terça-feira, 27 de agosto de 2013

'O carcereiro era eu', afirma, em resposta a Dilma, diplomata que cuidou de senador boliviano


Guilherme Balza
Do UOL, em Brasília
  • O diplomata Eduardo Saboia, que foi afastado da Embaixada do Brasil em La Paz após a fuga do senador Roger Pinto Molina
    O diplomata Eduardo Saboia, que foi afastado da Embaixada do Brasil em La Paz após a fuga do senador Roger Pinto Molina
O diplomata Eduardo Saboia, responsável pela fuga do senador boliviano Roger Pinto Molina ao Brasil, afirmou nesta terça-feira (27), em resposta à presidente Dilma Rousseff, que só ele tinha ciência das condições vividas pelo parlamentar nas dependências da Embaixada do Brasil em La Paz.
Após visita ao Congresso na manhã de hoje, a presidente comentou, pela primeira vez, o episódio, que provocou a saída de Antonio Patriota do comando do Itamaraty --Luiz Alberto Figueiredo irá substituí-lo. Dilma rebateu a declaração de Saboia, que afirmou, em entrevista exibida pelo Fantástico, da Rede Globo, no domingo (25) se sentir como se estivesse um DOI-Codi (Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna) ao lado de sua sala, em referência ao espaço ocupado pelo senador.
"Nós não estamos em situação de exceção. Não há nenhuma similaridade. Eu estive no DOI-Codi, eu sei o que é o DOI-Codi. E asseguro a vocês que é tão distante o DOI-Codi da embaixada brasileira lá em La Paz (Bolívia) como é distante o céu do inferno", afirmou a presidente durante entrevista coletiva.

DILMA: 'DOI-CODI É TÃO DISTANTE DA EMBAIXADA BRASILEIRA COMO CÉU É DO INFERNO'

O DOI-Codi era o aparelho do Exército responsável pelas prisões de opositores da ditadura militar. Centenas de ativistas, como Dilma, foram torturados e mortos nas dependências do órgão ao longo do regime.
"Eu que estava lá, eu que posso dizer. O carcereiro era eu. Ninguém mais viu aquela situação. Foi uma decisão pessoal", afirmou Saboia, em entrevista por telefone aoUOL logo após a declaração da presidente. O diplomata está afastado de sua função até que seja concluído o inquérito administrativo aberto pelo Itamaraty para apurar o caso.
Na entrevista, Dilma, ao se referir à fuga, qualificou como inaceitável submeter um asilado aos cuidados do Brasil ao risco. Para Saboia, o senador boliviano corria risco se permanecesse dentro da embaixada. "Poderia ter acontecido alguma coisa se ele ficasse lá, certamente. Se ele se matasse, entrasse em estado de surto psicótico", afirmou o diplomata.
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Relembre as recentes rusgas entre Brasil e Bolívia14 fotos

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Com a demissão de Antônio Patriota, nesta segunda-feira (26.ago), quem assumirá o Ministério das Relações Exteriores será o embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado, representante do Brasil na ONU (Nações Unidas). Patriota deixou cargo após o diplomata brasileiro Eduardo Saboia patrocinar a fuga do senador boliviano Roger Pinto Molina de seu país Leia mais Marco Antônio Teixeira / UOL
Saboia afirmou ainda que somente ele poderia tomar alguma atitude com relação à situação de Molina. "São situações especialíssimas, que não tem como você transmitir [as decisões] a outra pessoa. Eu sei o que foi ver a pessoa naquele momento, e eu fiz uma opção."
Após ganhar exposição ao assumir que conduziu a fuga, Saboia afirmou que pretende ficar recluso e preparar sua defesa junto ao ministério. "Meu objetivo é passar pelo processo administrativo. Já fiz o que tinha que fazer. Só quero tocar minha vida, não tenho aspiração política alguma", disse.
Questionado pela reportagem, o diplomata reafirmou que o Itamaraty não tinha ciência da fuga, mas também "não tinha instrução em contrário."

Asilo a senador boliviano gera crise diplomática - 6 vídeos

"Que geração de jovens é esta?", por Ricardo Noblat


Médicos cubanos foram vaiados, humilhados e ouviram impropérios quando deixavam ontem à noite uma sessão de treinamento em Fortaleza.
A foto abaixo é emblemática de uma situação que deveria nos fazer corar e refletir.

