segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Mais um sucesso de Edney Silvestre

VIDAS PROVISÓRIAS



Veja o booktrailer de "Vidas Provisórias", livro de Edney Silvestre.

Resumo do livro:

Expatriados, Paulo e Barbara tiveram identidades e sonhos destruídos em dois momentos marcantes da história brasileira: a ditadura militar e a implementação do Plano Collor. Inspirado em sua experiência como correspondente internacional, o escritor e jornalista Edney Silvestre retrata o exílio e o cotidiano de brasileiros fora do país em Vidas provisórias, seu novo romance que chega às livrarias pela Intrínseca. Vencedor do Prêmio Jabuti de Melhor Romance em 2010, Silvestre retoma no novo livro a história de personagens de seus dois romances anteriores (Se eu fechar os olhos agora e A felicidade é fácil). Partindo dos regimes ditatoriais da América Latina até os atentados do 11 de Setembro nos Estados Unidos, Vidas provisórias compõe um vigoroso retrato das transformações que ocorreram no país e no mundo nos últimos 40 anos, com uma trama que viaja pelo Chile, Suécia, Estados Unidos, França e Iraque.

Baseado em Nova York entre 1991 a 2002, Edney Silvestre foi o primeiro jornalista da TV brasileira a chegar ao World Trade Center após os ataques. Além de correspondente internacional pelo jornal O Globo e pela Rede Globo, atua como Repórter Especial, com colaborações para os programas Jornal Nacional, Bom Dia Brasil e Jornal da Globo, possui uma coluna semanal no RJTV e é apresentador do Globonews Literatura.

Em Vidas provisórias, Paulo e Barbara compartilham, além da experiência do exílio, o estranhamento pela perda de suas identidades, o isolamento e a sensação de interrupção do curso normal de suas vidas. Diferentes motivos os levam ao estrangeiro. Em 1970, Paulo, perseguido pela ditadura militar, é preso, torturado e abandonado sem documentação na fronteira, de onde segue para o Chile e depois para a Suécia. Barbara, com uma identidade falsa, deixa o país para trás em 1991 — durante o governo Collor —, fugindo de um rastro de violência, e se instala nos Estados Unidos como imigrante ilegal.

O erro de esquecer

LUIZ GARCIA


O Comando Militar do Leste não parece perceber que a tropa de hoje não é herdeira da ditadura militar 
Oregime militar acabou há décadas, e não deixou saudades. Ou, pelo menos, poucos se atrevem a defender aquele período de nossa história, que começou com as melhores intenções e terminou desmoralizado por uma condenação, generalizada ou quase isso, da opinião pública. Com o apoio de boa parte dos militares. 
Não há dúvida que muitos brasileiros, principalmente os que usam farda, prefiram esquecer aquela parte de nossa história. É um desejo até compreensível, mas, lamentavelmente, vai de encontro a uma verdade antiga, que continua valendo: quem varre da memória os seus erros, corre sério risco de repeti-los. 
Isso vem a propósito de um episódio destes dias. É uma divergência entre autoridades militares e o Ministério Público Federal, apoiado pela Comissão Estadual da Verdade. A briga é em torno de um prédio na Tijuca, que pertence ao Exército e serviu, durante a ditadura militar, como prisão e centro de torturas de inimigos do regime. 
Os órgãos civis pretendem transformá-lo numa espécie de centro de memória dos anos de chumbo. Os militares se opõem ao projeto, com um argumento frouxo: alegam que a Comissão da Verdade, por ser estadual, não pode se meter em assunto da área federal. O defeito desse argumento é o fato que o projeto é também do Ministério Público Federal. 
Mas há um defeito maior: o Comando Militar do Leste não parece perceber que está brigando com uma iniciativa que não representa qualquer ofensa às autoridades militares. Elas não são herdeiras da ditadura militar, assim como os políticos de hoje não têm qualquer parentesco com aqueles que serviram ao regime militar — e não foram poucos. 
O projeto do centro de memória tem mérito evidente, como diz o seu próprio nome. Um país que tenta esquecer os dias negros de sua história — e não há aquele que não os tem — corre sério risco de repeti-los. Há exemplos disso no mundo inteiro. As lições do passado, tanto as boas como as ruins, são inestimáveis. 
Os militares brasileiros de hoje não têm qualquer compromisso com a ditadura militar de décadas atrás. Muito pelo contrário: é óbvia a sua dedicação ao regime democrático. Faz parte do seu perfil, por isso mesmo, contribuir para que ninguém se esqueça de um período de nossa história de que ninguém, fardado ou civil, deseja ver repetido — nem esquecido.
"O Comando Militar do Leste não parece perceber que a tropa de hoje não é herdeira da ditadura militar".
Publicado o Globo de hoje.

