sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Desenho a lápis de grafite e aquarela: A refugiada

Desenho a lápis de grafite e aquarela: A refugiada



Desenho feito a lápis de grafite H, HB e 2B Staedtlher, e papel Mi-teintes, 55cmx60cm.
Alguns detalhes em aquarela.   

O sequestro das liberdades

O sequestro das liberdades

Denis Lerrer Rosenfield

A liberdade é conquistada a duras penas. Sua perda pode ser relativamente rápida, mesmo imperceptível. Lutas políticas e civis se estruturam segundo suas diferentes acepções, que terminam por ser bandeiras que, com dificuldades, são levadas adiante. Frequentemente essas diferentes acepções são objeto de disputas acirradas, podendo até mesmo perverter a essência mesma do que seja a liberdade.

A liberdade é dita diferentemente segundo os interlocutores, os contextos e as definições. A rigor, caberia falar de liberdades, nas quais entram em linha de consideração a liberdade de empreender, a liberdade de escolha, a liberdade de pensamento e expressão, a liberdade da pesquisa científica, a liberdade de ir e vir, a liberdade de organização sindical e política, a liberdade religiosa e a liberdade de escolha dos dirigentes e representantes políticos.

A questão, porém, reside em que pode ocorrer um sequestro progressivo de certas acepções, outras permanecendo aparentemente intactas, até que outro sequestro reduza ainda mais o seu espectro. Tomemos a liberdade de imprensa e de expressão. O Estadão, pasmem, continua sob censura, configurando uma situação "normal", como se essa "anormalidade" fosse minimamente aceitável. O governo recuou, diante da pressão dos meios de comunicação, das medidas mais liberticidas de seu Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3) em relação à imprensa e à mídia em geral. Para esse setor empresarial, as coisas aparentemente voltaram ao normal.

O problema, contudo, consiste em que se trata de uma simples aparência, pois sob a cobertura eufemística de "direitos humanos" outras medidas atentatórias às liberdades continuam constando em seus outros 500 itens e propostas. Pense-se, por exemplo, nos ditos "conselhos ambientais", que deveriam ser necessariamente consultados para a criação e ampliação de uma empresa em geral ? siderúrgica, de construção, de mineração, entre outras. Trata-se, sob a cobertura do politicamente correto, de propor a criação de "conselhos sindicais", "sovietes", para utilizar a linguagem russa, que passariam a ter ingerência na vida mesma das empresas, cerceando a liberdade de empreender.

A confusão de acepções chega a ser de tal monta que o próprio sentido da democracia é deturpado em função de um linguajar baseado numa doutrina "superior" dos direitos humanos. Assim, a democracia representativa se torna a bola da vez, com propostas de sua substituição progressiva pela democracia dita participativa. A linguagem utilizada é a da busca de uma sociedade mais justa e solidária. No entanto, quando vem à tona o significado dessas novas palavras, surgem as verdadeiras definições, como se a verdadeira sociedade justa e solidária fosse a que nasceria da destruição do capitalismo, definido como fonte de todos os males. Mais concretamente, a sociedade "justa e solidária" vem a ser identificada às propostas comunistas e socialistas dos irmãos Castro e de Hugo Chávez. Este último chegou até a ser defendido por nossos governantes como um verdadeiro democrata. Liberticidas são apresentados como libertários.

Há, também, toda uma campanha em curso que defende maior ingerência do Estado na vida dos cidadãos, cerceando a sua liberdade de escolha. Aqui, o sequestro da liberdade é dito ser feito em nome da saúde do cidadão, como se este fosse incapaz de discriminar por si mesmo aquilo que lhe convém ou não. O prazer, em particular, faz parte da escolha individual, não devendo o Estado ingerir num domínio que deveria estar ao abrigo de qualquer intervenção externa. O ato de regular os direitos individuais a partir dos direitos dos outros não pode ser confundido com uma ação administrativa estatal que se apresenta como a representação da virtude. O que não cabe é o indivíduo simplesmente receber uma imposição, dita do "bem", do que lhe deveria convir. A própria noção de prazer ? isso cada um sabe de sua própria experiência de vida ? tem os mais diferentes significados, podendo estar associada também à dor. Já Freud tinha concebido a indissociabilidade entre as pulsões de vida e morte. Cada um tem o direito de escolha de seu próprio corpo, de suas formas de expressão e de satisfação.