FotoSite 247

Médicos de diversos países aceitaram o convite do governo brasileiro para trabalhar nos 711 municípios mais pobres do país onde nossos médicos se recusaram a servir.
Não estão aqui tomando o lugar de ninguém. E, no caso dos cubanos, estão aqui para ganhar menos da metade do que ganhariam médicos brasileiros.
A outra metade vai para os cofres do governo da ilha.
Os jovens da foto têm idade para ser nossos filhos ou até netos.
Que geração egoísta, mesquinha, rude e desinformada é essa que estamos criando?
Onde ela guarda valores como solidariedade, respeito, ética e compaixão?
Incapaz de sacrificar temporariamente seu conforto, revolta-se contra quem é capaz de fazê-lo.
Vergonhoso! E imperdoável!

Quatro medidas para melhorar o sistema de saúde por Hans-Hermann Hoppe



0,,11447480,00.jpgÉ verdade que o sistema de saúde (europeu, americano ou brasileiro) está uma bagunça e é insustentável. Entretanto, isso demonstra não uma falha de mercado, mas, sim, uma falha de governo. A cura do problema não requer uma diferenciada regulamentação governamental, tampouco mais regulamentações ou burocracias, ou mesmo invenções mirabolantes, como políticos interesseiros querem fazer-nos crer. A cura do problema requer simplesmente a eliminação de todos os atuais controles governamentais.
É urgente levarmos a sério uma reforma do sistema de saúde. Créditos tributários, vouchers e privatização já ajudariam muito na meta de descentralizar o sistema e remover encargos desnecessários sobre as empresas. Porém, quatro medidas adicionais devem ser tomadas:
1. Eliminar todas as exigências de licenciamento para as faculdades de medicina, hospitais, farmácias, médicos e outros profissionais da área de saúde. A oferta destes itens iria aumentar de imediato, os preços iriam cair, e uma maior variedade de serviços de saúde iria aparecer no mercado.
Agências de credenciamento, competindo voluntariamente no mercado, iriam substituir o licenciamento compulsório do governo — levando-se em conta que os fornecedores de serviços de saúde (afinal, serviços de saúde são serviços como quaisquer outros) acreditem que tal reconhecimento iria melhorar sua reputação, e que seus consumidores, por se importarem com a reputação dos fornecedores, estarão dispostos a pagar por isso.
Como os consumidores não mais seriam ludibriados a acreditar que existe tal coisa como "padrão nacional" de saúde, eles aumentariam sua procura por bons serviços de saúde a custos baixos, e fariam escolhas mais perspicazes.
2. Eliminar todas as restrições governamentais sobre a produção e a venda de produtos farmacêuticos e equipamentos médicos. Isso significa a extinção de agências reguladoras encarregadas de controlar remédios, vacinas, drogas e produtos biológicos (como a Anvisa, no Brasil).  Atualmente, essas agências servem apenas para obstruir inovações e aumentar os custos de produção.
Custos e preços cairiam, e uma maior variedade de melhores produtos chegaria ao mercado mais rapidamente. O mercado também forçaria os consumidores a agir de acordo com suas próprias avaliações de risco — em vez de confiar essa tarefa ao governo.  E os fabricantes e vendedores de remédios e aparelhos, devido à concorrência, teriam de fornecer cada vez mais garantias e melhores descrições de seus produtos, tanto para evitar processos por produtos defeituosos como para atrair mais consumidores.
3. Desregulamentar a indústria de seguros de saúde. A iniciativa privada pode oferecer seguros contra eventos cuja ocorrência está fora do controle do segurado. Por outro lado, uma pessoa não pode se segurar, por exemplo, contra o suicídio ou a falência, pois depende apenas dessa pessoa fazer tais eventos ocorrerem.
