terça-feira, 23 de julho de 2013

SIGNIFICADO DE POLÍTICA


MARIA ROSINÊIDE REZENDE DE MATOS

Para compreendermos a amplitude do termo política se faz necessário buscarmos o seu significado e a amplitude do mesmo a partir da sua origem. Portanto, o termo política é derivado do grego antigo πολιτεία (politeía), que indicava todos os procedimentos relativos à pólis, ou cidade-Estado. Mais não fica por ai. No sentido comum, vago e às vezes um tanto impreciso, política, como substantivo ou adjetivo, compreende arte de guiar ou influenciar o modo de governo pela organização de um partido político, pela influência da opinião pública, pela aliciação de eleitores. Se aprofundarmos iremos descobrir que na sua conceituação erudita, política "consiste nos meios adequados à obtenção de qualquer vantagem", segundo Hobbes ou "o conjunto dos meios que permitem alcançar os efeitos desejados", para Russel ou "a arte de conquistar, manter e exercer o poder, o governo", que é a noção dada por Nicolau Maquiavel, em O Príncipe. Desta forma fica claro que a expressão política pode ser ainda a orientação ou a atitude de um governo em relação a certos assuntos e problemas de interesse público: política financeira,política educacionalpolítica socialpolítica do café com leite.
Numa conceituação moderna, política é a ciência moral normativa do governo da sociedade civil.
Com o passar dos tempos o termo política, que se expandiu graças à influência de Aristóteles, para aquele filósofo categorizava funções e divisão do Estado e as várias formas de Governo, com o significado mais comum de arte ou ciência do Governo; desde a origem ocorreu uma transposição de significado das coisas qualificadas como político, para a forma de saber mais ou menos organizado sobre esse mesmo conjunto de coisas. A partir daí a  expressão política passa a assumir novos significados. Novas conotações. Pois a política, como forma de atividade ou de práxis humana, está estreitamente ligada ao poder. Sendo que o poder político é o poder do homem sobre outro homem, descartados outros exercícios de poder, sobre a natureza ou os animais, por exemplo. Poder que tem sido tradicionalmente definido como "consistente nos meios adequados à obtenção de qualquer vantagem" (Hobbes) ou, como "conjunto dos meios que permitem alcançar os efeitos desejados" (Russell). Com o aprofundamento dos estudos relativos a política destacam-se novas posturas e surgem as mais variadas formas de exercícios de poder de um indivíduo sobre outro; o poder político é apenas uma delas.

O que a política pretende alcançar pela ação dos políticos, em cada situação, são as prioridades do grupo (ou classe, ou segmento nele dominante): nas convulsões sociais, será a unidade do Estado; em tempos de estabilidade interna e externa, será o bem-estar, a prosperidade; em tempos de opressão, a liberdade, direitos civis e políticos; em tempos de dependência, a independência nacional. A política não tem fins constantes ou um fim que compreenda a todos ou possa ser considerado verdadeiro: "os fins da Política são tantos quantas são as metas que um grupo organizado se propõe, de acordo com os tempos e circunstâncias". A política se liga ao meio e não sobre o fim, corresponde à opinião corrente dos teóricos do Estado, que excluem o fim dos seus elementos constitutivos. Para Max Weber: "Não é possível definir um grupo político, nem tampouco o Estado, indicando o alvo da sua ação de grupo. Não há nenhum escopo que os grupos políticos não se hajam alguma vez proposto(…) Só se pode, portanto, definir o caráter político de um grupo social pelo meio(…) que não lhe é certamente exclusivo, mas é, em todo o caso, específico e indispensável à sua essência: o uso da força". Portanto, o fim essencial da política é a aquisição do monopólio da força. Hoje em dia não é muito diferente. A prática política está muito longe da realidade. E a sociedade tem clamado por uma reforma imediata em todo o contexto político. Não discuto a técnica jurídica, mas a flagrante contradição e potencial de manipulação midiática quando habilmente manejada. Certo é que a reforma política que tramita no Congresso Nacional talvez atenue o dinamismo corruptor, mas certamente não impedirá que o pensamento conservador continue a se proclamar dono da ética. Reforma política já.

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