quinta-feira, 2 de maio de 2013


A Cultura

A Cultura
A pergunta é dificil e suscita respostas muito abrangentes. Num ponto tenho a certeza: a cultura é uma fonte inesgotável riqueza pessoal.

“A cultura é essencial para quê ? Poderiamos começar assim. Mas primeiro ainda fui ao dicionário procurar a palavra “cultura”. Deparei-me com vários significados; pelo menos dois são importantissimos.

Um: Cultura - desenvolvimento dos conhecimentos e das capacidades intelectuais, quer em geral, quer num domínio particular.

Dois:  Cultura - maneiras colectivas de pensar e de sentir, conjunto de costumes, de instituições e de obras que constituem a herança social de uma comunidade ou grupo de comunidades. Engraçado, não é ? Como o primeiro significado da palavra “cultura”  se tem vindo a revelar tão necessário para que o segundo possa ser melhor! Se não desenvolvermos as nossoa capacidades intelectuais e não ampliarmos os nossos conhecimentos, teremos muito mais dificuldade em compreender correctamente outras “culturas”. Daqui surgem depois questões e conceitos como racismo, xenofobia, violência. Uma pessoa que tenha a referida “cultura” será sempre mais tolerante, mais compreensiva, mais atenta, porque sabe, porque conhece, porque entende. Poderá, assim, fazer com que a segunda definição de “cultura” seja mais coerente e efectiva; poderá fazer com que a herança social da sua comunidade seja mais pacifica,mais solidaria. A cultura é essencial? Sem dúvida. Para consolidarmos a nossa comunidade numa base pacifica, tolerante, solidária com o próximo. É preciso conhecer para entender. É preciso conhecer para aceitar. Como dizia a minha avó “ o saber nunca fez mal a ninguém.” E além disso, não ocupa lugar”.

“A cultura é essencial mas não vamos supor que ter cultura é ser erudito, muito cheio de ciências e de saberes. Uma pessoa pode ter pouca instrução mas ter uma linguagem muito culta, modos muito civilizados, sempre boas maneiras. O ideal é reunir a cultura de um povo com os vastos conhecimentos que se prendem nos livros, e claro, de preferência tirar um curso mesmo médio. 

Se por um lado é essencial para distinguir os costumes, os hábitos, a tradição de um povo, porque afinal de contas todos nos orgulhamos das raizes, de falarmos uma determinada lingua, de nos vestirmos assim ou simplesmente de termos nascido neste país , por outro é a responsável pelas discriminações e xenofobias. Se existe racismo é devido á cultura. Muito dificilmente uma cultura aceita outra e esta “outra” é quase sempre sinônimo de inferioridade. São criados preconceitos que ao longo do tempo têm tendência a generalizar-se e tornarem-se inalteráveis. Só que tirando esta formalidade da cultura, somos todos de carne e osso, todos respiramos, todos vivemos e morremos independentemente da nacionalidade, da cor da pele ou da lingua que falamos.

A cultura não é só o saber acumulado ao longo do tempo é preciso saber fazê-lo valer, para nos ajudarmos a nós próprios, através do respeito para com os outros. A cultura é saber e conhecimento, mas acima de tudo respeito e educação para com os que sofrem, os menos afortunados. Porque aignorância faz parte de todos nós.

É essencial partilhar com os outros o conhecimento que se adquire ao longo da vida. A cultura é como água numa esponja, alguém disse e eu estou plenamente de acordo.

Ser culto não é uma opção mas sim uma obrigação!

Recordo-me de uma conversa entre a maria e a joaquina a dada altura diz a joaquina para a maria quando for grande quero ter muitos vestidos, a maria responde eu quero ter muita cultura,mas a joaquina pergunta-lhe se saires á rua sem cultura és presa? A maria diz logo não.diz a joaquina então esprimenta saires sem vestido.

Dá que pensar, pois é um pouco a realidade que se vive num segundo plano, se não dizer último plano.

Se a cultura é essencial!? É, eu tenho a certeza que sim.


A chegada de Cabral ao Brasil

A chegada de Cabral ao Brasil
A chegada de Cabral ao Brasil foi parte de uma cruzada conduzida pela Ordem de Cristo, a organização que herdou a mística dos templários.

Domingo, 8 de março de 1500, Lisboa. Terminada a missa campal, o rei d. Manuel 1 sobe ao altar, montado no cais da Torre de Belém, toma a bandeira da Ordem de Cristo e a entrega a Pedro Álvares Cabral. O capitão vai içá-la na principal nave da frota que partirá daí a pouco para a índia. Era uma esquadra respeitável, a maior já montada em Portugal. com treze navios e 1 500 homens. Além", do tamanho, tinha outro detalhe íncomum. O comandante não possuía a menor experiência como navegador. Cabral só estava, no comando da esquadra porque era cavaleiro da Ordem de Cristo e, como tal, tinha duas missões: criar uma feitoria na índia e, no caminho, tomar posse de uma terra já conhecida, o Brasil. 