Como a saúde de uma pessoa, ou a falta dela, depende quase que exclusivamente desta pessoa, muitos, se não a maioria, dos riscos de saúde não são efetivamente seguráveis. "Seguro" contra riscos cuja probabilidade de ocorrerem pode ser sistematicamente influenciada por um indivíduo depende fortemente da responsabilidade própria desta pessoa.
Além do mais, qualquer tipo de seguro envolve um compartilhamento de riscos individuais. Isso implica que as seguradoras paguem mais a alguns e menos para outros. Mas ninguém sabe com antecedência, e com convicção, quem serão os "ganhadores" e quem serão os "perdedores". "Ganhadores" e "perdedores" são distribuídos aleatoriamente, e a resultante redistribuição de renda não é nada metódica. Se "ganhadores" e "perdedores" pudessem ser determinados sistematicamente, os "perdedores" não iriam querer compartilhar seus riscos com os "ganhadores", mas sim com outros "perdedores", porque isso faria diminuir seus custos de seguridade. Por exemplo, eu não iria querer compartilhar meu risco de sofrer acidentes pessoais com os riscos incorridos por jogadores profissionais de futebol; eu iria querer compartilhar meus riscos exclusivamente com os riscos de pessoas em circunstâncias similares às minhas, a custos mais baixos.
Devido às restrições legais impostas às seguradores de saúde, que não têm o direito de recusar certos serviços — excluir algum risco individual por este não ser segurável —, o atual sistema de saúde está apenas parcialmente preocupado em assegurar. A indústria dos seguros não pode discriminar livremente entre diferentes riscos incorridos por diferentes grupos.
Como resultado, as seguradoras de saúde têm de cobrir uma multidão de riscos não seguráveis em conjunto com riscos genuinamente seguráveis. Elas não podem discriminar os vários grupos de pessoas que apresentam riscos de seguridade significativamente diferentes. Assim, a indústria dos seguros acaba gerenciando um sistema de redistribuição de renda — beneficiando agentes irresponsáveis e grupos de alto risco às custas de indivíduos responsáveis e de grupos de baixo risco. Como esperado, os preços desta indústria estão altos e em constante crescimento.
Desregulamentar esta indústria significa devolver a ela a irrestrita liberdade de contrato: permitir que uma seguradora de saúde seja livre para oferecer qualquer tipo de contrato, para incluir ou excluir qualquer tipo de risco, e para discriminar quaisquer tipos de grupos ou de indivíduos. Riscos não seguráveis perderiam cobertura, a variedade de políticas de seguridade para as coberturas remanescentes aumentaria, e os diferencias de preços refletiriam os riscos reais de cada seguridade. No geral, os preços iriam cair drasticamente. E a reforma restauraria a responsabilidade individual na questão da saúde.
4. Eliminar todos os subsídios para os doentes ou adoentados. Os subsídios sempre criam mais daquilo que está sendo subsidiado. Subsídios para os doentes e enfermos alimentam a doença e a enfermidade, e promovem o descuido, a indigência e a dependência. Se estes subsídios forem eliminados, seria fortalecida a intenção de se levar uma vida saudável e de se trabalhar para o sustento próprio. De início, isso significa abolir todos os tipos de tratamento e assistência  médica "gratuitos" — isto é, financiado compulsoriamente pelo contribuinte saudável e zeloso de sua saúde.
Apenas essas quatro medidas, conquanto drásticas, irão restaurar um completo livre mercado no fornecimento de serviços médicos. Enquanto estas medidas não forem adotadas, a indústria continuará tendo sérios problemas — afetando de maneira extremamente negativa a vida de seus consumidores.