A liberdade de expressão e de empreender é vista igualmente com desconfiança a propósito da publicidade, como se essa atividade devesse ser cada vez mais controlada, retirando de sua alçada uma série de produtos considerados como "nocivos". Segundo essa concepção, o Estado é que determinaria o que seria tido por nocivo ou não para os cidadãos. A questão é de monta por estar baseada na confusão entre "influenciar" e "determinar". A rigor, a publicidade "influencia" o cidadão, não retirando deste sua capacidade de livre escolha. Ao contrário, ela a pressupõe. Posso comprar ou não um produto que me é apresentado publicitariamente. Daí não se segue que o cidadão seja completamente determinado, como se fosse um robô manipulável, desprovido de livre-arbítrio.

Causa espanto, também, que propostas ditas inovadoras de um "Brasil do século 21" estejam baseadas em posições retrógradas, avessas à liberdade de conhecimento e de pesquisa. Fala-se um pouco menos, neste período eleitoral, dos enormes problemas enfrentados pela CTNBio a propósito da pesquisa com transgênicos e da liberalização de sua comercialização. Até ainda recentemente, o dito "princípio da precaução" era identificado com o "princípio do imobilismo", na verdade, o princípio de restrição da própria pesquisa científica.

A liberdade de pesquisa foi conquistada após longos esforços, que perpassaram vários séculos, tornando as universidades lugares de realização das liberdades. Algumas ditas "novidades" são, agora, apresentadas como se estivéssemos diante de uma nova postura ante o mundo, quando são propostas de volta a um mundo anterior à conquista dessas liberdades.

Réquiem ao deus de si mesmo, ou Moisés e os faraós da modernidade.


Por Renato Emydio, texto em razão da morte do Saramago

Não conheço, não li, sei o que falam, sei o título de sua obra sobre o evangelho segundo Jesus. Sei que o cara era ateu.

Chega a ser desconcertante, para estes tempos modernos, a facilidade com que pessoas professam seu ateísmo e se dizem atéias. Desconcertante, para mim, por que a evolução do conhecimento científico e das tecnologias indicam o caminho oposto ao ateísmo. As descobertas da ciência cada vez mais tornam evidente a existência daquilo que chamamos Deus, ou Criador.

São muitos ateus. Cientistas de renome, físicos, matemáticos, filósofos, artistas, poetas...

Duas vertentes devem ser observadas em relação ao ateísmo,: os interesses sócio-políticos (força sociais) e a metafísica.

Apenas sob o prisma metafísico, entretanto, tal assunto pode ser devidamente analisado.

Sob o aspecto religioso, confunde-se Deus com Religião. Separemos ambas por que são coisas distintas. E trata-se, então e somente, de analisar a existência, ou não, de Deus.

Conheço, e os ateus devem conhecer, os argumentos e razões que fundamentam sua forma de pensar. Eu conheço de cor. Resumo-os: “simplesmente não acredito em Deus”.
Pessoas que falam assim, pessoas inteligentes, capazes, trabalhadoras, honestas cometem um erro de avaliação muito grande. Na maioria das vezes um erro induzido.
Estas pessoas não souberam fazer algumas perguntas, entre as quais, para mim, se destacam algumas.
Muitos cientistas defendem o ateísmo e usam a sua Ciência como suporte para suas afirmativas. A bastilha derradeira é Darwin e o homem que descende do macaco. Pode-se dizer que seria a palavra de Darwin, o veredicto da Ciência, contra a palavra de Moisés, para exemplificar com a crença judaica.

Será que Darwin teria maior capacidade intelectual do que Moisés? Os livros de Moisés podem ser classificados como uma obra bizarra, destituída de bom-senso ou baseada apenas no senso comum? Uma pajelança esotérica, nas areias de um deserto inóspito, que desencadeou forças naturais capazes de fazer raios e trovões escreverem nas pedras? Ou é uma obra que o cérebro humano “moderno” classificaria como genial?