A presença de Cabral à frente do empreendimento era indispensável, porque só a Ordem de Cristo, uma companhia religiosa-militar autônoma do Estado e herdeira da misteriosa Ordem dos templários , tinha autorização papal para ocupar - tal como nas cruzadas - os territórios tomados dos infiéis (no caso brasileiro, os índios). No dia 26 de abril de 1500, quatro dias depois de avistar a costa brasileira, o cavaleiro Pedro Álvares Cabral cumpriu a primeira parte da sua tarefa. Levantou onde hoje é Porto Seguro a bandeira da Ordem e mandou rezar a primeira missa no novo território. O futuro país estava sendo formalmente incorporado às propriedades da organização. O escrivão Pero Vaz de Caminha, que reparava em tudo, escreveu pane o rei sobre a solenidade: "Ali estava com o capitão a bandeira da Ordem de Cristo, com a qual saíra de Belém, e que sempre esteve alta." Para o monarca português, a primazia da Ordem era conveniente. É que atrás das descobertas dos novos cruzados vinham as riquezas que faziam a grandeza e a glória, do reino de Portugal. Nas próximas páginas, você vai entender como essa organização transformou a pequena, nação ibérica em um império espalhado pelos quatro cantos do planeta.


Uma idéia delirante leva os portugueses ao mar
No começo do século XV, Portugal era um reino pobre. A riqueza estava na Itália, na Alemanha e em Flandres (hoje parte da Bélgica e da Holanda). Então (como foi que os italianos encabeçaram a expansão européias ? A rica Ordem de Cristo foi o seu trunfo decisivo. Fundada por franceses em Jerusalém em 1119, com o nome de Ordem dos Templários, acabou transferindo-se para Portugal em 1307, época em que o rei da França desencadeou contra ela uma das mais sanguinárias perseguições da História. Quando o infante d. Henrique, terceiro filho do rei d. João 1, tornou-se grão-mestre da Ordem, em 1416, a organização encontrou o respaldo para colocar em prática um antigo e ousado projeto: circunavegar a África e chegar à índia, ligando o Ocidente ao Oriente sem a intermediação dos muçulmanos, que então controlavam os caminhos por terra entre os dois cantos do mundo.
No momento em que d. Henrique, à frente da Ordem de Cristo, resolveu dar a volta no continente africano, a idéia parecia uma doidice. Havia pouca tecnologia para navegar em oceano aberto (o Mediterrâneo é um mar fechado) e nenhum conhecimento sobre como se orientar no Hemisfério Sul, porque só o céu do norte estava mapeado ainda: acreditava-se que, ao sul, os mares estavam cheios de monstros terríveis. De onde teria vindo então a informação de que era possível encontrar um novo caminho para o Oriente? Possivelmente dos templários, que durante as cruzadas, além de se especializarem no transporte marítimo de peregrinos para a Terra Santa, mantiveram intenso contato com viajantes de toda a Ásia.


Aventura religiosa
A proposta visionária recebeu o aval do papa Martinho V, em 1418, na bula Sane Charissimus, que deu caráter de cruzada ao empreendimento. As terras tomadas dos infiéis passariam à Ordem de Cristo, que teria sobre elas tanto o poder temporal, de administração civil, quanto o espiritual, isto é, o controle religioso e a cobrança de impostos eclesiásticos.

Entre o lançamento oficial da empreitada e a conquista do objetivo último decorreria um longo tempo, precisamente oitenta anos. Apenas em 1498, o cavaleiro Vasco da Gama conseguiria chegar à índia. Morto em 1460, d. Heruique não assistiu ao triunfo da sua cruzada. Mas chegou a ver como, no rastro dela, Portugal ia se tornando a maior potência marítima da Terra.


A diplomacia do Príncipe navegador
A Escola de Sagres foi uma lenda criada por poetas românticos portugueses do século XIX. Na verdade, foi do porto de Lagos, no sudoeste de Portugal, que a Ordem de Cristo, liderada por d. Henríque, deflagrou a expansão marítima do século XV.


Um porto aberto na encruzilhada do mundo
D. Henrique Sagrou-se cavaleiro em 1415, na batalha de Ceuta, no Marrocos, em que os portugueses expulsaram os muçulmanos da cidade. No ano seguinte, o príncipe virou comandante dá Ordem. Como a sucessão do trono português caberia a seu irmão mais velho, d. Duarte, Henrique assumiu o cargo de governador de Algarve. Solteiro e casto, dividia o seu tempo entre o castelo de Tomar, sede da Ordem, e a vila de Lagos, no Algarve. Em Tomar, cuidava das finanças, diplomacia e da carreira dos pilotos iniciados nos segredos do empreendimento cruzado. O castelo era u m cofre de recursos e informações secretas. Lagos era a base naval e corte aberta. Vinham viajantes de todo o mundo, de "desvairadas nações de gentes tão afastadas de nosso uso", escreveu o cronista Gomes Eanes de Zurara, na crônica da Tomada de Guiné. Os, personagens desse livro revelam um pouco do cosmopolitismo do porto de lagos: havia gente das Ilhas Canárias, caravaneiros do Saara, mercadores do Timbucto (hoje Mali), monges de Jerusalém, navegadores venezianas, alemães e dinamarqueses, cartógrafos italianos e astrônomos judeus.

Uma das regras de ouro da diplomacia era presentear. Assim, o príncipe juntou uma biblioteca preciosa. Entre mapas, plantas e tabelas havia um exemplar manuscrito das Viagens de Marco Polo. Não por acaso a primeira edição impressa dessa obra foi feita não em latim ou em italiano, mas em português, em 1534.


A Ordem combatente dos padres-soldados
Conquistada pelos cristãos na Primeira Cruzada, em 1098, Jerusalém estava de novo cercada pelos árabes em 1116. Foi quando os nobres franceses Hugode Poiens e Geoffroi de Saint-Omer juraram, na igreja do Santo Sepulcro, viver em perpétua pobreza e defender os peregrinos que vinham à Terra Santa. Nascia a Ordem dos cavaleiros Pobres de Cristo, renomeada, em 1119, como Ordem dos Cavaleiros do Templo- a Ordem dos Templários.