Biruta de aeroporto

 Míriam Leitão e Valéria Maniero - 
COLUNA NO GLOBO


As empresas aéreas não precisam de ajuda do governo, precisam de boa gestão, atenta regulação e boa infraestrutura aeroportuária. Mas foram pedir ajuda ao governo porque Brasília é o caminho favorito das empresas brasileiras de terra, mar e ar. Números da Anac mostram um crescimento espantoso de passageiros e de receita líquida desde 2004. Agora, o vento é contra.
Vento contra sempre haverá. É da vida das voadoras. Elas têm a maior parte das suas despesas em dólar porque fazem leasing de avião em empresa estrangeira, têm dívida externa e a Petrobras não perdoa: de 15 em 15 dias tem reajuste de querosene de aviação.
Quando o dólar ficou baixo, tão baixo que o ministro Guido Mantega levantava imposto de importação e punha IOF em entrada de capital, as empresas tiveram uma baixa de custo. Isso durou bastante tempo. Coincidiu com o período de maior crescimento da renda e da ampliação da classe média no governo Lula. Após uma queda de 5,9% no ano do ajuste de 2003 (no qual houve, apesar disso, aumento de receita de 7,6%), a demanda por transporte aéreo de passageiro cresceu todos os anos a nível chinês. Eu disse chinês? Foi mais. Em 2010, a medida do setor, RPK, que é bilhetes vendidos multiplicado por quilômetros voados, chegou a aumentar 23,8%. Naquele ano superou a China. O número de passageiros transportados atingiu a marca dos 100 milhões, informou a Anac.
Veja o gráfico abaixo do aumento ano a ano da demanda de transporte aéreo de passageiro. Na receita líquida das companhias aéreas também o saldo é positivo. Houve de 2003 para cá três anos negativos (2006: -8,1%; 2007: -0,6% e 2009: -7,6%), mas a queda foi totalmente superada. Em 2004, o crescimento foi de 12,3%; 2005, 3,3%; 2008, espantosos 27%; 2010, 25%; 2011, 14%; 2012, 12,7%. Na receita líquida, a Anac agrega o transporte de passageiros, carga e mala postal, mas não o táxi-aéreo.
Os números são sólidos: o mercado cresceu, a receita aumentou na maioria dos anos na última década e o número de empresas do mercado é muito pequeno e concentrado. É praticamente um duopólio que começa a perder participação pelo crescimento das menores, mas houve fatos como a compra da Webjet pela Gol. A empresa comprada foi fechada logo depois. Em qualquer país do mundo, a lei antitruste impediria isso. O mercado é restrito para as estrangeiras.
Elas podem reclamar que a Petrobras tem duas políticas de preço: um de reajuste quinzenal para os preços não visíveis, e outra de preços que só sobem quando o governo deixa. Mas numa época em que o imposto sobre carbono começa a recair sobre algumas voadoras do mundo, principalmente na Europa, não faz sentido incentivar querosene de aviação. Aliás, subsídio a combustível fóssil não faz sentido algum, apesar de o Brasil usar em outras modalidades de transportes e até no automóvel por puro populismo.
Quem voa no Brasil tem do que reclamar. Espaços encurtaram, lanches ficaram raros e na Gol só água é de graça. Quem compra passagem e se arrepende meia hora depois tem que esperar três meses para receber o dinheiro de volta. Quem antecipar a viagem paga mais, quem quer postergar também. A milhagem raramente pode ser usada. Os voos atrasam e nada acontece. Tudo aguentamos, mas dar dinheiro público no ano de vento contrário, após anos de vento de cauda, é pedir demais aos senhores passageiros.

