sábado, 2 de novembro de 2013

SERRA IRIA SAIR DO PSDB. FORÇOU O PARTIDO A EMPURRAR CANDIDATURA PARA MARÇO. FICOU. AGORA DIZ: " A IDÉIA DE MARÇO FOI DO AÉCIO. CHEGANDO LÁ, A GENTE OLHA". CEGO É QUEM NÃO QUER VER.

Embora ainda se apresente como pré-candidato a presidente pelo PSDB, José Serra faz agora uma inflexão no seu discurso. Diz que vai trabalhar a favor da unidade do partido, "com quem for o candidato", ele ou o senador tucano Aécio Neves (MG).
 
"É a minha grande aspiração, que o PSDB esteja unido. Com quem for o candidato", afirmou em entrevista à Folha e ao UOL. Mas fará campanha a favor de Aécio? "Farei, farei, trabalharei para que a haja unidade, primeiro. E segundo, havendo unidade, para que a unidade se projete na campanha".
 
A declaração de Serra, é claro, pode ser interpretada com ressalvas. Por exemplo, quando ele diz que trabalhará pelo mineiro "havendo unidade". Adversários podem enxergar insinceridade no apoio prometido a Aécio. Mas o tucano poderia ter tergiversado quando indagado sobre se faria campanha para o colega. Preferiu ser direto.
 
Trata-se de uma mudança em relação ao tom quase beligerante das últimas semanas, quando o paulista passou a viajar pelo país para se apresentar como alternativa a Aécio, hoje o favorito para ser o candidato do PSDB.
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O sr. disputará a indicação para ser candidato a presidente?
O PSDB, por acordo, ficou de decidir isso mais adiante. Em março, a partir de março do ano que vem. Tenho seguido um pouco essa decisão. Aí vamos ver qual é a situação.

O sr. quase saiu do PSDB?
Era uma hipótese. Mas concluí minha análise achando que eu posso contribuir mais dentro do PSDB.

Há um acordo no PSDB sobre como definir o candidato. Quais serão os critérios?
As circunstâncias. As outras candidaturas. Hoje, nenhum partido definiu de fato. O que aconteceu com Marina Silva e Eduardo Campos era inteiramente imprevisível.

Como deve ser o processo?
Terá que haver conversas entre dirigentes. Auscultar o partido. Formalmente, a convenção é em junho.

Mas e em março?
Em março, a partir de março, se se achar que não tenha condições de maturidade para se tomar uma decisão.

É possível uma chapa presidencial do PSDB composta com Aécio Neves e José Serra?
Não temos candidato ainda. Imagine escolher vice a esta altura. Decidir que vice é do PSDB sem ter o quadro dos aliados já definido.

Se Aécio for o candidato a presidente, o PSDB e o sr. estarão unidos em torno dele?
É a minha grande aspiração, que o PSDB esteja unido. Com quem for o candidato. E eu trabalharei para isso, não tenha dúvida.

Fará campanha, de maneira incessante, a favor de Aécio?
Farei, farei. Trabalharei para que a haja unidade, primeiro. E segundo, havendo unidade, para que a unidade se projete na campanha.

Acha que Aécio fez campanha para o sr. com a intensidade que deveria ter feito em 2010?
Ele fez campanha me apoiando, segundo a estratégia que adotaram em Minas, inclusive no segundo turno.

Qual estratégia?
De ganhar eleição no governo estadual. Isso sempre é um fator que se impõe. Para deixar bem claro: eu não perdi a eleição porque podia ter tido mais votos em Minas. A derrota em 2010 foi porque tudo crescia 10% --a massa de salários, o crédito ao consumo. Foi um período de euforia, com o governo Lula lá nas nuvens de avaliação.

Qual dos dois, Aécio ou Serra, estaria mais à esquerda hoje?
Engraçada a pergunta. Acho que categoria esquerda-direita já é meio batida.

O sr. está à esquerda ou à direita de Aécio?
À direita, não estou.

À esquerda?
Depende do ângulo que se olhe. Tenho uma biografia de militância de esquerda longa. São histórias diferentes, difíceis de comparar. Não dá para comparar banana com laranja. São formações diferentes, perfis diferentes, personalidades diferentes. É muito difícil. Acho que ambos somos, para usar um termo genérico, progressistas.

Se não for candidato a presidente, o que pretende fazer? Disputar uma vaga ao Senado?
Tem diversas possibilidades. Não me detive a analisar nenhuma.

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