Na época organizações católicas congregavam devotos sob regimento próprio. A dos Templários, entretanto era diferente: seus membros eram monges guerreiros. As normas da Ordem eram secretas e só conhecidas na totalidade, pelo comandante-em-chefe e pelo papa. Desde o início, os templários foram desobrigados de obedecer aos reis. Podiam, assim, ter interesses próprios. Ao entrar na companhia, o novato conhecia só uma parte das regras que a guiavam e, à medida em que era promovido, sempre em batalha, tinha acesso a mais conhecimentos, reservados aos graus hierárquicos superiores. Ritos de iniciação marcavam as promoções. Foi essa estrutura que permitiu, mais tarde, à Ordem de Cristo manter secreto os conhecimentos de navegação no Atlântico.


Banqueiros pobres
Enquanto as cruzadas, empolgaram a Europa, os templários receberam milhares de propriedades por doação ou herança e desenvolveram intensa atividade econômica. Nos seus feudos. introduziram métodos racionais de produção e foram os primeiros a criar linhagens de cavalos em estábulos limpos. Uma rede de postos bancários logo se espalhou por vários países. Peregrinos a caminho da Terra Santa depositavam seus bens no ponto de partida e ganhavam uma carta de crédito com o direito de retirar o equivalente em moeda local em qualquer estabelecimento templário. Daí para gerirem as finanças de reis como o da França foi um passo.

Mas a sua exuberância gerou inveja. Enquanto houve cruzadas, os templários exibiram orgulhosamente o manto branco com a cruz vermelha - a mesma que depois as naus portuguesas usariam. Com a queda da Cidade Santa, em 1244, e a expulsão das tropas cristãs da Palestina, em 129 1, a mística se dissipou e a oposição monárquica tomou-se explícita. Nas décadas seguintes, a confraria seria extinta em toda a Europa. Com a exceção de Portugal.


Calúnia e difamação e contra os guerreiros
O rei da França, Felipe IV, o Belo, devia celeiro à Ordem dos Templários. Os templários franceses eram os mais poderosos da Europa,. Controlavam feudos e construções no interior e em Paris. Entre eles, o templo, um conjunto de igrejas e oficinas que, reformado em 1319, virou o presídio da Bastilha, mais tarde destruído durante a Revolução Francesa.

As derrotas no Oriente Médio alimentaram uma onda de calúnias segundo as quais ás cavaleiros teriam feito acordos com os muçulmanos, fugido de campos de batalha e traído os cristãos. Aproveitando o clima, em 13 de outubro de 1307, Felipe invadiu, de surpresa, as sedes templarias em toda a França. Só em Paris foram detidos 500 cavaleiros, muitos sendo degolados.

Dois processos foram abertos: um dirigido pelo rei contra os presos e o outro conduzido pelo papa Clemente V contra a Ordem. O papa era francês, morava em Avignon e era aliado do rei. Torturas brutais e confissões arrancadas pela Inquisição viraram peças difamatórias escandalosas. O sigilo da Ordem foi usado contra ela e as etapas dos rituais de iniciação foram convertidas em monstruosidades. Os santos guerreiros foram acusados de cuspir na cruz, adorar o diabo, cultuar Maomé, manter práticas homossexuais e queimar crianças. Todos os seus bens foram confiscados. Esperava-se uma fortuna, mas, como pouco foi efetivamente recolhido, criou-se a lenda de que tesouros teriam sido transferidos em segurança para outro país.


Santuário de fugitivos
Para muitos, esse país teria sido Portugal. O rei d. Diniz (1261-1325) decidiu garantir a permanência da Ordem em terras portuguesas: sugeriu uma doação formal dos seus bens à Coroa, mas nomeou um administrador templário para cuidar deles. Nem o processo papal nem a execução do grão-mestre Jacques de Molay, em 1314, o intimidaram. Em 1317, reiterando que os templários não haviam cometido crime em Portugal, d. Diniz transferiu todo o patrimônio dos cruzados para uma nova organização recém-fundada: a Ordem de Cristo.

Assim, Portugal virou refúgio para perseguidos em toda a Europa. De vários países chegavam fugitivos, carregando o que podiam. O castelo de Tomar virou a caixa-forte dos segredos que a Inquisição não conseguiu arrancar. Dois anos depois, em 1319, um novo papa, João ~XXII, reconheceu a Ordem de Cristo. Começava para os cavaleiros uma nova era, com uma nova missão.


De cavaleiros a funcionários do Estado
Nas primeiras décadas de existência da Ordem de Cristo. os ex-templários estabeleceram estaleiros em Lisboa, fizeram contratos de manutenção de navios e à tecnologia. náutica, aproveitando o conhecimento adquirido no transporte marítimo de peregrinos entre a Europa e o Oriente Médio durante as cruzadas. Ao mesmo tempo, preparavam planos para voltar à ação, contornando a África por mar e, alindo-se a cristãos orientais, expulsar os mouros do comércio de especiarias.

Em 1416, quando assumiu o cargo de grão-mestre, d. Henrique lançou-se a diplomacia. Passaram-se cem anos desde que os templários haviam sido condenado nos processos de Paris e o Vaticano estava preocupado com a pressão muçulmana a Europa, que crescera muito no século XIV. Com isso, em 1418, o Infante consegue do papa um aval ao projeto expansionista. Daí em diante, cada avanço para o sul e para o oeste será seguido da negociação de novos direitos. Em um século, os papas emitiram onze bulas privilegiando a Ordem com monopólios da navegação na África, posse de terras, isenção de impostos eclesiásticos e autonomia para organizar a ação da Igreja nos locais descobertos.

