sábado, 16 de novembro de 2013

Ford tem três entre os dez carros mais vendidos no mundo

Ford tem três entre os dez carros mais vendidos no mundo

Joel Leite

Os 10 carros mais vendidos do mundo10 fotos

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10º - Volkswagen Polo: a foto é do modelo vendido em boa parte do mundo; o "nosso" Polo, uma geração atrasado e com vendas em queda, também entra na conta, ainda que não ajude muito - 511.231 unidades

Levantamento feito pela Focus2Move considerando emplacamentos globais entre janeiro e setembro de 2013 EFE
- Corolla é o líder: vendeu 842 mil unidades de janeiro a setembro, contra 815.456 do Focus.
O Corolla é o carro mais vendido no mundo, com 842.507 unidades de janeiro a setembro, mas foi a Ford a marca que mais colocou modelos no ranking mundial.
A marca estadunidense tem três entre os dez modelos preferidos do consumidor. O Focus é o segundo colocado no ranking, com vendas de 815.456 unidades, a picape F está em terceiro lugar (veja quadro), com 657.767 e o Fiesta em nono (517.020).
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A Toyota tem dois carros no topo do ranking: além do líder tem o sedã Camry em quinto lugar, com 593.040 unidades; a Volkswagen colocou o Gol na oitava posição e o Polo na décima e outras três marcas têm um modelo cada na lista: o Elantra, da Hyundai, é o quarto colocado; o Cruze, da GM, é o sexto e o utilitário esportivo CRV, da Honda é o sétimo.
Os EUA dominam o ranking, com quatro modelos; os japoneses têm três, os europeus dois e os coreanos um.
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Briga de gigantes
Depois de muitos anos na liderança o Corolla foi suplantado pelo Focus no ano passado e em 2013 os dois estão na briga. A diferença entre eles é de apenas 27 mil unidades no período janeiro-setembro.
O carro da Ford fechou o primeiro semestre na frente, posição contestada pela Toyota na época, alegando que a consultoria Polk, fornecedora dos dados, não computa as vendas em alguns pequenos mercados onde a Toyota está presente. A consultoria dava a liderança para o Focus com 589.709 unidades no primeiro semestre e a Toyota rebatia com 590.760 unidades para o Corolla.
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Segundo a Focus2move, até setembro o Corolla está na frente, mas como a diferença é pequena, a liderança não está garantida. Vai depender do desempenho nos dois últimos meses do ano e de um levantamento confiável, que seja aceito pelas duas montadoras.

Brasil é o segundo país mais favorável a privatizações na América Latina

Brasil é o segundo país mais favorável a privatizações na América Latina 

Sílvio Guedes Crespo
O Brasil é o segundo país da América Latina cuja população mais apoia a privatização de empresas estatais, segundo a mais recente edição do Latinobarômetro, uma pesquisa anual sobre democracia e economia.
No total, 44% dos brasileiros entrevistados disseram que estão “de acordo” ou “muito de acordo”, com a ideia de que as privatizações de empresas estatais beneficiaram o país. Somente os equatorianos se mostraram mais favoráveis, com 57% da população endossando a desestatização.
privatizacao america latina latinobarometro opiniao achados economicos 1
Quando perguntados quanto à satisfação com os serviços públicos privatizados, os brasileiros continuam em segundo: 37% disseram ter ficado “mais satisfeitos” ou “muito mais satisfeitos” com os serviços privatizados. No Equador, 59% afirmaram isso.
A pesquisa dá uma ideia de como está a opinião pública num momento em que o governo toca um programa de privatização da infraestrutura e em que a questão do grau de intervenção do Estado na economia se torna central.
Importante notar que, embora o Brasil apareça em segundo lugar no ranking, somente no primeiro, o Equador, mais de 50% da população apoia privatizações.
No final dos anos 1990, quando diversas nações latino-americanas implementavam seus programas de desestatização, esse tipo de medida era bem mais popular.
Em 1998, a privatização era apoiada por pelo menos 50% da população em países como Brasil, México, Chile e Venezuela.
A Guatemala foi a nação em que a venda de estatais mais perdeu adesão: 61% da população apoiava essa medida em 1998, contra 28% hoje.
privatizacao america latina latinobarometro opiniao achados economicos 1998
Desde 1998, o percentual de brasileiros favoráveis à privatização é superior à média simples da América Latina. No Brasil e no restante da região, o apoio caiu a partir daquele ano, de modo que em 2003, quando Lula assumiu a Presidência do país, apenas 33% da população endossava esse tipo de medida.
O apoio à desestatização voltou aos poucos e atingiu novo pico em 2009, com 50% de respostas favoráveis – curiosamente, um ano antes da eleição que levou Dilma Rousseff ao Planalto.
privatizacao america latina latinobarometro achados economicos serie temporal