Os gregos, apesar da crise, ainda se reúnem pela música

Simone Leitão - 

Os gregos, apesar da crise, ainda se reúnem pela música

(A pianista Simone Leitão foi à Grécia tocar num festival de música clássica e, de algum ponto do Mar Egeu, na volta, ela enviou para o blog esse relato da crise vista de perto) 
Vim à Grécia convidada para o 9º Festival Internacional de Música clássica de Cyclades em Syros. Esse é hoje um festival estabelecido e um dos mais importantes do setor nesse país. Syros é uma ilha que praticamente vive do turismo como tantas outras do lindo mar Egeu, e teve seu apogeu econômico no século XIX, a partir da revolução Grega de 1821; Syros recebeu imigrantes de Creta, Psara, Chios, Ásia menor e se transformou no centro das atividades marítimas e rota de comércio de Cyclades. O apogeu durou até o início do século XX. Vestígios dessa era de fartura se encontram nas construções, entre elas a belíssima, aconchegante e confortável casa de Ópera construída em 1840, onde acontece o festival.
Carlos, motorista que em Atenas me levaria ao Porto, não esperou pergunta. Imediatamente começou a me mostrar os efeitos e os sinais da crise no “sightseeing” da cidade. Alguns estádios das Olimpíadas de 2004 e algumas obras abandonadas. Cheguei em uma terça-feira à tarde, era um dia útil, mas notei muitos estabelecimentos comerciais fechados. Perguntei se os estádios que via eram usados. Carlos me respondeu que os que foram construídos para as Olimpíadas têm alto custo de manutenção, são pouco usados. Os que já existiam e foram reformados têm mais eventos como já tinham antes.
Carlos, assim como a maioria dos gregos que conheci, acompanha de perto aeconomia da Grécia e da Europa. Acham que o Brasil está muito bem. Apesar do esfriamento do crescimento que contei, sua visão foi que temos futuro e presente. Enquanto eles não sabem do futuro e sentem que o presente lhes está sendo roubado. Carlos, em seus 45 anos, se emocionou ao falar do desalento da juventude atual.
Crise é assunto sempre presente. O tema do festival foi crise. O garçom do hotel onde fiquei contou longamente seu sofrimento para Efy, a diretora do festival, quando jantávamos no encontro de boas-vindas: este ano ele se aposentaria, mas não poderá, não sabe quando isso vai acontecer e teve seu salário e benefícios cortados. Terá que viver com menos e trabalhar mais. O festival, assim como a maioria dos eventos, vive de financiamento do governo. E eles lutam com uma burocracia irracional e atrasos impiedosos. A mesma agência do festival tem uma série de música de Câmara e Ópera em Atenas. O atraso dos aportes é de 6 meses a 2 anos depois que o evento acontece. Vivem até lá da venda dos ingressos, que está cada vez mais escassa.
A crise desembarcou mais forte em Atenas. Muito desemprego. Nas ilhas, graças ao turismo, de maio a setembro tem trabalho. Se come o que se planta e pesca na ilha. É vida simples, sem glamour. Cardápio restrito nos restaurantes e sem lojas de grife. As lojas, hotéis, restaurantes, taxis, tudo existe para o turista. Na verdade, somos encorajados a comprar roupas e presentes feitos na Grécia. Eles estão fumando muito. Em todas as idades. Perguntei a razão a uma jovem que não fuma. Ela é estudante de piano clássico em Atenas. A resposta foi direta: estamos deprimidos. Todo o serviço é feito por gregos, ao contrário de outros países europeus que contam com braços estrangeiros: africanos, asiáticos e outros.

A história de Efy reflete esse momento. Mãe de 4 filhos, começou trabalhar aos 38 anos. Hoje, aos 50, ela, empreendedora, é dona da única agência e produtora de música clássica credenciada internacionalmente pela IAMA da Grécia. O atual marido, nove anos mais jovem, ficou desempregado e hoje trabalha com ela, sendo o designer gráfico, web administrator. As duas filhas mais velhas fizeram mestrado e doutorado na
Inglaterra, com bolsa do governo inglês, e se estabeleceram lá. Efy busca parcerias com outros países e embaixadas para manter a arte num país em crise. O festival tem sempre grupos escandinavos que contam com todo apoio financeiro dos governos de seus países para manutenção e gastos de seus artistas em terras estrangeiras. Eles querem manter relação com festivais no Rio até 2016 já que essa é a próxima cidade olímpica. Pensam que seria um bom argumento e oportunidade de apoiarmos a Grécia.

Em um país de 10 milhões de pessoas, onde 2 milhões de trabalhadores ficaram desempregados nos últimos três anos, onde um em cada três em idade produtiva não tem salário, toda parceria é bem-vinda. Eles atribuem a crise profunda à completa irresponsabilidade de vários governos e da corrupção desenfreada.
Compartilhava as frustrações de uma nação perder tanta verba com corrupção, como o Brasil, com Christos, meu motorista em Mykonos e ele lembrou: corrupção existe em vários países, não se deve parar de lutar contra esse mal, porque ele pode contaminar uma economia saudável irreversivelmente.

Na sexta, depois de correr trinta minutos e ensaiar quatro horas, almoço um carneiro em uma viela charmosa que dá para a rua do teatro. Todos falam grego comigo. Dizem que tenho cara de grega. Me sinto incluída!

Observo que os gregos são unidos. Podem estar em momento difícil, mas mantêm a classe, o charme e a calma. São ritualísticos e, a princípio, racionais; com  poesia. O país que mais influenciou a formação de nossa identidade ocidental, hoje, não consegue identificar seu futuro. Mas permanece. A fé cristã ortodoxa inquestionável é somente uma das sinalizações que esse é um lugar onde as coisas ficam. Dúvidas, nunca tiveram tantas. Mas uma das instituições que seguram a base desse país é a família. Idosos são muitos. Mas são na maioria cuidados diligentemente por sua descendência.
No festival, uma surpresa boa: os concertos tinham excelente público. Estavam ávidos por boa música. Quando toquei o trio nº. 2 de Brahms, com o violoncelista pernambucano radicado nos EUA, Léo Altino, e o violinista grego Yannos Margaziotis parecia que todo romantismo intelectual de Brahms se tornava mais visceral, mais experimental. Coisa que Brahms não é. Até o lirismo poético e confortável de Dvorak, testemunha de uma época de paz e prosperidade, tinha que ter uma dose de dúvida e sofrimento. A interpretação do mesmo texto realmente muda com os tempos. Ele reflete o repertório de emoções pertinente a uma determinada época. Foram assim os concertos desse festival na Grécia. Intensos e cheios de um certo abandono emocional.

