segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Documentário Cidade Cinza joga novas cores na arte de rua de São Paulo

Documentário Cidade Cinza joga novas cores na arte de rua de São Paulo 


Roberto Sadovski


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Em minha cabeça, grafite era uma coisa; pichação, outra. Pouco antes do começo da sessão de Cidade Cinza, o diretor Marcelo Mesquita (que trabalhou ao lado de Guilherme Valiengo) me puxou de lado e explicou que, no fim, tudo é igual e tudo é válido. “Mas como a arte e a sujeira podem ser a mesma coisa?”, cocei a cabeça. “A discussão não é sobre o que é arte”, ele disse. “Mas sobre como a voz de quem não tem voz, mesmo necessária, é apagada.” Pouco menos de duas horas depois, comCidade Cinza flutuando nas ideias, eu voltei a pensar nas palavras de Mesquita. E, ao sair do cinema, enxerguei os muros grafitados (pichados?) ao redor e pensei em vozes, em cores. E no cinza que os cobre.
Cidade Cinza é um trabalho de sete anos. O que começou como o registro do trabalho de artistas de rua como Nunca e Osgemeos, que viram seus grafites por muros, paredes e pontes de São Paulo ganhar o mundo como arte legítima, evoluiu para o universo paralelo em que a prefeitura da cidade se esforça para cobrir de cinza os muros “sujos”. Não só mostra uma cidade que perde sua cor, mas também ampliando o debate sobre a quem pertence o espaço público e até que ponto o poder vigente – independente de partidarismo, já que, a cada troca de administração, a “operação limpeza” se mantém firme – vai de encontro com a voz das ruas.
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Nunca e Osgemeos, protagonistas da arte de rua de São Paulo
O que fica claro com as palavras dos protagonistas de Cidade Cinza é que, acima de tudo, o grafite (pichação?) é a expressão de quem não encontra espaço “formal” para dizer o que pensa sobre a própria cidade na qual habita. Com habilidade, o filme estabelece uma cronologia dos artistas, mostrando de forma clara seu desenvolvimento e suas influências, o reconhecimento de institutos de arte fora do Brasil, até chegar à encruzilhada atual. Sua defesa apaixonada de seu trabalho é esperada, porém justa: existe estilo, existe evolução e, principalmente, existe uma visão muito clara do que a turma reunida no documentário quer mostrar. Mas a contrapartida é ainda mais sensacional: ao acompanhar os representantes do poder público que fiscalizam São Paulo em busca de grafites (pichações?) para cobrir de cinza, chegamos a um mundo bizarro em que o funcionário da prefeitura assume papel de censor, “crítico de arte” e até curador, determinando com o polegar para cima ou para baixo, arvorado em seu pequeno poder, quais obras “merecem” ser mantidas e quais, determinadas “feias e sujas”, são levadas ao caminho do esquecimento. Triste e impressionante.
O ponto central de Cidade Cinza é um mural de 700 metros quadrados, na alça de acesso da avenida 23 de maio, que foi apagado pela administração pública em 2008. Com a atenção da mídia e o protesto da elite cultural paulistana, o prefeito de então, Gilberto Kassab, admitiu o “equívoco” (“Um equívoco de 700 metros quadrados?”, pergunta a certa altura o artista Nunca), e um novo mural foi pintado em conjunto. A “reinauguração”, com direito a muita demagogia e palavras vazias por parte dos donos do poder, que praticamente ignoram as palavras dos artistas ao posar para as câmeras da imprensa, é um dos momentos brilhantes captados pelas lentes deCidade Cinza.
Afinal, é grafite ou pichação? Afinal, é sujeira ou arte? Afinal São Paulo é uma cidade que não compreende artistas desse porte ou é uma cidade cuja vocação é para a frieza do concreto?  Não há respostas. Mas Cidade Cinza consegue levantar a discussão. Particularmente, de cinza basta a chuva.
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Cidade Cinza (2013)9 fotos

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O documentário "Cidade Cinza", de Marcelo Mesquita e Guilherme Valiengo, acompanha a trajetória de grafiteiros brasileiros como OsGemeos, Nina e Nunca, que tiveram diversas obras pintadas de cinza pela prefeitura. O filme, que entra em cartaz nos cinemas graças a uma campanha de crowdfunding, tem música inédita do rapper Criolo na trilha-sonora Divulgação

Gigantesca delegacia de polícia

POLÍTICA

Gigantesca delegacia de polícia, por Gaudêncio Torquato

Maracutaia, acochambração, falcatrua, artimanha, trapaça. As cinco sonoras palavras, que agasalham o corpo de nossa cultura, nunca deixaram o pano de fundo dos relatos que dão conta da vida social e política do país.
Nos últimos tempos, porém, ecoando locuções em defesa e ataque por parte de contendores que se preparam para disputar o campeonato eleitoral de 2014, frequentam com maior intensidade a agenda de manobras erráticas na administração pública. A sensação é inequívoca: o Brasil mais parece uma gigantesca delegacia de polícia.
De maneira proposital, atores variados tentam confundir o terreno da licitude com o espaço da ilicitude, o certo com o errado, em aparente estratégia de defesa de interesses de pessoas e grupos. Ao final dessa tentativa de embaralhar as cartas do jogo político, todos perdem: atores individuais e institucionais.
A impressão que fica é a de que a disputa eleitoral, nesse final de ano, dá o tom maior do discurso, abrindo espaço para acusações e retaliações e expandindo a desconfiança social nos poderes constituídos.

José Dirceu, José Genoíno e Delúbio Soares, condenados do mensalão

Vejamos exemplos, a começar pela questão da saúde do deputado José Genoíno. Trata-se de paciente com problemas cardíacos a merecer cuidados. A espetacularização montada em torno do caso conferiu ao ex-presidente do PT a imagem de vítima que deve ganhar solidariedade.
O contraditório formado mostra, de um lado, ele, José Dirceu e Delúbio Soares como “presos políticos”, conforme se lê na faixa de um grupo sem terra, dissidente do MST; de outro, “foram julgados e cumprem penas por condutas políticas”, no dizer de um próprio petista Olívio Dutra, ex-governador do RS.
Um laudo clínico produzido por cinco cardiologistas da Universidade de Brasília atesta que Genoíno “é portador de cardiopatia que não se caracteriza como grave”, não carecendo permanecer necessariamente em prisão domiciliar. O STF dará a palavra final, mas é evidente que o processo de vitimização não terminará com o veredict

ITORORÓ: BANDIDOS EXPLODEM CAIXA ELETRÔNICO DO BRADESCO

ITORORÓ: BANDIDOS EXPLODEM CAIXA ELETRÔNICO DO BRADESCO


Por volta as 02:40 hs deste domingo, 01, a Polícia Militar de Itororó foi acionada para averiguar uma explosão que ocorreu em um dos caixas eletrônicos do Banco Bradesco no Centro da cidade.

Usando dinamite, bandidos ainda não identificados, conseguiram explodir um dos caixas no interior do Banco.

Funcionários responsáveis pelo Banco foram acionados para que se fosse avaliado quais danos ocorreram nos caixas atingidos pelos explosivos.

A ação dos bandidos de nada serviu, pois, segundo funcionários do Banco o caixa explodido não possuía dinheiro.
A polícia investiga o caso.



Informações do Blog Itororó Já