Cinco maiores bancos da América Latina são brasileiros, diz estudo

Cinco maiores bancos da América Latina são brasileiros, diz estudo 

Sílvio Guedes Crespo


O Banco do Brasil superou o Itaú e se tornou o maior banco da América Latina, segundo uma pesquisa do site britânico The Banker, que pertence ao grupo que publica o jornal “Financial Times”.
As cinco primeiras instituições financeiras do ranking são brasileiras: BB, Itaú, Bradesco, Santander Brasil e Caixa Econômica Federal.
O levantamento usa como referência para medir o tamanho dos bancos um indicador chamado “tier 1”, que reúne apenas os ativos de melhor qualidade de cada instituição financeira.

MAIORES BANCOS DA AMÉRICA LATINA

BancoCapital tier 1 (US$ bi)Ativos totais (US$ bi)Lucro antes dos
impostos (US$ bi,
em 2012)
Banco do Brasil36,35557,5
Itaú35,24969,8
Bradesco32,33917,6
Santander Brasil31,92062,7
Caixa Econômica Federal13,83472,3
  • Fonte: The Banker
Os dados do site The Banker nem sempre batem com os rankings comuns, que medem o total de ativos. Por exemplo, a Caixa Econômica Federal tem um total de ativos maior que o do Santander Brasil. No entanto, aparece em posição inferior no ranking de capital “tier 1″.
Outro dado a ser observado é que o lucro dos bancos nem sempre significa aumento do capital de qualidade. O Banco do Brasil lucrou menos que o Itaú, mas o capital “tier 1″ do primeiro avançou 12,3% em um ano, enquanto o do segundo subiu 7,9%.
Lucro
O Banco do Brasil lucrou R$ 2,7 bilhões no terceiro trimestre de 2013, o que representa uma ligeira queda de 0,9% em relação ao verificado um ano antes.
Já o Itaú teve o maior lucro de sua história. No terceiro trimestre, ganhou R$ 4 bilhões. Deve-se considerar que os dados do site The Banker se referem ao ano de 2012, por isso não captam a boa performance do Itaú em 2013. No trimestre passado, o banco não só aumentou seu lucro como reduziu o nível de inadimplência dos seus clientes e com isso gastou menor com provisões.
Ganhos com juros
Os maiores bancos brasileiros estão entre os que mais ganham com juros no mundo. Um levantamento anterior feito pelo mesmo site mostrou que o Itaú é o 13º do planeta nesse quesito, apesar de ser só o 39º em tamanho (pela medida de de “tier 1″). O BB aparece em 14º no ranking de juros (36º no de capital “tier 1″), enquanto o Bradesco está em 16º (42º em tamanho).
O fato de que os três bancos ocupam uma posição bem mais alta no ranking de juros do que no de capital sugere que os ganhos dessas instituições com empréstimos são desproporcionais ao tamanho delas, se compararmos com concorrentes do exterior.
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História dos bancos no Brasil32 fotos

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A Casa dos Contos abrigou a sede do Banco do Brasil de 1815 a 1829, sendo demolida em 1870 Leia mais Acervo Arquivo Histórico do Banco do Brasil