Nessa atmosfera de dúvida, a paz ainda me emociona. O som sereno do vento. Permanente. Esse mar azul. O cuidado com a aparência e o interesse genuíno pelo estrangeiro. Estratégia. Uma palavra que eles inventaram, assim como tantas outras, parece hoje perder o Kratos (poder). Gregos não conseguem identificar a estratégia para manutenção no seu futuro, cada vez mais incerto.

Agência de Segurança dos EUA decodificou comunicações da ONU

MUNDO


O Globo
A Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos grampeou a sede da Organização das Nações Unidas, em Nova York, segundo reportagem publicada neste domingo pelo semanário alemão “Der Spiegel”, a última de uma série que demonstrou como foram interceptadas informações de dezenas de instituições e países. As revelações poderão aumentar a tensão entre Washington e seus aliados.
Em meados de 2012, especialistas da NSA conseguiram invadir o sistema de videoconferências da ONU e decodificaram seu sistema criptográfico, de acordo com um documento mencionado pela revista, em que o feito é comemorado com uma interjeição: “O tráfego de dados nos dá videoconferências internas das Nações Unidas (oba!)”.

 Em meados de 2012, especialistas da NSA conseguiram invadir o sistema de videoconferências da ONU e decodificaram seu sistema criptográfico, de acordo com um documento mencionado pela revista, em que o feito é comemorado com uma interjeição: “O tráfego de dados nos dá videoconferências internas das Nações Unidas (oba!)”.
A partir daí, afirma a reportagem, a organização americana de espionagem conseguiu “uma melhora dramática” na capacidade de angariar e decifrar dados que circulam internamente na ONU, fazendo com que a quantidade de comunicações decodificadas pulasse de 12 para 458, num intervalo de apenas três semanas. Numa ocasião, um agente secreto chinês chegou a ser detectado na rede de comunicações das Nações Unidas.
A questão se torna ainda mais delicada ao se levar em conta que os Estados Unidos haviam assinado um acordo pelo qual se comprometiam a não realizar ações secretas na sede da ONU, que fica em Nova York.
Com base naquele e em outros documentos secretos americanos obtidos através do ex-técnico da CIA e da NSA Edward Snowden, “Der Spiegel” revelou novos alvos do sistema de espionagem americano. De acordo com a publicação, a agência de Inteligência visava à União Europeia e ao braço para assuntos nucleares da ONU, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), sediada em Viena.
Os arquivos confidenciais mostram que a NSA continuou a espionar a delegação da União Europeia em Nova York após ela ter se mudado, no segundo semestre de 2012, para um novo endereço (no anterior, já houvera denúncias de escutas). Entre os documentos copiados dos computadores da NSA por Snowden, constam planos da missão da UE, sua infraestrutura de tecnologia da informação e seus servidores.
O novo edifício da UE em Nova York recebia da NSA o codinome de Apalache, e a embaixada comunitária em Washington, o de Magothy. A agência americana recorreu a vírus para se infiltrar nos equipamentos de telecomunicação de ambos os núcleos, copiou os dados em discos rígidos e aproveitou o estabelecimento de uma rede privada virtual (VPN) entre as sedes para bisbilhotá-las.
“Quando perdemos o acesso a um dos dois lados, podemos reavê-lo através da VPN do outro lado. Fizemos isso em várias ocasiões quando nos expulsaram do Magothy”, explica uma circular interna da NSA.
Os arquivos mostram, ainda, que a NSA coordena um programa de grampo em mais de 80 embaixadas e consulados no mundo inteiro, chamado Serviço Especial de Coleta. Essa operação, que na maioria dos casos era feita sem o conhecimentos dos países anfitriões, tinha sedes em Frankfurt e em Viena. “A vigilância é intensa e bem organizada e tem pouco ou nada a ver com o combate a terroristas”, concluiu “Der Spiegel”.
O interesse da NSA nas Nações Unidas não é um fato inédito, embora não se soubesse até agora que sua sede e sua rede de videoconferências haviam sido violadas. No mês passado, veio à tona que a NSA espionara países-membros do Conselho de Segurança da ONU em 2010 - incluindo o Brasil - antes da votação das sanções contra o Irã, por causa do programa nuclear do país do Oriente Médio. O objetivo era saber como votariam os integrantes do órgão. A informação foi revelada pela revista “Época”, que teve acesso a documentos da agência americana.