Até a metade do século XV, os cavaleiros saíram na frente, sem esperar pelo Estado português. Uma vez anunciada a colonização, eventualmente doavam à família real o domínio material dos territórios, mantendo o controle espiritual, À corte, interessada em promover o desenvolvimento dá produção de riquezas e do comércio , cabia então consolidar a posse do que havia sido descoberto.



Pilhando mouros
No Marrocos, os novos civilizados atacaram Tânger, em 1437, e Alcácer-Ceguer, em 1458. O ímpeto guerreiro preponderou sobre o mercantilismo real até 1461, quando o cavaleiro Pedro Sintra encontrou ouro na Guiné. Aí, a pressão comercial da monarquia começou a ficar maior. Mesmo assim, ainda houve expedições contra os mouros marroquinos em Asjlah e Tânger, outra vez, em 1471. Mas à medida que foi sendo consolidado o comércio na rota das índias, a. partir da sua descoberta em 1498, a coroa foi absorvendo gradualmente os poderes da Ordem. Até que em 1550 o rei d. João III fez o papa Júlio III fundir as duas instituições. Com isso, o grão-mestre passa a ser sempre o rei de Portugal, e o seu filho tem o direito de sucedê-lo também no comando dos cruzados.


Outros parceiros entram no jogo
A Ordem de Cristo controlou o conhecimento das rotas e o acesso às tecnologias de navegação enquanto pôde. Mas com o ouro descoberto na Guiné, em 1461, o monopólio da pilotagem passa a ser cada vez mais desafiado. A partir de então, multiplicaram-se os contra tos com comerciantes e as cessões de domínio ao rei para exploração das regiões descobertas. Aos poucos a sabedoria secreta guardada em Tomar foi sendo foi sendo passada para mercadores de Lisboa, Flandres e Espanha. Portugal naquela época fervilhava de espiões, especialmente espanhóis e italianos, que procuravam os preciosos mapas ocultados pelos cruzados.

Enquanto o tesouro de dados marítimos esteve sob a sua guarda, a estrutura secreta da Ordem garantiu a exclusividade para os portugueses. Em Tomar e em Lagos, os navegadores progrediam na hierarquia apenas depois que a sua lealdade era comprovada, se possível em batalha. Só então eles podiam ler os relatórios reservados de pilotos que já haviam percorrido regiões desconhecidas e ver preciosidades como as tábuas de declinação magnética, que permitiam calcular a diferença entre o pólo norte verdadeiro e o, pólo norte magnético que aparecia nas bússolas. E, à medida que as conquistas avançavam no Atlântico, eram feitos novos mapas de navegação astronômica, que forneciam orientação pelas estrelas do Hemisfério Sul, a que também unicamente os iniciados tinham acesso.


Competição acirrada
Mas o sucesso atraía a competição. A Espanha, tradicional adversária, também fazia política no Vaticano para minar os monopólios da Ordem, em ação combinada com seu crescente poderio militar. Em 1480, depois de vencer Portugal numa guerra de dos anos na fronteira, os reis Fernando, de Leão, e Isabel, de Catela, começaram a se interessar pelas terras d’além-mar. Com a viagem vitoriosa de Colombo à América, em 1492, o papa Alexandre VI, um espanhol de Valência, reconheceu em duas bulas, as Inter Caetera, o direito de posse dos espanhóis sobre o que o navegante genovês havia descoberto. E rejeitou as reclamações de d. João II de que as novas terras pertenciam a Portugal. O rei não se conformou e ameaçou com outra guerra. A controvérsia induziu os dois países a negociarem, frente a frente, na Espanha, em 1494, um tratado para dividir o vasto novo mundo que todos pressentia: o Tratado de Tordesilhas.


Vitória da experiência em Tordesilhas
Na volta da viagem à América, em 1493, Cristóvão Colombo fez uma escala em Lisboa para visitar o rei d. João II. um gesto corajoso. O soberano estava, dividido entre dois conselhos: prender o genovês ou reclamar do papa direitos sobre as terras descobertas.

Para sorte de Colombo, decidiu pela segunda alternativa. Como a reivindicação não foi atendida, acabou sendo obrigado à enviar os melhores cartógrafos e navegadores da Ordem de Cristo, liderados pelo ex presidente Duarte Pacheco Pereira, a Tordesilhas, na Espanha, para tentar um tratado definitivo, mediado pelo Vaticano, com os espanhóis. Apesar de toda a contestação a seus atos, a Santa Sé ainda era o único poder transnacional na Europa do século XV. Só ela podia mediar e legitimar negociações entre países.

O cronista espanhol das negociações, frei Bartolomeu de las Casas, invejou a competência da missão portuguesa. No livro História de Ias Índias, escreveu: "Ao que julguei, tinham os portugueses mais perícia e mais experiência daquelas artes, ao menos, das coisas do mar, que as nossas gentes". Sem a menor dúvida. Era a vantagem dada pela estrutura secreta da Ordem.

Não deu outra. Portugal saiu-se bem no acordo. Pelas bulas Inter Caetera, os espanhóis tinham direito às terras situadas mais de 100 léguas a oeste e sul da ilha dos Açores e Cabo Verde. Pelo acordo de Tordesilhas, a linha divisória imaginária, que ia do pólo norte ao pólo sul, foi esticada para 370 léguas, reservando tudo que estivesse a leste desse limite para os portugueses o Brasil inclusive.