Evidentemente Moisés não era irracional. Sabia muito bem o que fazia e o fazia com excelência. Sua obra está ai para qualquer um ver e analisar. Apenas exige-se que seja cientificamente analisada, sem achismos ou palpites – ou pelo menos sistematicamente. Aliás, fazia e não tinha interesses políticos – observe-se o cuidado, o virtuose, ele o Moisés “tu não entrarás na terra prometida”. Darwin seria capaz de tamanho alcance de previsão? Darwin acertaría tanto?
Concluí-se, tecnicamente, que o homem moderno não é mais inteligente que seus antepassados bíblicos. Ou de outras poderosas vertentes religiosas. Estrategistas modernos baseiam-se nas soluções adotadas na antiguidade.

De fato, Moisés não consegue comprovar nada cientifica ou racionalmente. Cito Moisés por que é o que mais conheço. E Darwin também não consegue algo parecido. O fato de que seres humanos descenderem, ou não, de macacos nada prova a respeito de Deus. Nem comprova, ao menos, que Moisés esteja errado.

Mas o que levou Moisés a crer na existência de Deus é uma pergunta intrigante. Segundo se constata, ele se colocou como servo obediente de Deus. O notável é que isto acontece com um sujeito rigidamente racional, frio, calculista e inteligente. Ele poderia ter dito, como eu diria, “vou esquecer esta bobagem e levar a vida ao lado do Faraó, que está ao meu alcance, sem esforço e com o conforto que o Egito poderá me propiciar”. Moisés poderia descrer de tudo, ou crer em Faraó.
Moisés tinha um defeito (ateus poderão dizer delírio) chamado integridade moral. Não conseguiria viver negligenciando a tarefa que via a sua frente, na qual acreditava e que tinha capacidade para cumprir.

Como Moisés chegou a conclusão de que Deus existia, é a grande pergunta. Onde ele viu Deus, como raciocinou, qual ou quais elemento de prova admitiu para si.
Aquilo que Moisés teve extrema dificuldade para constatar, hoje está ao alcance de todos.

Sabemos como o ciclo vital ocorre, temos as diversas teorias sobre a estrutura atômica, as forças que interagem neste nível e seus desdobramentos, a mecânica clássica, a biologia, a medicina.

Todos estes conhecimentos nos levam a constatar que não temos a menor probabilidade de descobrir como a vida surgiu. Não temos a menor idéia de como o Universo surgiu. E aqui está outra âncora do ateísmo: foi o big-bang. Chega a ser jocosa a discussão, inclusive em respeitados meios científicos, sobre esta teoria e sua relação com vida. Resumindo: um determinado “dia” houve uma explosão no espaço (note-se que já existia espaço – coisa que deveria ser provada) e, magistralmente, olhem nós aqui.

Moisés viu a vida, o universo que lhe era disponível, viu que era o ser mais inteligente no meio que o rodeava. Viu mais, viu que a inteligência estava escalonada - um cachorro é mais inteligente que uma borboleta – um macaco mais que um cão. Moisés sabia das nossas misérias, das misérias humanas. Sua conclusão foi racional, lógica, decente: “Não, eu não sou o ser mais poderoso deste lugar”.

Portanto, se eu sou mais capaz do que um cão, logicamente haverá algo mais capaz do que eu. Qualquer outra consideração a este respeito, divergente, formulada de forma consistente, terá que superar o crivo da Vaidade humana. Olhamos para o universo (conhecido) e sabemos, hoje, sua estrutura e idade, incontáveis estrelas e planetas, corpos celestes e distâncias infinitas. Será que o ser humano é o produto máximo de tudo isso?. Não, não é. Então há, probabilidade de 100%, outras formas de vida e mais inteligentes que a humana. Então só falta dimensionar o quanto são, ou é, mais desenvolvido que nós o Ser mais inteligente que possa existir neste universo todo. Este é o Deus ao qual Moisés se refere. A mais cristalina e pura lógica que daria inveja (saudável) a Newton e Darwin entre tantos.

Não se pode ver aqui uma espécie de antroporfismo barato, apenas constata-se que as características humanas devem estar presentes na sua origem, se for o caso, no Ser que as criou, não sendo obrigatoriamente caracterizadoras deste Ser.