Hans-Hermann Hoppe é um membro sênior do Ludwig von Mises Institute, fundador e presidente da Property and Freedom Society e co-editor do periódico Review of Austrian Economics. Ele recebeu seu Ph.D e fez seu pós-doutorado na Goethe University em Frankfurt, Alemanha. Ele é o autor, entre outros trabalhos, de Uma Teoria sobre Socialismo e Capitalismo eThe Economics and Ethics of Private Property.



A saúde é um bem, e não um direito por Ron Paul



hosp. público.jpgO filósofo político Richard Weaver corretamente declarou que ideias têm consequências.  Peguemos, por exemplo, o debate que opõe bens a direitos.  O direito natural afirma que as pessoas têm direito à vida, à liberdade e à busca da felicidade.  Um bem é algo pelo qual você trabalha e, com os proventos desse esforço, adquire.  Esse bem pode, por exemplo, ser uma necessidade básica, como comida.  Porém, nessa nossa atual cultura da dependência, cada vez mais os "bens" estão se tornando "direitos", algo que gera consequências danosas. 
A princípio, pode parecer algo bastanteinócuo decidirmos que as pessoas têm direito a coisas como educação, emprego, moradia e tratamento médico.  Mas, se analisarmos mais detidamente as consequências, veremos que o funcionamento da ética do trabalho e da frugalidade será violentamente desbalanceado caso as pessoas aceitem essas ideias.
Primeiramente, se decidirmos que algumas pessoas têm direito a atendimentos médicos gratuitos, isso significa que outras pessoas terão de pagar para que esse serviço seja ofertado a terceiros.  E essas pessoas também têm contas para pagar e famílias para sustentar, assim como você.  Se houver um "direito" à saúde, então você estará obrigando essas pessoas a bancar esse serviço para você.
É óbvio que, se aqueles obrigados a pagar pela saúde de terceiros fossem abertamente tratados como escravos destes, as faculdades de medicina rapidamente se esvaziariam, pois a imoralidade seria explícita.  Porém, como o governo fez um bom trabalho em nos convencer de que a saúde é um direito em vez de um bem, ele também generosamente se prontificou a atuar como o intermediário, diluindo a noção da escravidão.  Políticos são muito bons em fazer parecer que os tratamentos médicos serão gratuitos para todos.  Mas nada poderia estar mais distante da realidade.  O governo não quer que você pense muito sobre como os hospitais serão financiados, ou como você, magicamente, irá ganhar algo em troca de nada na arena médica.  Apenas nos pedem que confiemos neles, os políticos, pois, de alguma forma, tudo vai dar certo.
Saúde pública é algo que nunca funciona da maneira como as pessoas foram iludidas a acreditar que funcionaria antes de ser implementada.  Os cidadãos dos países onde a saúde é estatal jamais teriam aceitado esse sistema caso soubessem antecipadamente sobre os racionamentos e as longas filas.
Quando os burocratas assumem o controle da medicina, os custos aumentam e a qualidade despenca, pois os médicos perdem cada vez mais tempo mexendo com a papelada e dedicam cada vez menos tempo ao atendimento dos pacientes.  À medida que os custos vão disparando — como sempre ocorre quando burocratas assumem as rédeas de qualquer empreendimento —, o governo tem de confiscar cada vez mais dinheiro de uma economia já sobrecarregada para de alguma forma conseguir pagar as contas.
Como já vimos repetidas vezes naqueles países que adotaram a medicina estatal, quanto mais dinheiro e poder o governo tem, maiores serão o abuso e a depravação.  O aspecto mais estarrecedor dessa política de saúde pública é que, em algum momento, inevitavelmente haverá a necessidade de se cortar custos.  E, como todos já estarão obrigados a recorrer a tais serviços (por pura falta de opção), isso poderá significar o cancelamento de serviços vitais.  Adicionalmente, como a participação no sistema de saúde estatal acabará se tornando obrigatória, nenhuma alternativa legítima estará disponível.