A Bomba de Hidrogênio

A Bomba de Hidrogênio
Freqüentemente denominada Bomba H ou Superbomba, é o mais possante artefato explosivo jamais produzido pelo homem. Essa arma tem uma força explosiva milhares de vezes maior que a da bomba atômica que destruiu as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasáqui em 1945. A bomba H também pode produzir precipitação radioativa com imensa capacidade mortífera.

Muitas autoridades acreditam que os países que possuem armas nucleares já dispõem de bombas suficientes para destruírem a civilização, caso ocorra uma guerra nuclear. Um dos maiores problemas com que o mundo hoje se defronta é o de assegurar que nunca ocorra uma guerra desse tipo. As nações têm feito muitas reuniões para discutir meios de reduzir o risco de guerra nuclear.


Funcionamento
Seu funcionamento baseia-se em reações nucleares de fusão, isto é, dois átomos de hidrogênio se chocam com bastante energia e fusionam, transformando-se num átomo mais pesado. Na realidade não se trata de hidrogênio normal mas hidrogênio pesado (deuterio). Nesta fusão há liberação de uma quantidade substancial de energia.

A fusão dos átomos de hidrogênio é o meio pelo qual o Sol e as estrelas produzem seu enorme calor. O hidrogênio no interior do Sol está comprimido de tal modo que pesa mais do que chumbo sólido. A temperatura desse hidrogênio alcança elevados índices – cerca de 15 milhões de graus centígrados – no núcleo do Sol. Nessas condições, os átomos de hidrogênio movem-se de um lado para outro e chocam-se uns com os outros violentamente. Alguns dos átomos fundem-se para formar átomos de hélio, um elemento mais pesado que o hidrogênio. Essa reação termonuclear, ou fusão, desprende energia sob a forma de calor.

A explosão de uma bomba atômica reproduz, por um instante fugidio, as condições de temperatura e pressão existentes dentro do Sol. Mas o hidrogênio leve comum (H¹) reagiria devagar demais, mesmo sob essas condições, para ser utilizável como explosivo. Então os cientistas tem de usar isótopos mais pesados de hidrogênio. Esses isótopos reagem mais prontamente do que o hidrogênio leve. Os cientistas conhecem dois isótopos pesados de hidrogênio: o deutério (H²), e o trício (H³), um isótopo tornado radioativo artificialmente.


Efeitos ou Reações Envolvidas
Precipitação: Isótopos radiativos, produzidos durante uma explosão nuclear, que permanecem na atmosfera ou precipitam-se sob o solo na forma de "neve radioativa".

Onda de Choque: A rajada ou efeito de choque térmico ou de calor, são basicamente os mesmos produzidos por uma bomba atômica.

Choque eletromagnético: ao explodir a bomba libera uma onda eletromagnética que danifica principalmente a rede elétrica como também eletrodomésticos, aparelhos eletrônicos, automóveis, etc..

Inverno nuclear:  incêndios de grandes proporções provocados pela bomba produziram uma fumaça espessa e toxica, bloqueando a luz do Sol e tendo como resultado mudanças climáticas severas, em particular temperaturasmuito mais baixas. Estes efeitos, provocados por partículas de fumaça que alcançaram a estratosfera, seriam catastróficos para a vida dos animais e plantas, e durariam vários anos.


História
Já em 1922, cientistas reconheceram as tremendas quantidades de energia que uma explosão de átomos de hidrogênio poderia liberar. No entanto, o hidrogênio comum não se fundiria suficientemente depressa de modo a explodir. Por outro lado, não dispunham de meios para produzir o intenso calor e a enorme pressão que se faziam necessários.

Na década de 1930, os cientistas descobriram os isótopos pesados e mais reativos do hidrogênio. Por fim, a bomba de fissão foi criada e aperfeiçoada como arma bastante poderosa para servir de detonador à bomba de fusão. Em 1950, o presidente norte-americano Harry S. Truman autorizou a produção da bomba de hidrogênio. Na primavera de 1951, cientistas norte-americanos testaram em pequena escala o princípio da fusão.

Em 1º de novembro de 1952, especialistas norte-americanos detonaram a primeira arma de hidrogênio da grandeza de megaton. Essa explosão liberou uma energia de 10,4 megatons. Os soviéticos explodiram sua primeira arma nuclear desta ordem em 12 de agosto de 1953. Os Estados Unidos da América detonaram sua primeira bomba da grandeza de megaton, apta a ser lançada (a bomba Bravo) em 1º de março de 1954. Em 30 de outubro de 1961, cientistas da URSS explodiram uma bomba de hidrogênio com uma potência de 58 megatons. 1 megaton eqüivale a cerca de um milhão de toneladas de TNT. A China explodiu sua primeira bomba de hidrogênio 17 de junho de 1967. A França experimentou a sua pela primeira vez em 24 de agosto de 1968. Desde então, todas as nações, salvo a França e a China, têm experimentado suas armas nucleares sob o solo.

Em 1968, as Nações Unidas aprovaram um tratado para deter a disseminação de armas nucleares por nações que não as possuem. O tratado entrou em vigor em 5 de março de 1970. Foi ratificado pelos E.U.A., Grã-Bretanha, URSS e mais de 40 nações. O Brasil foi um dos países que não concordou com tal ratificação.


Fases
A bomba de hidrogênio funciona em fases. Primeiramente uma bomba atômica explode, agindo como detonador. Ela fornece o calor e a pressão necessários à fusão. Em seguida, uma mistura de deutério e trício se funde, em uma reação termonuclear. Isso libera rapidamente grandes quantidades de energia, provocando uma explosão tremendamente poderosa.