Apoio ao capitalismo aumenta entre brasileiros, mas com políticas sociais

Apoio ao capitalismo aumenta entre brasileiros, mas com políticas sociais 

Sílvio Guedes Crespo
dolar reuters

A mais recente edição do Latinobarômetro mostrou um aumento do apoio dos brasileiros à economia de mercado, ou seja, ao capitalismo. Ao mesmo tempo, a maior parte dos pesquisados vê o Estado como uma entidade capaz de acabar com grande parte da pobreza, senão toda ela.
Em texto anterior, este blog informou que o apoio à privatização, entre os brasileiros, é o segundo maior da América Latina.
Os dados sugerem que a população apoia um equilíbrio na relação entre Estado e mercado. A maioria (63%) acredita que as empresas privadas são indispensáveis para o desenvolvimento do país. Por outro lado, 77% confiam na capacidade estatal de combater a pobreza.
Veja abaixo alguns dos resultados da pesquisa.
Apoio ao capitalismo
O apoio da população à economia de mercado atingiu o maior nível desde 2005.
latinobarometro economia de mercado achados economicos
Políticas sociais
A população brasileira é a segunda da América Latina entre as que mais confiam na capacidade do Estado de resolver grande parte da pobreza, senão toda ela.
Do total de entrevistados, 77% disseram que o poder público é capaz de combater totalmente ou grande parte desse problema. Somente no Paraguai o otimismo com essa capacidade do Estado é maior.
pobreza latinobarometro achados economicos

Análise: economia brasileira interrompe ritmo de retomada


Sílvio Guedes Crespo
industria folhapress rafael andrade
Os dados que o Banco Central divulgou hoje (14) sobre a economia brasileira são capazes de agradar ao mesmo tempo gregos e troianos – e desagradar a ambos, também, como se pode notar nos comentários da notícia.
Os números do IBC-Br, um indicador que tenta antecipar o cálculo do PIB (produto interno bruto), indicam que a economia brasileira caiu 0,12% no terceiro trimestre em relação ao segundo.
Ao mesmo tempo, apontam que a economia cresceu 2,32% no terceiro trimestre em comparação com um ano antes.
O primeiro número cai como uma luva para os colecionadores de más notícias. É o argumento perfeito para quem torce por uma catástrofe. No limite, pode parecer um sinal de que estamos próximos de entrar em uma recessão.
O segundo atende aos propósitos de quem crê indiscriminadamente na propaganda governista e no otimismo exagerado do ministro Guido Mantega (Fazenda).
Crescimento medíocre
Para quem está interessado em entender o que acontece no país e não tem paciência para tentar fazer uso partidário desses dados, minha sugestão é olhar para ambos os números e também para alguns outros.
Resumindo, o cenário que temos hoje é o seguinte:
  • no ano passado, a economia foi mal (cresceu apenas 0,9%);
  • durante o primeiro semestre deste ano, melhorou. No período de abril a junho, especialmente,surpreendeu muitos analistas ao crescer 1,5%, mais do que países como Coreia do Sul e México. Continuasse nesse ritmo, o PIB acumularia alta de 6,1% em um ano;
  • no terceiro trimestre, nossa economia perdeu vigor (caiu 0,12% em relação ao segundo trimestre), mas não tanto a ponto de voltarmos ao mau desempenho do ano passado (em comparação com o terceiro trimestre de 2012, produzimos 2,32% mais neste ano).
Enfim, o que esses e outros dados mostram é que este ano estamos com um desempenho econômico medíocre. Há os que se contentam com a mediocridade e os que querem fazê-la parecer sinônimo de desastre.
Em minha visão, o melhor é entender que não estamos bem e que temos um grande potencial de melhora. Falta, por exemplo, o governo trocar a ideia de se confrontar com investidores pela de combater o desperdício de gastos públicos.
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Veja quais são os presidentes que tiveram 'pibinho'8 fotos

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Desde 1948, quando o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil começou a ser medido, sete presidentes enfrentaram anos de "pibinho", quando a economia brasileira cresceu menos de 1%, parou, ou até diminuiu. Vejam quais são: Leia maisUOL

O homem subjugado pela paixão

O homem subjugado pela paixão 

Regina Navarro Lins
Ilustração: Lumi Mae
Ilustração: Lumi Mae

Comentando o “Se eu fosse você”