Marina formaliza hoje pedido de legalização da Rede ao TSE

POLÍTICA


Paulo Celso Pereira, O Globo
A Rede Sustentabilidade preparou uma série de ações simultâneas para tentar conseguir sua legalização no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até o dia 5 de outubro, data-limite para que possa disputar as eleições do próximo ano. A formalização do pedido de registro está marcada para esta segunda-feira, na sede do tribunal, em Brasília.
Com o peso de ser segunda colocada nas pesquisas de intenção de voto para a eleição presidencial do próximo ano, a ex-senadora Marina Silva (foto abaixo) deve entregar pessoalmente o pedido de registro junto com outros dirigentes da organização. Com 40 dias para estar plenamente legalizada como partido, a Rede ainda tem pela frente uma série de obstáculos. O primeiro dependerá exclusivamente da boa vontade do Judiciário.

 Foto: Givaldo Barbosa / O Globo
 BRASÍLIA - A Rede Sustentabilidade preparou uma série de ações simultâneas para tentar conseguir sua legalização no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até o dia 5 de outubro, data-limite para que possa disputar as eleições do próximo ano. A formalização do pedido de registro está marcada para esta segunda-feira, na sede do tribunal, em Brasília. Com o peso de ser segunda colocada nas pesquisas de intenção de voto para a eleição presidencial do próximo ano, a ex-senadora Marina Silva deve entregar pessoalmente o pedido de registro junto com outros dirigentes da organização.
Com 40 dias para estar plenamente legalizada como partido, a Rede ainda tem pela frente uma série de obstáculos. O primeiro dependerá exclusivamente da boa vontade do Judiciário. Segundo o próprio coordenador jurídico da Rede, André Lima, contados todos os prazos que o TSE e o Ministério Público Eleitoral têm direito, a análise do pedido de registro da Rede pode levar até 48 dias — o que, se ocorrer, automaticamente inviabilizaria a participação dela nas eleições 2014.
— Cinco semanas dá de sobra. O Ministério Público não precisa de 10 dias para analisar, o tribunal não precisa de 30 dias para marcar a sessão. O TSE não precisa de três dias para nomear um relator, pode nomear no mesmo dia, assim como não precisa de três dias para pedir diligência — minimiza o advogado André Lima, citando o prazo de cada órgão.
Esse, no entanto, é apenas o primeiro problema formal que a legenda enfrentará. O grande entrave continua sendo a falta de assinaturas validadas nos cartórios eleitorais. Para a criação de um novo partido, a legislação exige que se tenha ao menos 491 mil apoios de eleitores, e esses devem ser certificados pelos cartórios.
A Rede diz ter encaminhado até sexta-feira cerca de 630.000 fichas aos cartórios, mas destas apenas 250.000 foram certificadas. Dois problemas na certificação afligem hoje os dirigentes da sigla. O primeiro é a já tão propalada lentidão dos cartórios. Apesar de legalmente terem 15 dias para analisar as fichas, alguns deles estão há mais de 60 dias com os documentos e ainda não deram resposta.
Mas há também outro problema. Em média, 25% das fichas apresentadas pelo partido têm sido rejeitadas. Até sexta-feira, o número de rejeitadas já passava de 83.000. Caso essa média de rejeição seja mantida, mesmo que os cartórios concluam nos próximos dias a análise das 300.000 fichas que restam, a Rede ainda necessitaria de mais 20.000 assinaturas certificadas — e os cartórios teriam 15 dias para analisá-las, uma eternidade diante do prazo tão estreito.
— O número de fichas recusadas surpreendeu. Diferentemente dos outros partidos, fizemos um processamento prévio, retiramos as fichas que acreditávamos que não estavam adequadas e as entregamos em lotes de 100, como eles pediram. Colaboramos com os cartórios e nossa crença era que isso reduziria o número de fichas não deferidas. Mas além de não reduzir, as fichas não deferidas não foram justificadas, o que nos impediu de entrar com recurso. Assim, mantido o percentual de recusas, teríamos uma deficiência de 20 mil assinaturas, que queremos repor — explica o deputado Walter Feldman (PSDB-SP), um dos fundadores da Rede.
Segundo ele, o partido seguirá colhendo assinaturas nas próximas semanas para conseguir o quanto antes as necessárias para cobrir o possível rombo.
Rede quer validar 270 mil assinaturas
Em paralelo, a Rede entrará com duas medidas que podem resolver o problema. Primeiro, pedirá que o TSE admita como válidas as assinaturas entregues aos cartórios há mais de 15 dias e ainda não analisadas, o que poderia assegurar imediatamente uma totalização de outras 270.000 assinaturas. Além disso, vai pleitear que os cartórios sejam obrigados a apresentar justificativas para cada uma das fichas rejeitadas para que a Rede possa recorrer. Na avaliação da organização, muitos apoios dados por jovens e idosos, que não votaram nas últimas eleições, estão sendo rejeitados pelo simples fato de os cartórios estarem usando apenas os cadernos da última votação como referência, quando esse contingente pode não ter votado.