Nem todas as bombas de hidrogênio produzem grandes quantidades de precipitação radioativa. O processo da fusão propriamente dita não forma produtos altamente radioativos, tal como na fissão. As armas inventadas nos últimos anos produzem muito menos precipitação do que as bombas de hidrogênio primitivas. Essas armas mais novas chamadas bombas "limpas", tiram da fissão somente uma pequena parte de sua energia. Quase toda energia provém da fusão. Já as bombas atômicas tiram toda sua energia da fissão. Elas produzem grandes doses de precipitação quando são detonadas perto da superfície da terra.


A Biosfera e os Biociclos

A Biosfera e os Biociclos
24/12/2008 - Amara Maria Pedrosa Silva
Biosfera é a soma de todas as regiões da terra onde existe vida.

Considerando-se a grande diversidade dos ecossistemas que integram a biosfera, ela pode ser dividida em três grandes biociclos:

-> epinociclo ou biociclo terrestre;
-> talassociclo ou biociclo das águas salgadas (marinho);
-> limnociclo ou biociclo das águas doces ou continentais (dulcícola).



Epinociclo
É a divisão da biosfera representada pelo conjunto de todos os ecossistemas de terra firme.

Compreende a província subterrânea e a província superficial.





Talassociclo
Compreende todos os ecossistemas marinhos.

O fundo dos mares divide-se em sistema litorâneo e sistema abissal.
-> O sistema litorâneo  compreende o fundo dos mares, desde as praias até a profundidade de 200 metros. Corresponde à plataforma continental. Nessa faixa encontram-se numerosos peixes, moluscos, crustáceos, anelídeos, espongiários e celenterados. 

-> O sistema abissal abrange o fundo dos mares a partir da profundidade de 200 metros.


A massa de água divide-se em zona nerítica, zona pelágica, zona batial e zona abissal.
-> zona nerítica (neron = água) se superpõe ao sistema litorâneo até a profundidade de 200 metros, apoiando-se na plataforma continental.

-> zona pelágica (pelagus = mar alto) se superpõe ao sistema abissal e vai até a profundidade de 200 metros.

-> zona batial (bathys = profundo) se situa numa faixa entre 200 e 2 000 metros sobre o sistema abissal. Nela se encontram seres extremamente adaptados às grandes pressões, à escuridão e ao frio intenso.

-> zona abissal (abyssus = abismos) fica abaixo dos 2 000 metros. Zona de máxima pressão e ausência total de luz. Seus habitantes apresentam corpo pequeno, com grande pressão interna e bioluminescência.


Quanto à intensidade de luz que penetra nas camadas de água, podemos dividir o talassociclo em três faixas:
-> a zona eufótica (muito iluminada)

-> a zona disfótica (pouco iluminada)

-> a zona afótica (totalmente sem luz)





Limnociclo
Abrange todos os ecossistemas dulcícolas, até mesmo uma poça de água.

Divide-se em:
-> província lótica ou das águas correntes

-> província lêntica ou das águas paradas.






Cigarro causa mais câncer em mulheres, segundo pesquisa




  • BBC
    Fumo também estaria associado a maior risco de doenças cardíacas nas mulheres
    Fumo também estaria associado a maior risco de doenças cardíacas nas mulheres
Uma pesquisa feita por cientistas noruegueses sugere que mulheres fumantes têm mais risco de desenvolver câncer de intestino que homens fumantes.


Os pesquisadores, da Universidade de Tromso, analisaram os registros médicos de 600 mil pacientes e concluíram que a incidência da doença é duas vezes maior entre mulheres que fumam.



O estudo foi divulgado na publicação especializada Cancer Epidemiology Biomarkers & Prevention.



Ele mostra que as mulheres fumantes têm 19% mais risco de desenvolver esse tipo de câncer que as não fumantes, enquanto entre os homens o cigarro aumenta esse risco em 9%.



Durante o período analisado, cerca de 4 mil pacientes tiveram câncer no intestino.



O risco de desenvolver a doença mostrou-se especialmente alto entre mulheres que começaram a fumar aos 16 anos ou mais jovens e aquelas que fumaram durante décadas.



Segundo os cientistas noruegueses, esse é o primeiro estudo a mostrar que até mulheres que fumam menos que homens têm um risco maior de desenvolver câncer no intestino grosso - um indicativo de que elas seriam mais vulneráveis aos efeitos tóxicos do cigarro.


Mas eles fizeram a ressalva de que a pesquisa não conseguiu levar em conta outros fatores que poderiam afetar a incidência da doença, como o consumo de álcool e a dieta dos pacientes.



Doenças cardíacas



Especialistas também já haviam mostrado que mulheres fumantes têm mais chances de sofrer um ataque cardíaco que homens fumantes, mas não sabiam muito bem o motivo dessa diferença.



Outra pesquisa recente, publicada por uma equipe da Universidade do Oeste da Austrália na revista médica Journal of Clinical Endrocrinology and Metabolism, apresenta uma possível explicação para isso.



De acordo com ela, adolescentes expostas ao fumo passivo apresentariam baixos níveis do colesterol "bom" (HDL), que ajuda a reduzir o risco de doenças cardíacas.



Já entre meninos, o fumo passivo não teria o mesmo impacto negativo - ou seja, os níveis de colesterol "bom" não seriam afetados pela exposição à fumaça de cigarro.



