifas
Outro ponto que chama atenção nas demonstrações financeiras do conglomerado é o aumento da sua receita com tarifas bancárias. O volume passou de R$ 4,3 bilhões no terceiro trimestre de 2012 para os atuais R$ 5,6 bilhões.
A elevação de R$ 1,3 bilhão não quer dizer necessariamente que o banco tenha aumentado suas tarifas. É possível que tenha havido aumento da base de clientes ou então os correntistas estão utilizando mais os serviços bancários.
Somente com aumento das tarifas e redução da provisão, o Itaú conseguiu incrementar seus resultados em R$ 3,1 bilhões em apenas um ano.
Esse ganho fabuloso mais do que compensou a redução do resultado com intermediação financeira, que é o negócio central de um banco, e a queda da eficiência.
Empréstimos e eficiência
No segundo trimestre deste ano, a diferença entre receitas e despesas do Itaú com empréstimos foi de R$ 11,7 bilhões no terceiro trimestre, R$ 950 milhões a menos do que um ano atrás.
Por fim, as despesas do banco (exceto os gastos com juros e provisões) corresponderam a 48,2% dos ganhos com os produtos bancários no terceiro trimestre; há um ano, a proporção era de 45%. Quanto menor esse número, mais eficiente é o banco.
A eficiência do banco só aumentou – e nesse caso aumentou bem – quando se consideram as provisões como sendo despesas.
Nesse caso, os gastos corresponderam a 68,4% dos ganhos com o produto bancário, número bem menor do que os 75,3% registrados no terceiro trimestre de 2012.
Este último indicador é descrito como sendo a eficiência ajustada ao risco. É esse item que explica o maior lucro da história do Itaú. Possivelmente porque o banco se tornou mais seletivo ao conceder empréstimos, priorizando os créditos menos arriscados, como o consignado e o imobiliário.

História dos bancos no Brasil32 fotos

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Agência do Banco Itaú América, em de Juiz de Fora (MG) Leia mais Itaú/Divulgação
Crédito
Embora o Itaú tenha reduzido o resultado com intermediação financeira neste trimestre, o total de dinheiro que os clientes devem ao banco vem aumentando.
Os empréstimos para pessoas físicas cresceu em R$ 8 bilhões, ou 5,4% em relação ao terceiro trimestre do ano passado. O Itaú abriu a torneira do crédito consignado e do imobiliário, que subiram 64% e 35%, respectivamente. Por outro lado, o banco diminuiu o financiamento de veículos em 21%.
O Itaú também reduziu o crédito para micro, pequena e média empresa, em 4%, ou 3,7 bilhões. Para as grandes companhias, no entanto, aumentou sua carteira em 17%, ou R$ 26 bilhões.
A taxa de juros média caiu de 12,6% para 10,9%, possivelmente porque o banco substituiu parte de sua carteira de veículos, em que o juro é mais alto, pelas de imóveis e de consignado, que têm taxas mais baixas.