'Só vejo vantagens' (sobre a vinda de médicos estrangeiros)

COMENTÁRIO


Ricardo Noblat 
Sem tolices, por favor. Queriam o quê? Que precisando contratar médicos para fixar no interior do país o governo não o fizesse só por que os nossos têm outros planos? Ou então que contratasse estrangeiros, mas não cubanos por que eles vivem sob uma ditadura?
Com quantas ditaduras o Brasil mantém relações? Sabe em que governo o Brasil reatou relações diplomáticas com Cuba? No do conservador José Sarney. Pois não é?
Desembarcaram por aqui no último fim de semana os 400 médicos cubanos que aceitaram trabalhar durante três anos nos 701 municípios rejeitados por brasileiros e estrangeiros em geral inscritos no programa “Mais Médicos”.


São municípios que exibem os piores índices de desenvolvimento humano do país, 84% deles situados no Norte e no Nordeste. Os nossos médicos brancos e de olhos azuis não topam servir onde mais precisam deles.
Médicos brancos e de olhos azuis... (Olha o racismo aí, gente!) O que eles querem mesmo é conforto, um consultório para chamar de seu e bastante dinheiro. Igarapés? Mosquitos? Casas de pau a pique? Internet lenta? Medicina, em parte, como uma espécie de sacerdócio? Argh!
Mas a Constituição manda que o Estado cuide da saúde das pessoas. E para isso ele lançou um programa. Acusam o programa de ter sido concebido sob medida para reeleger Dilma. E eleger governador de São Paulo o ministro Alexandre Padilha, da Saúde. 
Outra vez suplico: “sin tonterías, por favor”. Queriam o quê? Que podendo atender o povo e ganhar uns votinhos eles abdicassem dos votinhos?
Sarney (ele insiste em voltar!) inventou o Plano Cruzado em 1986 para manietar a inflação. Manietou-a tempo suficiente para vencer a eleição daquele ano. Com a falência do plano foi apedrejado no Rio.
O Plano Real elegeu Fernando Henrique. O que restou do plano o reelegeu.
O Bolsa Família reelegeu Lula, que elegeu Dilma, que terá de suar a camisa para se reeleger. Andar de moto não sua...
Ah, mas um programa ambicioso como o “Mais Médicos” deveria ter sido discutido exaustivamente pela sociedade antes de começar. Deve ter sido discutido, sim, pelo governo, ouvidos também seus marqueteiros.
Importa que funcione bem. Do contrário a gente mata a bola no peito e sai por aí repetindo até perder a voz: “Eu não disse? Não disse?”
Outra coisa: quem sabe o fracasso do programa não derrota Dilma? Hein? Hein? Ela é tão fraquinha... Não fará falta. Se comparado com ela, Lula faz. No mínimo era mais divertido.
Médico cubano não fala português direito! (Ora, tenham dó. Eu passo.) Não podem ser tão bem preparados. Podem e são. Estão em dezenas de países. Até no Canadá. Até na Inglaterra.
Ministro da Saúde, José Serra foi à Cuba conhecer como funcionava o sistema de atendimento médico comunitário. Voltou encantado.
No final dos anos 90, o governo do Tocantins importou 210 médicos, 40 enfermeiros e oito técnicos cubanos. Sucesso total.
Sei: coitado do médico cubano! A maior parte dos R$ 10 mil mensais a que terá direito ficará com o seu governo. E ele não poderá trazer a família. Os demais médicos estrangeiros poderão trazer a mulher e até dois filhos.
Também tenho pena deles. E deixo aqui como sugestão: entre tantas passeatas marcadas para 7 de setembro por que não fazemos uma pedindo o fim da ditadura cubana? Ou pelo menos melhores salários para os médicos da ilha? Já pensou? Abrindo a passeata, representantes de entidades médicas. De jaleco. Atrás, um mar de bandeiras vermelhas para animar a turma. Fechando a passeata, o bloco dos vândalos. E tudo filmado pelos ninjas!
Compartilho o receio de os médicos estrangeiros se frustrarem com a carência de equipamentos no Brasil. Se eles faltam até nas maiores cidades, imagine nas terras do fim do mundo? Se faltam remédios... Ainda assim é melhor ter médicos a não tê-los.
Em certos casos só se resolve problema criando problema. E haverá sempre o recurso à passeata. Se negarem o que pedimos... Se rolar grossa pancadaria...
Cuide-se, Dilma!