O estudo analisou mais de mil adolescentes na região de Perth, na Austrália.



"Levando em conta que doenças cardiovasculares são a principal causa de morte entre mulheres no mundo ocidental, essa é uma preocupação importante", afirmou Chi Le-Ha, que coordenou a pesquisa.



De acordo com um terceiro estudo, que acompanhou a trajetória de mais de um milhão de mulheres, aquelas que abandonaram o cigarro aos 30 anos evitaram quase completamente o risco de uma morte prematura devido a doenças relacionadas ao fumo.



"Já se sabe que fumar causa pelo menos 14 tipos diferentes de câncer", diz Sara Williams, da organização britânica Cancer Research UK.



"Para homens e mulheres, as provas são incontestáveis: não fumantes têm menos chances de desenvolver câncer, problemas cardíacos, deficiências pulmonares e muitas outras doenças graves."



Ossos 'comprovam' canibalismo de colonos britânicos nos EUA

  • BBC
    Marcas nos ossos são a primeira prova científica de canibalismo durante o duro inverno de 1609 e 1610 nos Estados Unidos
    Marcas nos ossos são a primeira prova científica de canibalismo durante o duro inverno de 1609 e 1610 nos Estados Unidos
Ossos humanos recém-descobertos provam que os primeiros colonos britânicos a chegar à América do Norte tiveram de recorrer ao canibalismo durante o duro inverno de 1609 e 1610, informam pesquisadores americanos.

Cientistas descobriram cortes incomuns, consistentes com canibalismo, em ossos deixados em um depósito de lixo da época.

O crânio e a tíbia de 400 anos, pertencentes a uma adolescente do estado americano da Virgínia, foram escavados no ano passado, em uma colônia fundada em 1607.

"A evidência é totalmente consistente com o desmembramento e com (a retirada da) carne desse corpo", diz Doug Owsley, antropólogo forense no Museu Smithsonian de História Natural, em Washington.

Documentos escritos já sugeriam que colonos, em desespero, haviam recorrido ao canibalismo. Mas a ossada da menina britânica de 14 anos é a primeira prova científica disso.

'Tempo da fome'

Os pesquisadores acreditam que a menina, depois de morrer, se tornou fonte de alimentos para uma comunidade que lutava para sobreviver ao inverno de 1609 e 1610 - período conhecido pelos historiadores como "tempo da fome".

Esse período é considerado um dos mais terríveis dos primórdios da era colonial na América do Norte. Os colonos em James Fort, Virgínia, estavam sitiados pela população indígena local e não tinham comida o bastante para sobreviver ao inverno.

Os colonos primeiro comeram seus cavalos; depois recorreram a cães, gatos, ratos, camundongos e cobras. Alguns chegaram a comer o couro de seus sapatos.

Por fim, tiveram de recorrer ao canibalismo, mas não se sabe quantos dos mortos da época viraram fonte de alimentos para seus pares. Acredita-se que a adolescente não tenha sido a única.

O alívio veio quando um nobre chegou ao assentamento com comida e mais colonos. Dos 300 colonos originais, sobraram apenas 60, após seis meses de isolamento e fome.

Cortes

No caso da menina, "havia numerosos cortes - na testa, na parte atrás do crânio e uma picada no lado esquerdo da cabeça, para extrair o cérebro", diz Owsley. "A intenção clara era remover tecido facial é cérebro para consumo. Essas pessoas estavam vivendo em circunstâncias extremas. Então, qualquer carne disponível seria usada."

Não se sabe exatamente como a menina de 14 anos morreu, mas o uso de seu corpo teria ocorrido pouco depois.

Análises mais aprofundadas indicam que, em sua vida, ela era bem nutrida e se alimentou com muita carne, dieta consistente com as classes mais abastadas da época.


Para especialistas, nova gripe aviária é 'ameaça séria'


  • Getty Images via BBC
    Novo vírus já sofreu duas mutações, ficando mais perto de ser transmitido entre humanos
    Novo vírus já sofreu duas mutações, ficando mais perto de ser transmitido entre humanos
O surgimento de um novo tipo de gripe aviária na China representa uma ameaça séria à saúde humana, mas ainda é cedo para prever se a doença poderá se espalhar em escala global, afirmam especialistas ouvidos pela BBC.

Desde março, quando o vírus H7N9 foi identificado, 126 pessoas foram contaminadas. Entre elas, 24 morreram e outras dezenas estão internadas em estado crítico.

Pesquisadores dizem estar monitorando de perto o ritmo e a seriedade da epidemia, mas esclarecem que até agora não há evidências de que o H7N9 pode ser transmitido entre humanos, levando a uma possível pandemia.

Pesquisas recentes sugerem que, para que isto ocorra, é necessário que o vírus sofra entre quatro e cinco mutações, mudando de um organismo hospedado por aves para um que se espalhe facilmente pelo ar.

"Até agora as pessoas que foram contaminadas tiveram contato direto com aves, provavelmente frangos comprados em um mercado chinês", afirma a pesquisadora Wendy Barclay, do Imperial College London.

"Mas o que nos preocupa é saber que o vírus H7N9 já sofreu ao menos duas mutações, ficando mais perto de se tornar um vírus que pode se espalhar pelo contato humano", alerta Barclay.

O professor John McCauley, diretor de um centro de saúde que colabora com a Organização Mundial de Saúde (OMS), diz que a organização está levando a ameaça da nova gripe a sério.

Ele diz que entre os sintomas da doença estão pneumonia, envenenamento do sangue - caracterizado pela presença de bactérias na corrente sanguínea - e falência dos órgãos.

