domingo, 5 de maio de 2013

Em eleição, Malásia decide futuro da coalização mais longeva do mundo



Oposição tenta aproveitar último resultado, com fraqueza do governo.
Coalizão deve ganhar, mas pesquisas mostram corrida apertada.

Os malaios votaram neste domingo (5) em eleições que podem enfraquecer ou mesmo acabar com o mandato de coalização que há mais tempo se mantém no poder no mundo e que enfrenta grande desafio a partir de uma oposição comprometida em limpar a política e acabar com políticas baseadas em raça.
Encabeçados pelo ex-ministro de Finanças Anwar Ibraim, a oposição pretende aproveitar o resultado eleitoral obtido em 2008, quando a coalização governista Barisan Nacional (BN), ou Frente Nacional, perdeu sua habitual maioria parlamentar de dois terços.
Malaios checam seus nomes antes de votar neste domingo (5) (Foto: Goh Chai Hin/AFP)Malaios checam seus nomes antes de votar neste domingo (5) (Foto: Goh Chai Hin/AFP)
A coalização é prevista para ganhar, mas pesquisas de opinião mostraram uma corrida eleitoral apertada nas últimas semanas, com o primeiro-ministro Najib Razak lutando para traduzir um forte crescimento econômico e uma enxurrada de doações sociais em votos.
Com a contagem dos votos em estágio inicial, Anwar foi rápido em reivindicar a vitória para a sua Pakatan Rakyat (PR), ou Aliança do Povo, um sinal de que a oposição está pronta para disputar o resultado eleitoral caso haja alegações de fraude.
"PR foi o vencedor", escreveu ele em sua conta no Twitter, pedindo que o partido do governo e a Comissão Eleitoral "não tentem sequestrar os resultados".
As autoridades eleitorais disseram que o número de eleitores foi de 28 milhões de pessoas, cerca de 80 por cento do total, um recorde na que pode ser a eleição mais acirrada em 56 anos de coalização da Frente Nacional.
O líder da oposição, Anwar Ibrahim, vota ao lado da mulher na Malásia (Foto: Goh Chai Hin/AFP)O líder da oposição, Anwar Ibrahim, vota ao lado da mulher na Malásia (Foto: Goh Chai Hin/AFP)

Egito e Liga Árabe condenam ataques de Israel na Síria



Foguetes lançados por Israel atingiram centro de pesquisa em Damasco.
Liga pediu ação imediata da ONU contra ataque.


A Liga Árabe condenou neste domingo (5) os ataques efetuados por Israel na Síria e pediu que o Conselho de Segurança da ONU "aja imediatamente" para contê-los.
Os ataques são "uma agressão flagrante e uma violação perigosa da soberania de um Estado árabe", disse Nabil al-Arabi, secretário-geral da Liga, pedindo que o Conselho de Segurança "aja imediatamente para conter as agressões israelenses contra a Síria".
A agência de notícias da Síria informou na noite deste sábado (4) que foguetes lançados por Israel atingiram um centro de pesquisa militar em Damasco.
A Presidência egípcia, por sua vez, afirmou em um comunicado que essas incursões aéreas eram "uma violação dos princípios e do direito internacionais e podem aumentar a complexidade da situação e ameaçar a segurança e a estabilidade da região".
"Embora o Egito se oponha vigorosamente ao derramamento de sangue na Síria e ao uso de armas pelo Exército sírio contra suas crianças (...), recusa a agressão contra a Síria, o ataque a sua soberania e a exploração de sua crise interna, seja qual for o pretexto", acrescentou a Presidência.
Imagens divulgadas pela TV estatal mostram as explosões, que formaram clarões durante a madrugada na capital síria. A TV classificou o ataque como uma tentativa de Israelx de aumentar a moral de grupos terroristas. É assim que o governo sírio chama os rebeldes.A Liga Árabe concedeu à oposição síria o assento de seu país, suspenso da organização pan-árabe desde novembro de 2011 por causa da violenta repressão à revolta.
O mesmo centro de pesquisa militar foi alvo de ataques de Israel em janeiro. Mais cedo, autoridades israelenses nos EUA confirmaram um outro bombardeio de Tel Aviv contra um carregamento de mísseis que estaria no aeroporto internacional de Damasco. Os equipamentos seriam iranianos e seriam destinados ao movimento radical libanês Hezbollah.
O ataque é o segundo em três dias efetuado pelo Estado hebreu, que tenta impedir que o Hezbollah libanês tenha acesso a armas.
As autoridades sírias anunciaram o ataque deste domingo, em Jamraya, próximo ao noroeste de Damasco, e uma autoridade israelense confirmou.
"O alvo do ataque eram mísseis iranianos destinados ao Hezbollah, no norte de Damasco", disse esse alto funcionário, referindo-se ao grupo xiita apoiado pelo Irã e aliado do regime de Bashar al-Assad, que enfrenta uma rebelião armada há cerca de dois anos.
Uma fonte diplomática em Beirute confirmou à AFP que o Exército israelense tinha três alvos militares. Além do centro de pesquisas, um depósito de munições nas proximidades também foi alvo dos mísseis israelenses.
Além disso, o Exército israelense atacou a divisão 14, uma unidade de defesa antiaérea síria, em Saboura, perto da estrada que liga Beirute a Damasco, a oeste da capital, segundo essa fonte.
"Esses ataques deixaram um grande número de vítimas entre os militares", disse o diplomata.
O Irã, importante aliado do presidente sírio, Bashar al-Assad e arqui-inimigo de Israel, conclamou os Estados da região a resistir à investida israelense.
De acordo com o relato de moradores de Qudseyya, aviões foram vistos em torno do Centro de Pesquisa e Estudos Científicos e de dois depósitos de armas situados nas regiões de Jamaraya e Al Hama, em Rif Damasco, informou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), segundo a agência EFE.
O ataque causou um enorme estrondo, sendo que gravações divulgadas por ativistas sírios na internet mostravam um grande incêndio na região dos montes de Qasium, situados próximo a capital síria.
Em um boletim urgente, a televisão estatal informou que esta "agressão israelense" foi acompanhada por uma série de "tentativas de assalto aos postos de controle militares" por parte dos grupos terroristas, uma ação que foi respondida pelas forças do regime do presidente sírio, Bashar al-Assad, e deixou vários 'mortos e feridos' entre os rebeldes.
O governo israelense já disse estar preparado para evitar que armas avançadas cheguem às mãos do grupo. Centenas de moradores sírios de duas cidades da costa do país estão deixando suas casas após dois dias de massacres. Segundo a oposição e ativistas, as forças de segurança do regime mataram 400 pessoas em Banias e Al Baida. O regime sírio alega que estava apenas procurando terroristas.