quinta-feira, 9 de maio de 2013


Brasileiro compra Uno no País por preço de Civic na Europa - Fonte: Terra
O custo dos carros no Brasil é muito alto em comparação a outros mercados por conta de impostos, especialmente o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). O brasileiro paga por um Fiat Uno, em dólares, o que o valor que um europeu precisa para comprar um Honda Civic. “O IPI pode chegar até 33% do valor do veículo, dependendo da cilindrada. Quanto maior (a cilindrada), maior o percentual do imposto”, explicou o analista de produção, Fernando Trujillo.
Comparativo de preços Carros no Brasil x Outros Países

Comparativo do preço(em dólares) de um Civic no Brasil US$ 37 mil e nos Estados Unidos US$ 20 mil
Como você mesmo pode ver, o brasileiro aceita de boa, pagar US$17 mil(dólares) a mais pelo mesmo carro que os europeus compram por US$20 mil.
Preço de carro no Brasil é o dobro dos EUA - Fonte:Estadão-
Comparativo de Preço de Carros Brasil x Estados Unidos
Ainda segundo a reportagem, no caso de carros, por exemplo, o site das montadoras nos EUA divulga apenas o valor sem o imposto estadual, enquanto no Brasil os portais mostram o preço efetivamente pago pelo consumidor. Na tabela abaixo, os números se referem ao que o cliente paga nos dois países. Os dois valores que aparecem para cada veículo nos EUA se referem ao que o consumidor paga no Estado com menor e com maior tributação.

Carros sedan médios 

Brasil: Toyota Corolla GLI 1.8 mecânico US$ 39.500 (R$ 65.959)
EUA: Toyota Corolla 1,8 mecanic US$ 17.300 a US$ 19.000
Brasil / EUA = 2,08 a 2,28 vezes

Brasil: Honda Civic LXS 1.8 mecânico US$ 39.916 (R$ 66.660)
EUA: Honda Civic DX mecanic US$ 15.805 a US$ 17.385
Brasil / EUA = 2,30 a 2,53 vezes

Brasil: Nissan Sentra 2.0 L mecânico US$ 31.736 (R$ 53.000)
EUA: Nissan Sentra 2.0 mecanic US$ 15.550 a US$ 17.105
Brasil / EUA = 1,86 a 2,04 vezes

Carros sedan superiores 

Brasil: Hyundai Azera GLS US$ 50.898 (R$ 85.000)
EUA: Hyundai Azera GLS US$ 25.495 a US$ 28.044
Brasil / EUA = 1,81 a 2,00 vezes

Carros SUV médios 

Brasil: Toyota RAV4 2,4L 4-Cil US$ 54.491 (R$ 91.000)
EUA: Toyota RAV4 2WD 2,5L 4-cyl US$ 22.025 a US$24.000
Brasil / USA = 2,27 a 2,47 vezes 
Segundo o site impostômetro, os brasileiros precisam trabalhar 5 meses por ano só para pagar tributos ao governo, em outras palavras, tudo o que você ganha em 5 meses de trabalho duro fica com o governo - em um período de 12 meses.
Então vamos ver quanto tempo os brasileiros trabalham só para o governo em um período de 30 anos de trabalho:
Em 30 anos de trabalho temos 360 meses, sendo assim, se para cada ano com 12 meses temos 5 meses de trabalho para pagar impostos, então em 30 anos X 5 meses por ano temos 150 meses, o que nos dá 12.5 anos de trabalho para o governo em um período de 30 anos, ou seja, quase a metade. Sendo assim, tudo o que você arrecadou em 30 anos de trabalho, você desconta 12.5 anos de trabalho que vai para o governo, então lhe sobram 17.5 anos de ganhos para você pagar todas aquelas contas que insistem em aparecer todos os meses.


Padre ajuda a impedir suicídio em viaduto de Madri



Homens salvam vida de jovem que quase despencou de ponte
Homens salvam vida de jovem que quase despencou de ponte


Era início da tarde na cidade espanhola quando um padre, percebendo a intenção do homem, aproximou-se do vidro que separa a calçada da ponte e tentou demovê-lo da ideia. Incialmente sem sucesso, o pároco chegou a dar a extrema-unção ao homem, segundo afirmou posteriormente.Três homens salvaram a vida de um transeunte que ameaçava acabar com a própria vida jogando-se do viaduto de Segóvia, em Madri, nesta quinta-feira. O homem pulou as vidraças de proteção, de 1,90 m de altura, instaladas em 1998 justamente para evitar suicídios.