A última gripe aviária, causada pelo vírus H5N1, se espalhou rapidamente para humanos em 1997 e já matou mais de 300 pessoas.

Vírus inédito

O professor Jeremy Farrar, especialista em gripe aviária e diretor de uma das maiores fundações de pesquisa no mundo, a Wellcome Trust, disse que o H7N9 deve ser tratado com atenção.

"Se um vírus influenza pula de seu habitat natural (aves) para humanos, é razão para preocupação".

Em casos de gripe aviária, geralmente as pessoas mais velhas não contraem o vírus porque seu sistema imunológico criou mecanismos de defesa contra vírus semelhantes ao longo da vida.

No entanto, na epidemia mais recente, as idades das pessoas afetadas variam entre dois e 81 anos.

"Isso sugere que não há imunidade em nenhuma faixa etária e que, como humanos, nunca vimos este vírus antes", afirma o professor.

"A resposta tem de ser calma e calculada, mas ao mesmo tempo firme", diz Farrar.

Estudo publicado na revista médica britânica Lancet sugere que o vírus influenza H7N9 é uma mistura de pelo menos quatro vírus provenientes de patos e frangos.

Diferentemente da epidemia do H5N1, o novo vírus não é letal para as aves, o que torna mais difícil rastrear a extensão da epidemia.


Conheça a 'estrada do futuro'

04h47

  • Daan Roosegaarde/Divulgação
    Placas luminosas na estrada avisariam motoristas se há gelo na pista.
    Placas luminosas na estrada avisariam motoristas se há gelo na pista.
Há décadas montadoras se esforçam para melhorar a tecnologia de seus carros. As condições das estradas, porém, parecem não ter evoluído no mesmo ritmo.
Agora, dois holandeses prometem mudar essa realidade com inovações como placas luminosas com alertas para condições meteorológicas adversas e uma pista que recarrega carros elétricos conforme eles andam.
Daan Roosegaarde, um artista conhecido por seus projetos excêntricos, e Hans Goris, diretor em um escritório de engenharia, já se envolveram em outros projetos ousados no passado - particularmente Roosegaarde, que chegou a desenvolver uma pista de dança com luzes ativadas pelos pés dos baladeiros e um vestido que fica transparente quando a mulher fica excitada.
A nova aposta da dupla, porém, são tecnologias que, segundo eles, podem revolucionar a construção e uso de estradas.
O projeto foi batizado de "Rota 66 do futuro" - uma alusão à icônica estrada americana que até os anos 80 ligava Chicago a Los Angeles.
"Sempre me impressionou o fato de que gastamos bilhões em projetos de pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias para os carros, mas as estradas ficaram completamente imunes a esse processo", diz Roosegaarde.
"Nessa área, ainda estamos presos na Idade Média."

Fim dos postes

Uma das inovações vislumbradas por Roosegaarde é uma pintura de estrada que emitiria uma luz forte no escuro, dispensando a instalação de postes de luz nas estradas.
"Quando começamos este projeto, Heijmans estava tentando criar uma luz de rua que funcionasse por meio de painéis solares", diz Roosegaarde.
"Fiz com que considerassem outras opções. Como é que uma água-viva emite luz, por exemplo? Elas não têm painéis solares, nem conta de energia.
"Voltamos à prancheta de projetos e saímos com a ideia dessas tintas que 'se carregam' durante o dia e emitem luz à noite."
Mas ter a ideia é uma coisa - e transformá-la em realidade, outra. E é nesse desafio, que a experiência de Goris pode fazer a diferença.
Segundo o engenheiro, uma das opções para criar as tais placas luminosas, por exemplo, seria misturar na sua tinta grandes quantidades de um cristal especial, que contém aditivos como o európio.
Outra tecnologia que já está sendo testada diz respeito ao uso de uma mistura de tinta termossensível para criar grandes placas de sinalização em formato de flocos de neve que avisariam aos motoristas sobre a presença de gelo na pista.

Estrada que recarrega energia

Também há um grande entusiasmo dos dois holandeses em relação ao projeto de uma pista exclusiva para carros elétricos com bobinas que carregariam as baterias dos veículos conforme eles passam.
  • Daan Roosegaarde/Divulgação
    Projeto de pista exclusiva para carros elétricos com bobinas que carregariam as baterias dos veículos conforme eles passam
A ideia pode parecer absurda, mas uma tecnologia semelhante já está sendo usada em um trem elétrico sem cabo em Bordeaux, na França.
"Não acho que cada autoestrada holandesa terá uma pista como essa, mas poderíamos pensar em ter isso em alguns lugares específicos", diz Goris.
Uma quarta ideia que a equipe holandesa pretende desenvolver até 2015 diz respeito a implantação de pequenas turbinas em locais estratégicos das estradas para usar o vento gerado pela passagem dos veículos para acender lâmpadas de sinalização.
"Descobrimos que principalmente na frente e no fim de túneis, há muito vento e poderíamos usar esse movimento de ar [para gerar energia]", acredita Roosegaarde.
Ainda é cedo para saber quanto dessas ideias sairão do papel. "Mas a menos que alguém esteja disposto a assumir o risco de ter ideias que à primeira vista parecem impossíveis, nunca progrediremos", opina Bill Thompson, especialista em tecnologia e colunista da BBC.
Entre outros centros e institutos que também estão tentando criar novas tecnologias para estradas estão a Universidade de Stanford, a empresa canadense Bombardier e a empresa de engenharia alemã IAV.