Será o governo (isto é, o contribuinte) quem irá pagar todas as contas, obrigando os médicos e os hospitais a dançar de acordo com a música estatal.  Ter de sujeitar a nossa saúde a essa insanidade burocrática é possivelmente o maior perigo que enfrentamos atualmente.  A maior ironia de tudo é que, ao transformar o bem 'saúde' em um direito, a nossa vida e a nossa liberdade serão colocadas em risco.
É verdade que todos têm o direito a buscar algum tipo de assistência médica, sem que sejam impedidos pelas políticas governamentais.  Mas isto não é o sistema que temos hoje.  O atual e confuso sistema de saúde é repleto de interferências governamentais no processo.  A regulamentação federal, a inflação, as leis fiscais e normas federais ditando quais os serviços devem ser fornecidos obrigatoriamente pelos planos de saúde, a interferência estatal no mercado de planos de saúde, os licenciamentos para exercício da profissão, que nada mais são do que uma maneira de cartelizar a profissão de médico — tudo isso gera efeitos negativos na prestação de serviços médicos.
Os fanáticos que agora reivindicam ainda maior envolvimento do governo no sistema de saúde não percebem que os mais necessitados e as pessoas que exigem tratamento mais cuidadoso são as maiores vítimas dessa política irracional.  Quando programas humanitários bem-intencionados se baseiam em premissas falsas e noções econômicas insensatas, o resultado inevitável é que eles deixam de produzir benefícios desejados.
Pode alguém imaginar o que estaria acontecendo se, por razões de segurança nacional, o governo tivesse tomado para si a função de garantir que cada pessoa — homem, mulher e criança — tivesse um telefone celular, chamasse isso de 'direito', e justificasse tal medida como tendo a finalidade da segurança nacional?  Estaríamos vivendo um pesadelo.  A qualidade do serviço nunca teria melhorado, os preços seriam estratosféricos e a distribuição seria um desastre.  No entanto, hoje em dia temos celulares à vontade e os preços continuam a cair, mesmo com o mercado das telecomunicações estando sob forte regulamentação governamental.
É da natureza do governo produzir e prestar serviços de baixa qualidade a preços extremamente altos.  Sistemas econômicos socialistas, burocráticos e intervencionistas inevitavelmente causam danos à maior parte das pessoas que deveriam ajudar, e a custos muito altos.
Há muitas décadas temos uma farta disponibilidade de tecnologia moderna e isso se comprovou um benefício real para todos os setores econômicos, além de ajudar a manter os preços em baixa e ao mesmo tempo melhorar a qualidade dos produtos e serviços.  Isso ocorreu especialmente no setor de eletrônicos, representado pelos celulares, televisores e computadores.  Conquanto a medicina tenha sido grandemente beneficiada pelas novas tecnologias, o custo da medicina, em vez de cair, aumentou significativamente.  E há uma razão para isso ter acontecido.
As corporações médicas que cartelizam o mercado, a interferência do governo nos planos de saúde — levando a seu encarecimento — e a enorme quantidade de dinheiro público injetada no sistema só conseguiram aumentar os preços e piorar o fornecimento de todos os serviços médicos.  A saúde gerenciada pelo governo levou médicos, companhias de seguro-saúde, hospitais e principalmente pacientes a ficarem descontentes com o sistema.  Mesmo os muito ricos, aqueles que podem pagar por um tratamento privado e exclusivo, estão insatisfeitos com a situação, pois sabem que estão pagando um preço muito maior do que poderiam pagar caso houvesse um genuíno livre mercado no sistema de saúde.
Em vez de retirar os serviços de saúde do mercado, o racional seria implantar um genuíno livre mercado nos serviços de saúde — um mercado que fortaleça os indivíduos, e não os burocratas. 
Como? 
Ron Paul é médico e congressista republicano do Texas e candidato à nomeação para as eleições presidenciais de 2012. Seu website: http://www.campaignforliberty.com