Patrimonialismo e abuso de Poder,

por Ricardo Guedes

As decisões políticas e econômicas no Brasil são extremamente centralizadas, com consequências por vezes nefastas para o país.
Max Weber desenvolveu a teoria sobre o patrimonialismo, um sistema de poder de cima para baixo, onde a classe política apodera-se do patrimônio do Estado com a indiferenciação das ordens pública e privada.
As teorias da democracia atribuem ao Estado três funções básicas: a função política da negociação e representação dos interesses dos diversos grupos sociais e econômicos; a função administrativa no gerenciamento dos serviços públicos e sociais; e a função normativa do escopo econômico e jurídico por onde tramitam os cidadãos e agentes econômicos.
No Brasil, uma quarta função se exacerba: a apropriação indébita por parte da classe política do patrimônio do Estado, como um negócio a ser gerido.
Da apropriação resultam três consequências: a inoperância da burocracia como forma de controle social; a corrupção como forma de apropriação do setor público pelo privado; e decisões públicas equivocadas não mediadas ou consensualizadas com os atores econômicos e sociais.
A criação do Estado no Brasil remonta às Capitanias Hereditárias, expressão genuína do patrimonialismo centralizador.
Simon Schwartzman em “São Paulo e o Estado Nacional” aponta a geração de uma classe mais comercial e empreendedora em São Paulo, em contraposição ao Estado centralizado do Rio de Janeiro.
Em nosso desenvolvimento histórico tivemos épocas de maior ou menor centralização, mas sempre com a marca do Estado que se sobrepõe aos interesses do cidadão.
A burocracia é hoje indicada por 80% da população brasileira como um dos principais problemas nacionais, freando o desenvolvimento econômico e social do país.
O custo da corrupção no país pode chegar a 70 bilhões de dólares anuais, segundo estimativas recentemente divulgadas.
O marco regulatório jurídico e econômico muda continuamente, gerando incertezas nos agentes sociais, com prejuízos para a nação.


É como se o país se resumisse ao Executivo.
Os partidos que chegam ao poder perpetuam o modelo patrimonial, seduzidos pelas benesses dos cargos.
Decisões erradas na economia e avaliações equivocadas na política têm grandes repercussões na sociedade, gerando o maior distanciamento da população em relação aos governantes.
Hoje, 58% da população brasileira avaliam que o país está indo no rumo errado.
O país pede mudanças, com consequências para as eleições presidenciais de 2014.

Ricardo Guedes, Ph.D. em Ciências Políticas pela Universidade de Chicago, é Diretor-Presidente do Instituto de Pesquisa Sensus.

Cartas de Londres: O que é que Londres tem?,

GERAL

 por Beatriz Portugal

A pergunta veio inesperada, acompanhada de um olhar curioso de quem só tem a cidade no imaginário. De todas as possíveis explicações, a que me ocorreu só serviu para confundir ainda mais: “Londres é fácil.”
Ele provavelmente esperava uma resposta reveladora, algo monumental. Mas não, réplica insatisfatória e um resmungo de consentimento que me fez perceber a idiotice da resposta; só aumentara a perplexidade de quem queria mesmo saber e entender.
Dizer que Londres vai além, que Londres é infinita não teria sido muito melhor. Listar o que há de bom na cidade não faria jus ao que Londres de fato tem. É um lugar para se admirar, sonhar, pensar, viver.
Londres tem um sabor distinto, é uma ilha cosmopolita e multicultural perdida na mesmice das outras cidades inglesas. A cidade não é nada homogênea, mas sim uma sucessão de vilarejos. Uma cidade grande com várias urbes menores dentro dela. Pontos turísticos vibrantes, calçadas e ruas apinhadas de gente e veículos, mas também bairros tranquilos onde a vida acontece calma.
A maravilha de Londres não está em conhecer somente os grandes museus e monumentos, praças e parques. Para se ter noção da imensidão do que Londres tem a oferecer é necessário olhar e procurar e se descobrirá uma cidade que acolhe a todos igualmente.


Um em cada três londrinos nasceu no exterior. Londrinos esses que juntos fazem Londres ser o que é. Uma cidade que também tem violência, trombadinha, sujeira na rua, mau humor. É o passageiro que xinga o motorista do ônibus que não parou no ponto. É o gari que resmunga quando as pessoas chutam sem nem perceber as folhas que ele juntou num canto. É o apressado no metrô que reclama do desavisado que bloqueia o lado esquerdo da escada rolante. Mas há ainda um respeito que não vejo em nenhum outro lugar.
Não é minha cidade preferida, nem a mais bonita e nem mesmo a mais fácil. É cara, cinzenta, muitas vezes solitária, mas ainda assim se resume de imediato em uma única e simples palavra: fácil. E confortável como a companhia de quem se gosta. Às vezes irrita, enlouquece, mas é a pessoa - ou o lugar, no caso - que faz a gente se sentir em casa.
Como diz um ditado popular, Londres é um mau hábito que se odeia perder. Uma cidade que se desvenda e se descobre aos poucos, que atinge cabeça e alma. Conhece-se a cidade e apaixona-se por ela. Assim, fácil.