A vida é criação por tudo que o cérebro humano pode compreender, por tudo que as faculdades humanas possam conceber. A vida não resulta do universo, da matéria. Pelo contrário, a matéria, para a razão humana deve obrigatoriamente ter sido criada. Não somos capazes de compreender ou imaginar uma matéria eterna ou um universo eterno. A mesma incapacidade nos atinge em relação à figura de Deus. Somos capazes apenas de aceitar a possibilidade do ser Criador, Originador do Universo, mas não somos capazes de compreender ou imaginar como este ser existe.

Mas, para nós humanos, a vida como a conhecemos é criação, não é um fenômeno eterno. Como ela surge fisicamente não sabemos ainda responder, mas sabemos que surge. Sabemos também pode se originar de outra vida.
Para Moisés um único Deus originou tudo. Conclusão brilhante e preciosa.

Saramago não quis ver por que era apegado demais às suas crendices. Poderia ter sido um excelente Faraó, se tivesse ocasião. Quem sabe derrotaria Moisés e o sufocaria no deserto sem lhe dar tempo para chegar ao mar. Mas, até para Faraó, crendices e lendas podem ser um grande problema." Renato Emydio

SANTA CATARINA E MAQUIAVEL – HOMENAGEM A IMPRENSA “ENGAJADA”

SANTA CATARINA E MAQUIAVEL – HOMENAGEM A IMPRENSA “ENGAJADA”

por Dr.Milton Simon Pires

Quem domina a linguagem domina o pensamento! Toda vez que abordamos os ataques terroristas em Florianópolis como a “questão da violência” estamos fazendo aquilo que uma certa parte (a maior dela) da escória da Universidade e da Imprensa Brasileira querem: unir na mesma definição fenômenos de origem completamente distinta. Assim, a “questão da violência em Florianópolis” torna-se vizinha da “questão da mulher”, da “questão do índio” e da “questão GLS”. Ela sai portanto, da categoria do crime e entra na ordem do dia das “lutas sociais”.

Não há que se ter meias medidas com a imprensa que sofre de "Síndrome de Chinelização" (doença que eu abordei em texto específico) pois ela é toda pautada por jornalistas engajados com a intelectualidade. Eles vão sempre procurar ver "os dois lados daquilo que está acontecendo em Florianópolis" e acreditam de fato que existam estes dois lados - aquele de quem ataca e incendeia ônibus e aquele que faz parte da sociedade que criou, através da "exclusão social", as condições para que o ataque ocorra. Daqui a pouco um deles vai sugerir que os bandidos de Florianópolis sejam reunidos para estudarem Michel Foucault, Regis Debray e Mao Tse Tung juntos e vai insistir, neste e em outros blogs, que todos eles são “vítimas” deste modelo neoliberal perverso. A exemplo daquilo que aconteceu em São Paulo é inadmissível sugerir que "isto sempre aconteceu em todos os governos e não adianta culpar especificamente o PT". Respondo rapidamente que adianta, sim ! Todos os partidos políticos até hoje no Brasil tiveram e tem "ligações" com o crime organizado, menos o Partido dos Trabalhadores (PT) por um motivo muito singelo: o PT É O CRIME ORGANIZADO !

É isso que a imprensa não diz e que, mesmo que diga, as pessoas não vão entender. Elas precisariam conhecer a história inteira do Socialismo, saber que Stalin assaltava bancos e que Mao Tse Tung financiou sua revolução com dinheiro do tráfico de ópio. Seriam obrigadas a ler Sartre, estudar o movimento Black Power, Herbert Marcuse e a Teologia da Libertação para saber o porquê da glorificação da violência e da vitimização do bandido e buscar na história o ano de 1967 – época em que o General Golbery do Couto e Silva fez a loucura de juntar na Ilha Grande (RJ) os presos políticos e os traficantes de drogas. Foi ali, e não no Colégio Sion em São Paulo 1980, que nasceu o PT. É isso que Marilena Chauí não conta..isso que Chico Buarque não canta ..isso que a Zero Hora e a Folha de São Paulo não publicam! Este conhecimento, por enquanto fica restrito a algumas “aberrações da direita” e que não tem espaço algum na mídia. Certa vez Maquiavel escreveu que “quando a consciência das coisas mais graves são acessíveis às pessoas mais simples; aí já é tarde demais”. Vamos todos rezar para não ser esse o caso das pessoas de bem em Santa Catarina.

Palestra Online sobre Desintoxicação

Palestra Online sobre Desintoxicação



Vocês sabem o que é um Webnário?