A questão da semana é o caso do internauta que não sabe o que fazer com o filho que está sendo explorado por uma mulher e, por isso, dilapidando toda a herança da família.
Sempre ouvi histórias de homens que perderam tudo, ficaram na miséria tentando satisfazer todos os desejos da mulher amada. Elas exigiam apartamentos, jóias, casacos de pele, e eles nem titubeavam, compravam tudo para elas. As mulheres ‘respeitáveis’ observavam de longe e se perguntavam: “O que elas têm que eu não tenho?” E como o sexo devia ser contido para estas, era natural imaginarem que a resposta estava no prazer especial que as outras sabiam proporcionar aos homens. Mas será que o motivo dessa paixão obsessiva pode ser atribuído somente ao sexo? É pouco provável.
A ideia que se tem da mulher fatal é a de uma mulher atraente, tão irresistível que faz o homem abandonar tudo por sua causa e depois, então, acaba com ele, muitas vezes provocando tragédias. Dizem alguns que a “femme fatale” clássica se torna prostituta de categoria depois de ter sido abandonada por um namorado e dedica o resto da vida a se vingar nos homens que conhece. Mas não é sempre assim.
Na História encontramos muitos exemplos de mulheres fatais. A primeira e a mais competente de que se tem notícia parece ter sido mesmo Eva. Ao tentar Adão, teria provocado a desgraça, não só para ele, mas para todos nós. Outra bem prestigiada é Cleópatra. Ela seduziu de tal forma Marco Antônio, que quando Roma toda ficou contra ele o suicídio foi a única saída. Isso aconteceu há muito tempo, mas até hoje elas continuam por aí.
No início do século, algumas cortesãs se misturavam com a alta sociedade e era chique um jovem ser arruinado por uma delas. Quanto mais dilapidavam uma fortuna, mais eram valorizadas. Na Inglaterra, dizem que Eduardo VIII foi vítima dessa perigosa atração ao desistir do trono, em 1936, para se casar com uma divorciada americana. E há quem atribua à atração que Yoko Ono exerceu sobre John Lennon, na década de 70, o lamentável fim dos Beatles.
Mas, afinal, o que faz essas mulheres terem tanta força? Como conseguem dominar homens poderosos e submetê-los aos seus desejos? Talvez a explicação se encontre na forma como as crianças são educadas na nossa cultura. Desde cedo o homem é ensinado a não precisar da mãe para não ser chamado de maricas. Para isso, aprende a considerar a mulher inferior, a desprezá-la. Entretanto, essa atitude não passa de uma defesa por ter sido afastado da mãe quando ainda precisava de seus cuidados e carinho. A mulher, por sua vez, deve ser submissa ao homem, deixar que ele domine a relação e decida as coisas.
A mulher fatal, ao contrário, é forte, dominadora e habilmente induz o homem a fazer o que deseja. Desta forma, não é difícil ele se tornar dependente por encontrar nela a satisfação das necessidades reprimidas desde a infância: ser cuidado e dirigido por uma mulher. Com ela, pode se tornar menino, se sentir protegido. E é claro que sexualmente ela o satisfaz, já que não mede esforços para tê-lo nas mãos. A entrega dele é total.
Sem dúvida, a mulher fatal de hoje é bem diferente das suas antecessoras, mas o fascínio exercido sobre o homem que a deseja não é em nada menor. Dificilmente ele resiste, é capaz de qualquer loucura por ela.

Nerdovski: o novo Thor, o legado da Marvel e seu futuro no… Netflix!

Nerdovski: o novo Thor, o legado da Marvel e seu futuro no… Netflix! 