Uma aliança inesperada que explica perfeitamente a natureza do corporativismo por Walter Williams



Shale gas EROI.jpgPor que o gás natural é vendido dentro dos EUA a US$0,139 o metro cúbico ao passo que, na Europa e no Japão, ele é vendido a US$0,409 e US$0,600 respectivamente? 
Parte da resposta está na enorme oferta existente nos EUA.  Com métodos de extração altamente tecnológicos e com a recente descoberta de vastos depósitos ricos em gás de xisto, as reservas estimadas dos EUA são de aproximadamente 6,8 trilhões de metros cúbicos.  Considerando-se as atuais taxas de uso, isso se traduz em uma oferta de gás natural de mais de 100 anos.  O que parcialmente explica os altos preços europeus e japoneses é o fato de que os mercados globais de gás natural não são integrados.  O governo americano impôs severas restrições à exportação de gás natural do país.
E isso, naturalmente, nos leva à próxima pergunta: por que há restrições à exportação de gás natural dos EUA?  A resposta é a de sempre: basta seguir o dinheiro.  De acordo com o site OpenSecrets.org, a empresa The Dow Chemical "apresentou despesas recordes com atividades lobistas no ano de 2012, gastando aproximadamente US$12 milhões.  E, pelo atual ritmo, irá superar esta quantia neste ano."  A empresa também gastou centenas de milhares de dólares em contribuições para campanhas de políticos que apóiam as restrições às exportações de gás natural.  
O gás natural é utilizado pela Dow como matéria-prima.  A empresa se beneficia financeiramente dos baixos preços do gás, os quais aumentariam caso o Congresso americano revogasse as restrições às exportações, pois isso elevaria a demanda externa e, consequentemente, diminuiria a oferta interna.  A Dow argumenta que "todo o atual otimismo da indústria americana está fundamentado nas perspectivas de uma oferta adequada, confiável e a preços sensatos de gás natural."  É óbvio que a Dow e outros grandes usuários de gás natural contam com o apoio de poderosos grupos ambientalistas americanos que são contrários às atividades de prospecção e extração de gás de xisto, e que sabem que as restrições às exportações servirão à sua causa.
Adicionalmente, os grandes usuários de gás natural e os grandes grupos ambientalistas contam com poderosos aliados estrangeiros, algo que perceptível na declaração feita pelo príncipe saudita Alwaleed bin Talal, que disse ao ministro das energias da Arábia Saudita, Ali al-Naimi, que a crescente produção de gás de xisto americano representa "uma inevitável ameaça" para aquele país.  A ministra das energias da Nigéria, Diezani Alison-Madueke, concorda e complementa dizendo que o xisto petrolífero dos EUA representa uma "grave preocupação".  À luz destas "preocupações" estrangeiras em relação à produção energética americana, é de imaginar se estes países forneceram contribuições financeiras para políticos, ambientalistas e outros grupos americanos que atualmente estão combatendo ferozmente a prospecção e extração de petróleo e gás natural.
Certamente seria do interesse deles fazer todo o possível para manter o Ocidente dependente dos países da OPEP no que diz respeito a petróleo e gás.
Os produtores americanos de gás natural certamente gostariam de exportar seu produto para Europa e Japão para se beneficiarem dos preços mais altos ali praticados.  Um efeito dessas exportações seria o aumento dos preços do gás natural nos EUA e uma redução dos preços do gás natural nos países importadores.  Gigantes industriais como Dow, Alcoa, Celanese e Nucor são membros da America's Energy Advantage, um grupo lobista que diz ser anti-patriótico permitir a ilimitada exportação de gás natural.  O grupo argumenta que restrições às exportações ajudam a manter os preços do gás natural baixos nos EUA e fornece às indústrias americanas uma vantagem em termos de matéria-prima, o que permite que elas possam produzir bens a preços menores. 
Gostaria de perguntar à Dow, à Alcoa e às outras empresas que fazem lobby contra as exportações de gás natural se este mesmo argumento se aplica a elas.  Afinal, estas empresas exportam vários de seus produtos domésticos.  Por exemplo, a Alcoa exporta toneladas de alumínio.  Uma restrição à exportação de alumínio reduziria os preços do alumínio dentro dos EUA, desta forma beneficiando a indústria aeronáutica e automotiva, bem como fazendo com que todas as outras indústrias que utilizam alumínio se tornassem mais competitivas.  Duvido que a Alcoa pense assim.  Sempre será insensato adotar uma política econômica que estimule a indústria nacional por meio de métodos custosos e ineficientes, tais como restrições às exportações.
Porém, há um outro efeito indesejado das restrições às exportações de gás natural.  A enorme oferta e os consequentes baixos preços já começaram a atuar como um desestímulo para a futura exploração e produção de energia nos EUA.  De acordo com um artigo no The Wall Street Journal escrito por Thomas Tunstall, diretor de pesquisa do Institute for Economic Development, da Universidade do Texas, intitulado "Exporting Natural Gas Will Stabilize U.S. Prices" [Exportar gás natural irá estabilizar os preços nos EUA], a produção de gás natural nos três maiores campos de xisto petrolífero do Texas já rescindiu e voltou aos níveis de 2012. 
Tunstall conclui dizendo que "No longo prazo, a dinâmica do livre mercado — o que inclui a liberdade de exportar sem restrições ou incertezas artificiais — é a melhor forma de gerenciar as curvas de oferta e demanda globais de gás natural".  Quem entende de economia concorda.

Walter Williams é professor honorário de economia da George Mason University e autor de sete livros.  Suas colunas semanais são publicadas em mais de 140 jornais americanos.

