terça-feira, 23 de julho de 2013

CRER NOS POLÍTICOS



MARIA ROSINÊIDE REZENDE DE MATOS

O Brasil é uma república federal presidencialista, de regime democrático-representativo. É uma democracia representativa porque o povo dificilmente exerce sua soberania, apenas elegendo o chefe do poder executivo e os seus representantes nos órgãos legislativos, como também diretamente, mediante plebiscito, referendo e iniciativa popular. O dilema atual da política mundial e brasileira é precisamente a impossibilidade de crer na ação política contaminada pela mentalidade capitalista de vitória a qualquer preço; combinada com a comercialização publicitária na luta pelo Poder. Nessas condições nenhuma ética é possível, posto que sua construção só pode derivar da moral comunitária, que busca o bem público. Diante destes fatos se faz necessário avalia a posição do Brasil com relação ao grau de corrupção existente. Segundo dados:
O Brasil é percebido como um país extremamente corrupto, ocupando o 69° índice de percepção, sendo o 1° e menor, a Dinamarca. Perde para países Africanos como Botsuana (33°), Namíbia (56°) e Ruanda (66°) e está distante enormemente até de seu parceiro Chile (21°) na América do Sul. Porém encontra-se em posição melhor que alguns outros países sul-americanos como Colômbia (78°),Argentina (105°), Bolívia (110°) e Venezuela (164°) na região. O Brasil ainda está em situação melhor que todos os outros países do BRIC. A China se encontra 78° lugar, a Índia em 87° e a Rússia em 154°.
A partir destes dados passemos analisar o cenário político a partir da sua definição. O que é um político? - Um político é um indivíduo ativo na política de um grupo social. Pode ser formalmente reconhecido como membro ativo de um governo, ou uma pessoa que influencia a maneira como a sociedade é governada por meio de conhecimentos sobre poder político e dinâmica de grupo. Essa definição inclui pessoas que estão em cargos de decisão no governo, e pessoas que almejam esses cargos tanto por eleição, quanto por indicação, fraude eleitoral, hereditariedade, etc. Alguns cargos políticos são:Congressista; GovernadorDeputado; Senador; Parlamentar; Ministro; Prefeito; Presidente; Primeiro-ministro; Vereador.
Um indivíduo candidato à eleição para qualquer um desses cargos é geralmente definido como político.
Apesar da política ter historicamente sido considerada uma profissão honrada, muitas pessoas hoje, mesmo em países democráticos, têm uma opinião negativa a respeito dos políticos como classe. Eles são vistos, às vezes, como pessoas inescrupulosas, cujas promessas não são verdadeiras. Também são, ocasionalmente, acusados de desvios de verba para o seu próprio interesse e não para o interesse do povo e demais desvios de caráter. De fato, casos de corrupção política não são raros. Hoje em dia tem sido a coisa mais comum na política principalmente no Brasil.
Em muitos países, a classe política é composta de pessoas ricas, ou de indivíduos que dependem da classe mais rica da sociedade para se eleger. Esse fato não se restringe a um partido político, sistema de governo ou país específicos; é, ao contrário, um problema altamente difundido na política da maioria dos países democráticos, e é considerado um problema por muitos.
Uma outra crítica aos políticos é em relação àqueles chamados "políticos profissionais", políticos que exercem diversos mandatos e ganham dinheiro unicamente com esses mandatos.
Outra frequente crítica aos políticos, e à política em geral, é a incapacidade de muitos políticos em entender conceitos básicos da economia. Muitos cargos políticos não têm pré-requisitos de formação educacional, e muitos políticos têm pouca ou nenhuma formação na área de administração. Mesmo assim, os políticos têm responsabilidades em áreas de gestão e de tomada de decisão que exigem conhecimentos em economia, finanças e administração pública.
No Brasil, eles são vistos como ladrões do dinheiro público, pois praticam nepotismo, desvio de verba, quebra de decoro parlamentar, quebra de sigilo bancário, superfaturamento de obras, licitações fraudulentas. Além disso, o parlamentar brasileiro é o mais caro do mundo.
Mesmo com todos os contras, os políticos brasileiros ainda se mantém no poder, principalmente porque o poder acaba passando de pai para filho.
A vulgata de Maquiavel lhe atribui a frase: “Os fins justificam os meios”. Caso aceitemos tal afirmação, somos obrigados a concordar com qualquer um que afirme que sua finalidade última é boa e justa. Esse paradoxo coloca a política no limiar da falsificação, da mentira e da corrupção. Se o ato político esconde sempre algo por trás do que é dito ou feito, crer no político é uma questão de fé – ética privada é ato de fé e ética pública construção social. 
O dilema atual da política mundial e brasileira é precisamente a impossibilidade de crer na ação política contaminada pela mentalidade capitalista de vitória a qualquer preço; combinada com a comercialização publicitária na luta pelo Poder. Nessas condições nenhuma ética é possível, posto que sua construção só pode derivar da moral comunitária, que busca o bem público. O raciocínio na vulgata maquiaveliana seria então eticamente correto, pois é hipocrisia jurídica dizer que o crime de caixa dois não é praticado e sancionado nos bastidores da mentalidade capitalista globalizada. A ética, desde Aristóteles, se constrói no respeito pelo outro público, portanto não é discurso ou retórica para fins eleitorais, mas conceito necessário do político. A presente campanha eleitoral no Brasil já revela essa assombrosa gelatinização, que abre dois principais caminhos abomináveis: o incremento da corrupção e o sectarismo estreito de direita e de esquerda. A política precisa urgentemente de uma injeção de utopia.


Nenhum comentário:

Postar um comentário