Se ainda não sabem, essa palavrinha aí da foto significa conferência online,
palestra online e mais outros nomes que significam pura e simplesmente:
 uma palestra online com sala para outros visitantes - também online e
conectados de qualquer lugar do mundo - que "entram" nessa sala virtual
 e podem assistir a palestra e interagir com perguntas no chat.

Semana passada eu fiz o meu primeiro Webnário ao vivo sobre os temas:
 "Desintoxicação e Mudança de hábitos"e foi um sucesso!

Ela aconteceu na quinta feira, e tinha número restrito de pessoas na sala 
de conferência online, e por isso, não divulguei por aqui em um post. Mas,
 quem se inscreveu na minha lista de emails ficou sabendo dela - por
 isso se  você que está lendo este post e ainda não se inscreveu, eu se fosse
 você clicava aí do lado para se inscrever e receber as minhas
 atualizações por email e não perder essas novidades que compartilho! :) 

Inclusive, quem aqui do Blog que sempre me visita mas que nunca se
inscreveu, não sabe o que está perdendo! Logo no primeiro email que envio,
você ganha 3 PDFs com dicas para o Café da Manhã, Almoço e Jantar!!!

Depois de assistir a minha palestra, eu super recomendo você ler esse post que 
fiz há um tempo sobre como você pode se ajudar a se desintoxicar ativando o
 sistema linfático. 

Para assistir a palestra online, clique no vídeo abaixo. Espero que goste. Deixe seu
comentário aqui no Blog se gostou e comente o que mais quiser. Pra mim é um
prazer poder trocar com vocês.



Alimentação Inteligente: Palestra Desintoxicação com Malu Paes Leme
from Malu Paes Leme onVimeo.

Rio amarelo Rio Selvagem

Rio amarelo Rio Selvagem

Imagens impressionantes do Rio Amarelo na China durante o "sand washing".


O Rio amarelo é o segundo rio mais longo da China que possui uma particularidade de ser muito rico em um tipo de lodo formado a partir da erosão das rochas das grandes planícies chinesa. O rio fica repleto de areia amarela que acaba dando essa cor ao Rio.


Para evitar que o Rio suba muito por causa desse excesso de lodo e de areia o governo Chinês resolveu "esvaziar" o rio no Mar amarelo onde despejam de maneira regular milhões de metros cúbicos de água, livrando-se assim do excesso do lodo.

Quando isso acontece o rio amarelo nos proporciona imagens impressionantes

Isso que é Rio Selvagem
Parece montagem mas veja em video as imagens do rio em fúria :

A teologia da mistagogia

A teologia da mistagogia


Pe. Michael Azkoul

A teologia da mistagogia é sempre negativa ou apofática. A Mistagogia de São Fócio está repleta de expressões teológicas negativas. Quem estiver familiarizado com as liturgias de São João Crisóstomo e São Basílio, o Grande, se lembrará que estes ofícios expressam a linguagem da "santa e augusta hierurgia dos cristãos". [*] Dessa forma, Fócio é coerente com os outros Padres ao referir-se a Deus como o "transcendente em essência", "incorpóreo", "superdivino", "Deus indiferenciado e indivisível" (Mistagogia 6). Ele é a "Trindade superboa (hyperágathos)" (Mistagogia 43), a qual não deve ser confundida com o summum bonum dos escolásticos. Deus não é o "bem supremo"; Ele está para além de todo bem, para além de todos os nomes, descrições, atributos e denominações. Ele está para além de todo conhecimento e todo ser, não sendo nem totum esse nem verum esse. [**]