Roberto Sadovski
Thor: O Mundo Sombrio está em cartaz no Brasil, e eu já falei sobre o filme aqui. Nerdovski, por outro lado, aborda a história da Marvel no cinema, os filmes que fizeram o estúdio se tornar uma potência de blockbusters e os personagens que não fazem parte de seu portfólio no cinema – mesmo fazendo parte do mesmo universo nos quadrinhos. É um mundo bizarro, de direitos autorais e licenciamentos, e a gente só vive nele.
Por falar em Marvel, o estúdio, que faz parte do conglomerado da Disney, fechou um acordo com a Netflix para produzir quatro séries originais no canal a partir de 2015. O plano é traçar séries com treze episódios, apresentando (ou reapresentando) personagens do universo mais, digamos, urbano da Marvel. E são eles…
DEMOLIDOR
Daredevil
O Homem Sem Medo já teve um filme para chamar de seu, com Ben Affleck (o Batman, você sabe…) no papel do advogado cego Matt Murdock, que combate o crime com o uniforme vermelho do herói. A produção de 2003 foi retalhada pelo estúdio e ganhou uma versão do diretor superior em DVD e blu ray. Quando os direitos do personagem voltaram para a Marvel, o diretor Joe Carnaham (Esquadrão Classe A) estava desenvolvendo um reboot. Na TV, principalmente na Netflix, o Demolidor pode ser o vingador urbano dos quadrinhos, em tramas mais violentas, lidando com crime nas ruas.
PUNHO DE FERRO
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Por anos um filme com o artista marcial Daniel Rand, que ganha o poder do “punho de ferro” ao absorver o coração místico de um dragão (!), esteve em desenvolvimento, com Ray Park (Darth Maul, Snake Eyes) ligado ao personagem. Não era para ser. Nos quadrinhos, Rand é herdeiro de uma fortuna e combate o crime em aventuras que misturam os becos de Nova York com a magia da cidade perdida de Kun Lun. Amigo do Demolidor (olha só…), ele já se vestiu como o Homem Sem Medo várias vezes para ajudar Matt Murdock a preservar sua identidade secreta.
LUKE CAGE
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Preso por um crime que não cometeu – mesmo que ele mesmo tenha sido um criminoso –, Luke Cage aceitou ser cobaia de uma experiência para abreviar sua vida na cadeia. Ganhando super força e uma pele invulnerável, ele passou a oferecer seus serviços como um Herói de Aluguel, trabalhando basicamente no Harlem, em Nova York. No cinema, Cage ficou em desenvolvimento por anos pela Sony, com Tyrese Gibson dizendo dezenas de vezes o quanto queria ser o herói. Nos quadrinhos, ele foi parceiro do Punho de Ferro (olha só…) e terminou como membro dos Vingadores.
JESSICA JONES
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A série de quadrinhos protagonizada por Jessica Jones se chamava Alias. Quando a Marvel fez planos de levar suas aventuras para a TV há alguns anos, pintou um probleminha com títulos iguais (JJ Abrams que o diga). Enfim, Jessica Jones é uma investigadora particular que calha de ter superpoderes – mas odeia isso, não os usa e abandonou a carreira como super-heroína anos e anos antes. Uma das melhores personagens da Marvel dos últimos anos, ela nos quadrinhos é casada com Luke Cage (olha só…), tem uma língua afiada e não leva desaforo para casa.
Bônus round: OS DEFENSORES
A idéia da Marvel é coroar os quatro programas com uma minissérie que juntaria todos os combatentes urbanos no mesmo teto, batizada Os Defensores. A alcunha já foi usada de diversas formas diferentes nos quadrinhos. Primeiro como um grupo que reuniu o Dr. Estranho, Namor e Hulk (mais o Surfista Prateado), depois como um coletivo (palavra da moda) de heróis unidos ao acaso, mas sem a pompa (ou o poder de fogo) dos Vingadores. Fiquei curioso para ver como a parceria Disney/Marvel/Netflix vai interagir com o universo desenhado no cinema e com as séries que já existem na TV (até agora uma só, Agentes da SHIELD). Enquanto isso, na Sala de Justiça….