Tradução de Leandro Roque

Igreja apoiou o golpe de 64

GOIS DE PAPEL

Igreja apoiou o golpe de 64

Chega às livrarias, pela Editora Multifoco, o livro “Os bispos católicos e a ditadura militar brasileira: a visão da espionagem”, baseado na tese de mestrado na UFRJ do historiador Paulo César Gomes Bezerra, que mostra como a repressão vigiava os bispos católicos que faziam oposição ao regime.
O livro mostra o apoio da Igreja aos militares em 1964. Afinal, em tempos de Guerra Fria, eles tinham um inimigo comum: o comunismo ateu. “Em maio de 1964”, diz o historiador, “um manifesto assinado por 26 bispos da CNBB em linhas gerais agradecia aos militares por ‘salvarem’ o país do perigo iminente do comunismo”.
Aliás, no dia do golpe, Dom Paulo Evaristo Arns, que terminou sendo um dos heróis da resistência contra a ditadura, deslocou-se de Petrópolis, RJ, onde morava, para abençoar a chegada das tropas golpistas do general Mourão Filho.
As relações dos militares com a Igreja azedaram depois do AI-5, de 1968, com o endurecimento do regime. “Ainda assim”, diz Paulo César, “em maio de 1970 um texto da CNBB, em que a Igreja denunciava torturas nos porões do regime, também criticava ações de violência que podiam ser atribuídas à esquerda”.
Quatro meses depois, em setembro de 1970, Igreja e Estado trocaram de mal para valer com a detenção por quatro horas de dom Aloísio Lorscheider, secretário-geral da CNBB.
— Por um instante, a hierarquia da Igreja uniu-se contra o Estado. Até o Papa Paulo VI deu apoio ao bispo — lembra o historiador.
Mesmo depois do, digamos, rompimento, ainda havia bispos que, isoladamente, davam apoio aos milicos.
O SNI registrou, em setembro de 1980, que o então arcebispo de Aracaju, dom Luciano Cabral Duarte, denunciou ao núncio apostólico, dom Carmine Rocco, a participação de Dom Hélder em ato, em Sergipe, no qual “teria pregado a união de estudantes e camponeses para a derrubada da ditadura”.
República Comunista do Nordeste
Aliás, Dom Hélder chegou a ser acusado pelo SNI de ajudar a “eclodir um movimento separatista que teria como ponto de partida a região Norte-Nordeste”.
Ah bom!

Pixinguinha toca e samba nos 400 anos de São Paulo

DOCUMENTÁRIO

Pixinguinha toca e samba nos 400 anos de São Paulo

Dica do nosso Aluízio Maranhão, jornalista e sambista. Acabou de chegar ao Youtube uma joia rara da cinematografia nacional: um documentário de Thomaz Farkas (1924-2011) exibe Pixinguinha (1897-1973) tocando e sambando com a velha guarda (sambistas como Donga, Almirante e João da Baiana) no quarto centenário da cidade de São Paulo, em 1954. O detalhe é que o filme, rodado no Parque do Ibirapuera, ficou 50 anos na lata porque não tinha som. Em 2004, foi sonorizado pelo Instituto Moreira Salles e Cia. de Áudio e Imagem. História se faz assim.
Em fevereiro deste ano, fez 40 anos que Pinxinguinha partiu dessa para melhor. Morreu na Igreja de Nossa Senhora da Paz, quando foi ser padrinho num batizado.
O vídeo tem só 9 minutos. Vale a pena ver de novo. 

O Centro de Imagem dos Jogos

AS FOTOS DE HOJE

O Centro de Imagem dos Jogos


Veja como vai ficar o Centro Internacional de Transmissão dos Jogos Olímpicos de 2016, local onde serão recebidas equipes de TV e rádio do mundo inteiro com direito de transmissão. Será construído pelo Consórcio Rio Mais dentro do Parque Olímpico, na Barra, com 85 mil metros quadrados. Terá capacidade para dez mil pessoas trabalharem simultaneamente durante 24 horas. As obras serão coordenadas pela Empresa Olímpica Municipal em conjunto com a Secretaria municipal de Obras. No fim dos Jogos, o prédio ficará aos cuidados do consórcio

Aécio diz que prévias devem ser solicitadas à Executiva do PSDB


Marcelo Fiúza, O Globo
Às vésperas da terceira visita de Dilma Rousseff a Minas Gerais em três semanas, o senador Aécio Neves (foto abaixo) fez críticas à intensa agenda da presidente da República no Estado e cobrou da petista “mais do que apenas promessas” em suas viagens. Em um evento em Belo Horizonte para tucanos mineiros, nesta segunda-feira, o presidente nacional do PSDB se eximiu da responsabilidade de convocar prévias em seu partido e assumiu de vez a postura de candidato da legenda ao Planalto em 2014.
- O estatuto do PSDB prevê as prévias. Não mudei de opinião e sempre as defendi. Basta que haja uma solicitação à Executiva do partido para que isso possa ocorrer. O que tenho feito como presidente do PSDB é organizar o partido no país inteiro - disse o senador mineiro, que considera “legítima” uma eventual postulação do ex-governador de São Paulo José Serra à candidatura pela legenda. - Estou cumprindo o papel que me foi delegado pela, praticamente, unanimidade do partido, de conduzir o PSDB para o futuro. O futuro somos nós, o passado são esses que estão no governo - completou.