São Dionísio, o Areopagita, declara apofaticamente no capítulo V de sua Teologia Mística:
Ascendendo cada vez mais alto, sustentamos que Ele [Deus] não é nem alma, nem intelecto; nem possui Ele imaginação, opinião, razão ou entendimento; nem pode Ele ser expresso ou concebido, pois Ele não é nem número, nem ordem; nem grandeza, nem pequeneza, nem igualdade, nem desigualdade; nem similaridade, nem dissimilaridade; nem possui Ele poder, nem é Ele poder, nem luz; nem vive Ele, nem é Ele vida; nem é Ele essência, nem eternidade, nem tempo; nem está Ele sujeito a contato inteligível; nem é Ele ciência, ou verdade, ou realeza, ou sabedoria; nem um, nem unicidade; nem divindade, nem bondade; nem é Ele espírito, segundo nosso entendimento, nem filiação, nem paternidade; nem nada conhecido a nós ou a qualquer outro ser, nem das coisas que existem ou das coisas que não existem; nem nada que existe O conhece como Ele é; nem conhece Ele as coisas que existem segundo o conhecimento existente; nem a razão O alcança, nem O nomeia, nem O conhece; nem é Ele trevas, nem luz, nem falso, nem verdadeiro; nenhuma afirmação ou negação pode a Ele ser aplicada, pois embora afirmemos ou neguemos as coisas que Lhe estão abaixo, não podemos afirmá-Lo ou negá-Lo, na medida em que a Causa única e oniperfeita de todas as coisas transcende toda afirmação, e a simples preeminência de Sua natureza absoluta está fora de qualquer negação -- livre de toda e qualquer limitação e para além de todas elas.
Não fosse "o conhecimento de Deus implantado em nós por natureza", conforme declarou São João Damasceno [***], e não tivesse Ele revelado-Se em Seus "efeitos", isto é, em Sua energias e operações, e por fim em Sua encarnação, não teríamos absolutamente nenhum conhecimento acerca de Deus.

Ora, se o que os homens conhecem de Deus é resultado de Sua condescendência e se tal conhecimento flui por inspiração, e não por especulação, isso significa que a verdade ou falsidade do filioque deve ser determinada à parte de quaisquer formulações do intelecto humano. O teólogo deve possuir a "mente" (phronema) da Igreja. Portanto, São Fócio revela que todos os hierarcas presentes no sínodo de 879-880 -- inclusive os emissários do papa -- aprovaram "a verdadeira doutrina do Espírito Santo, adotando uma profissão de fé em completo acordo com os Padres, Concílios e, sem sombra de dúvida, com as palavras do próprio Senhor". "Eles aprovaram a doutrina com idêntica intensão (homophrones), com palavra e discurso, e com a assinatura de suas próprias mãos". (Mistagogia 25). De modo oposto, o santo não deixou de notar que aqueles que declaram falsas doutrinas -- neste caso, o filioque -- fracassam na tentativa de "teologizar mistagogicamente" (Mistagogia 20).

Segundo o Patriarca de Constantinopla, o filioque está fora da mistagogia. Ora, em que consiste sua falsidade? Em primeiro lugar, o filioque impôs a analogia do ser à Trindade, ao mistério do Divino. O filioque é uma noção catafática, sendo que os Padres ensinam que todas as afirmações "positivas" acerca de Deus referem-se à Seus "efeitos", à "economia" de Sua ações. Regozijamos na misericórdia que vem de Deus, mas não podemos dizer que a misericórdia seja um atributo de Deus. Podemos crer nas palavras do Gênesis de que o homem é feito "à imagem e semelhança de Deus", mas não podemos depreender daí que o Criador possui "memória", "intelecto" ou "vontade". Esse tipo de linguagem é própria dos homens e só pode ser aplicada a Deus equivocamente.
[*] Ad. Amph., q. 111 (PG 101, 656c)

[**] Sobre a teologia latina medieval tardia, cf. E. Gilson, The Spirit of Medieval Philosophy, traduzida por A. H. C. Downes (Nova York: Charles Scribner´s Sons, 1940), pág. 64ff, 96ff. O escolasticismo reduziu a "teologia negativa" a mero catafaticismo corretivo. Para os Padres, porém, a abordagem apofática era algo normal, e até mesmo os nomes das Pessoas eram compreendidas negativamente. "Declaramos que Deus Pai, aquele que não tem princípio, não é o Filho, nem o Espírito; e o Filho gerado não é nem o Pai, nem o Espírito; e o Espírito Santo 'que procede do Pai" não é nem o Pai, nem o Filho" (São Gregório, o Teólogo, Ora XXXI, 9, PG 36, 141d-144a).

[***] De Fid. Orth. I, 3.

Fonte: Introdução de On the Mystagogy of the Holy Spirit, de São Fócio, o Grande, tradução do Mosteiro da Santa Transfiguração, Studion Publishers, 1983, pág. 20-22, 26.