O fim da Blockbuster e o começo de minha cultura cinematográfica…

O fim da Blockbuster e o começo de minha cultura cinematográfica… 

Roberto Sadovski

blockbuster
A Blockbuster fechou. Não importa. Antes de a gigante das locadoras de vídeo chegar ao Brasil, minha cultura cinematográfica já estava completa. Das chanchadas brasileiras dos anos 70 aos clássicos que chegavam ao mercado em “fitas seladas”; dos lançamentos de diretores que não chegavam perto dos cinemas aos blockbusters que revelavam novas facetas a cada revisão. Eu passei a adolescência numa cidade com dois cinemas nos quaisos filmes demoravam meses para estrear. Por isso minha meca era a video locadora. Centenas de filmes em VHS que passavam até gastar no bom e velho VCR. Promoções de aluguel de mais de dois filmes numa sexta para devolver só na segunda. A minha média era seis filmes a cada fim de semana. Sempre uma mistura de datas e passaportes cinematográficos. A tela grande fazia falta. Mas a boa e velha Vídeo Magia (sim, era esse o nome) se tornou um substituto de primeira.
A tecnologia atual é sensacional! Netflix e similares colocam os filmes dentro de casa, com qualidade bacana, e na velocidade que seu acesso à internet permite. Aos poucos as fatias vão ficando maiores; as ofertas de filmes on demand, melhores. Mas eu sou um velho. Perder a “cultura das videolocadoras” é um salto gigantesco para trás. O crítico Inácio Araújo uma vez comentou que sentia falta das filas nos cinemas, que deram lugar aos lugares marcados: não que ele sinta falta da bagunça, mas sim da interação de pessoas reunidas com cinema na cabeça. Conhecer gente de gosto similar, entrar em debates acalorados, compartilhar a pipoca – nada disso existe mais num mundo em que o melhor lugar é a poltrona F-15. Eu vou além. O melhor lugar para discutir cinema sempre foi o balcão da locadora! Não no esquemão da defunta Blockbuster, que tinha variedade e quantidade mas também uma certa assepsia.
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Alugar DVDs ainda era bacana, mas essa imagem vai ficar pro museu
Voltando à Video Magia. Ali não existia um batalhão uniformizado que indica todo filme, independente de qualidade. Eu não era um cliente. Era um amigo. E ali fiz vários outros, de ambos os lados do balcão. Todos eram chamados pelo nome – assim como cada um que atravessava a porta. As meninas sabiam quem era apaixonado pela arte, quem era cinéfilo de fim de semana. Sabiam que filme se encaixava no estilo de cada um. Indicavam coisas bacanas, sugeriam um título obscuro para acompanhar a novidade da semana. Ali eu prendi um monte. Tentei passar o que eu achava que sabia em minha cabeça adolescente. Descobri cinematografias que não eram comuns nas reprises da TV (Cronenberg, Besson, Antonioni, Wenders); descobri diretores que, mal sabia, bateria ótimos papos no futuro (Peter Jackson, Sam Raimi, Robert Zemeckis); onde diabos foram parar Richard Stanley, Frank Henenlotter, Stuart Gordon… Sem falar na dezena de cartazes de filmes que adornaram a parede do meu quarto!
O futuro é esse. Talvez a rapaziada que agora abraça o streaming tenha outras maneiras de discutir a paixão pelo cinema. Talvez filas de cinema e balcão de videolocadora sejam coisa de velho nostálgico. Como eu. Nada mais chato do que o tiozinho qu fica com o “no meu tempo era melhor”. Não. No “meu tempo” era só diferente. Hoje as coisas são mais velozes, a variedade é maior. Não é mais tão difícil alguém, com uma conexão de internet bala, conhecer tudo que eu conheci via VHS. Basta paciência e, claro, uma turma bacana pra apontar os caminhos e as referências. Ainda assim, eu sinto que algo se foi. O fim da Blockbuster, que romanticamente teve como última locação a boa comédia É o Fim, sinaliza também o fim de uma era. Mas não se traduz e portas fechadas. Em São Paulo mesmo ainda existe muita locadora de bairro, e aposto que, nesse exato momento em que eu escrevo, tem algum moleque discutindo algum clássico com um amigo do outro lado do balcão. Hmmm, deve ser isso. Internet é legal. Mas nada substitui o aperto de mão, acompanhado de um “bons filmes”,  quando você sai da loja com uma sacola recheada.