Beatriz Portugal é jornalista. Depois de viver em Brasília, São Paulo e Washington, fez um mestrado em literatura na Universidade de Londres e resolveu ficar. A partir de hoje, e sempre às segundas-feiras, escreverá aqui Cartas de Londres.

O novo Código vai mudar o Brasil

GERAL


Fábio TradPaulo TeixeiraFredie Didier e Luiz H. Volpe
Em projeção otimista, no fim deste ano o Brasil já terá um novo Código de Processo Civil, que passará a valer 12 meses depois de sua publicação. E qual é a relevância disto para a sociedade?
Muitos não sabem que o Código de Processo Civil é a lei ordinária mais importante do país. É ele que regula as regras para a solução, pelo Judiciário, de questões de direito de família, sucessões, consumidor, administrativo, bancário, comercial, tributário e tantos outros ramos do Direito.
O Novo Código substituirá um texto que foi concebido em 1973 — há 40 anos — e que já foi alterado por 66 leis, mas que, apesar das reiteradas reformas setoriais, não é mais capaz de dar respostas à transformação da sociedade.


Dados do Conselho Nacional de Justiça indicam que há no Brasil, atualmente, cerca de 90 milhões de processos em andamento. Muitas causas contribuem para a formação deste estoque impressionante. A legislação antiquada é uma delas.
Sem desprezar tudo de bom que existe na lei em vigor, o projeto introduz regras que podem trazer novo horizonte para a Justiça brasileira. Dentre tantas novidades destacam-se as seguintes:
* criação de mecanismos para efetiva solução consensual dos processos, com o auxílio de conciliadores e mediadores;
* introdução de regras que estabelecem o julgamento dos processos pelos juízes e efetivação das decisões judiciais pelos servidores da Justiça em ordem cronológica;
* previsão de utilização de tecnologia para simplificar e dar agilidade aos processos;
* detalhamento do dever de fundamentação das decisões judiciais;
* introdução de mecanismo para enfrentar a crescente multiplicação de processos iguais: o incidente de resolução de demandas repetitivas. Nele, se admitirá a fixação de tese a ser aplicada a processos que tratem da mesma questão jurídica, por exemplo, que envolvam tributos, FGTS, planos econômicos;
* garantia da isonomia aos jurisdicionados na aplicação da lei. O projeto quer, mediante o respeito aos precedentes, assegurar respostas judiciárias iguais independentemente de quem pede e contra quem se pede; da sorte ou azar na distribuição do feito;
* proibição da aplicação de empecilhos formais ao julgamento do mérito das causas e recursos;
* agilização da tramitação dos processos pelo conjunto de alterações do projeto, dentre elas, a redução de recursos.
Estas e muitas outras novidades do texto contribuirão para a melhor e mais rápida prestação dos serviços jurisdicionais.

Fábio Trad (PMDB-MS) e Paulo Teixeira (PT-SP) são deputados federais; Fredie Didier e Luiz Henrique Volpe são professores.

Sugiro um programa: o “Menos Políticos",

POLÍTICA

 por Ruth de Aquino

Ruth de Aquino, ÉPOCA
Como o governo Dilma anunciou estrepitosamente os programas Mais Médicos e Mais Professores para resolver nossas sérias deficiências na Saúde e na Educação, deixo aqui minha contribuição para o PT ganhar votos nas eleições: um programa ambicioso, apoiado em quatro vertentes – Menos Ministros, Menos Senadores, Menos Deputados, Menos Vereadores. Todos agrupados sob uma mesma sigla: MP, de Menos Políticos.
Com esse corte nos supérfluos (os políticos), o Brasil economizaria grana para comprar gaze, maca, termômetro... e também carteiras escolares, quadro-negro, giz... essas coisas sofisticadas que só faltam no Quinto Mundo – no interior e na periferia do Brasil. Também daria para pagar melhor os médicos e os professores, que ganham bem menos que o garçom do Senado.
Se fôssemos além e acabássemos com a roubalheira e as mordomias vitalícias dos políticos (e seus parentes), a verba seria tão volumosa que conseguiríamos salvar milhares de pacientes que morrem nas filas. Fila de leito de UTI, fila de remédio, fila de hospital, fila de transferência, fila de ambulância.
Acabaríamos com as filas obscenas de pessoas à beira da morte. Não seria uma excelente medida eleitoreira, para figurar na propaganda político-partidária na televisão?


Com o programa Menos Políticos – já que o país funciona muito bem nas férias e nos recessos do Congresso –, nem precisaríamos fazer a maldade de retirar de nossos hermanos 4 mil médicos. Será que não farão falta na ilha?
Os médicos importados pelo Brasil são todos ligados ao governo eterno dos irmãos Castro. Somente os socialistas empedernidos têm autorização para vir trabalhar no Brasil. Caso contrário, esse programa poderia se revelar um fiasco.