Senador Aécio Neves participa da posse de Pimenta da como novo presidente regional do Instituto Teotônio Viela em Minas Foto: Divulgação
Senador Aécio Neves participa da posse de Pimenta da como novo presidente regional do Instituto Teotônio Viela em Minas Divulgação
BELO HORIZONTE — Às vésperas da terceira visita de Dilma Rousseff a Minas Gerais em três semanas, o senador Aécio Neves fez críticas à intensa agenda da presidente da República no Estado e cobrou da petista “mais do que apenas promessas” em suas viagens. Em um evento em Belo Horizonte para tucanos mineiros, nesta segunda-feira, o presidente nacional do PSDB se eximiu da responsabilidade de convocar prévias em seu partido e assumiu de vez a postura de candidato da legenda ao Planalto em 2014.
- O estatuto do PSDB prevê as prévias. Não mudei de opinião e sempre as defendi. Basta que haja uma solicitação à Executiva do partido para que isso possa ocorrer. O que tenho feito como presidente do PSDB é organizar o partido no país inteiro - disse o senador mineiro, que considera “legítima” uma eventual postulação do ex-governador de São Paulo José Serra à candidatura pela legenda. - Estou cumprindo o papel que me foi delegado pela, praticamente, unanimidade do partido, de conduzir o PSDB para o futuro. O futuro somos nós, o passado são esses que estão no governo - completou.

A presidente da República é aguardada em Belo Horizonte na terça-feira para formatura de alunos do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) e para a inauguração do Centro Cultural Banco do Brasil. Na terça-feira passada, Dilma esteve em São João del Rei para lançar o PAC Cidades Históricas e, na semana anterior, foi a Varginha, no Sul de Minas, para inauguração de um campus federal.
- Nós, mineiros, somos conhecidos pela nossa hospitalidade. Ela (Dilma) será muito bem recebida, espero que com lançamentos novos e não apenas requentando promessas antigas - disse o senador, que voltou a citar a chamada agenda federativa para pedir mais verbas para estados e municípios.
- As questões estruturais e que realmente mudariam a face do Brasil e fortaleceriam estados e municípios não vêm tendo resposta por parte da Presidência da República. É hora de Dilma não apenas vir a Minas, mas deixar algo mais do que sua visita - afirmou Aécio, citando propostas como a renegociação da dívida dos estados e a tributação do Pasep.
Aécio discursou para correligionários mineiros na solenidade de posse do ex-ministro das Comunicações Pimenta da Veiga como novo presidente regional do Instituto Teotônio Viela – órgão do partido para estudos sociais e políticos. Apesar de o senador não admitir que Pimenta seja o candidato do partido ao governo do Estado, o prestígio que o evento obteve indica que o ex-prefeito da capital está no páreo. Além de Aécio, compareceram à solenidade o governador Antonio Anastasia, o vice Alberto Pinto Coelho e praticamente toda a cúpula tucana de Minas. “Pimenta sempre foi dos quadros mais expressivos do PSDB e sempre será um nome à disposição do partido. O candidato ao governo de Minas será escolhida no momento certo”, disse.
Padrinho de filiação de Aécio ao PSDB e coordenador da campanha do senador em Minas Gerais, Pimenta terá como "missão à frente do instituto preparar o partido no estado para as eleições estaduais e nacional”, afirmou o senador.
Último a falar, Aécio encerrou seu empolgado discurso fazendo novas críticas ao governo federal. Comparando indicadores econômicos do Brasil com países latino-americanos, o senador disse que o país “precisa encerrar esse ciclo de poder”, e se colocou como alternativa nas urnas.
- Vamos iniciar uma belíssima caminhada rumo ao futuro e, do alto das montanhas de Minas, dizer a todos os brasileiros: Está na nora de mudar”.