Em seguida, outras duas pessoas pularam o vidro para impedir que homem se suicidasse. Neste momento, um carro de polícia e outras pessoas que passavam pelo local aproximaram-se, impedindo que o homem se jogasse. Ele acabou sendo levado a um hospital.
O padre, primeiro a dar-se conta e tentar ajudar o homem, exerce a função há apenas dez dias.
Terra

domingo, 5 de maio de 2013

Em eleição, Malásia decide futuro da coalização mais longeva do mundo



Oposição tenta aproveitar último resultado, com fraqueza do governo.
Coalizão deve ganhar, mas pesquisas mostram corrida apertada.

Os malaios votaram neste domingo (5) em eleições que podem enfraquecer ou mesmo acabar com o mandato de coalização que há mais tempo se mantém no poder no mundo e que enfrenta grande desafio a partir de uma oposição comprometida em limpar a política e acabar com políticas baseadas em raça.
Encabeçados pelo ex-ministro de Finanças Anwar Ibraim, a oposição pretende aproveitar o resultado eleitoral obtido em 2008, quando a coalização governista Barisan Nacional (BN), ou Frente Nacional, perdeu sua habitual maioria parlamentar de dois terços.
Malaios checam seus nomes antes de votar neste domingo (5) (Foto: Goh Chai Hin/AFP)Malaios checam seus nomes antes de votar neste domingo (5) (Foto: Goh Chai Hin/AFP)
A coalização é prevista para ganhar, mas pesquisas de opinião mostraram uma corrida eleitoral apertada nas últimas semanas, com o primeiro-ministro Najib Razak lutando para traduzir um forte crescimento econômico e uma enxurrada de doações sociais em votos.
Com a contagem dos votos em estágio inicial, Anwar foi rápido em reivindicar a vitória para a sua Pakatan Rakyat (PR), ou Aliança do Povo, um sinal de que a oposição está pronta para disputar o resultado eleitoral caso haja alegações de fraude.
"PR foi o vencedor", escreveu ele em sua conta no Twitter, pedindo que o partido do governo e a Comissão Eleitoral "não tentem sequestrar os resultados".
As autoridades eleitorais disseram que o número de eleitores foi de 28 milhões de pessoas, cerca de 80 por cento do total, um recorde na que pode ser a eleição mais acirrada em 56 anos de coalização da Frente Nacional.
O líder da oposição, Anwar Ibrahim, vota ao lado da mulher na Malásia (Foto: Goh Chai Hin/AFP)O líder da oposição, Anwar Ibrahim, vota ao lado da mulher na Malásia (Foto: Goh Chai Hin/AFP)

Egito e Liga Árabe condenam ataques de Israel na Síria



Foguetes lançados por Israel atingiram centro de pesquisa em Damasco.
Liga pediu ação imediata da ONU contra ataque.


A Liga Árabe condenou neste domingo (5) os ataques efetuados por Israel na Síria e pediu que o Conselho de Segurança da ONU "aja imediatamente" para contê-los.
Os ataques são "uma agressão flagrante e uma violação perigosa da soberania de um Estado árabe", disse Nabil al-Arabi, secretário-geral da Liga, pedindo que o Conselho de Segurança "aja imediatamente para conter as agressões israelenses contra a Síria".
A agência de notícias da Síria informou na noite deste sábado (4) que foguetes lançados por Israel atingiram um centro de pesquisa militar em Damasco.
A Presidência egípcia, por sua vez, afirmou em um comunicado que essas incursões aéreas eram "uma violação dos princípios e do direito internacionais e podem aumentar a complexidade da situação e ameaçar a segurança e a estabilidade da região".
"Embora o Egito se oponha vigorosamente ao derramamento de sangue na Síria e ao uso de armas pelo Exército sírio contra suas crianças (...), recusa a agressão contra a Síria, o ataque a sua soberania e a exploração de sua crise interna, seja qual for o pretexto", acrescentou a Presidência.
Imagens divulgadas pela TV estatal mostram as explosões, que formaram clarões durante a madrugada na capital síria. A TV classificou o ataque como uma tentativa de Israelx de aumentar a moral de grupos terroristas. É assim que o governo sírio chama os rebeldes.A Liga Árabe concedeu à oposição síria o assento de seu país, suspenso da organização pan-árabe desde novembro de 2011 por causa da violenta repressão à revolta.
O mesmo centro de pesquisa militar foi alvo de ataques de Israel em janeiro. Mais cedo, autoridades israelenses nos EUA confirmaram um outro bombardeio de Tel Aviv contra um carregamento de mísseis que estaria no aeroporto internacional de Damasco. Os equipamentos seriam iranianos e seriam destinados ao movimento radical libanês Hezbollah.
O ataque é o segundo em três dias efetuado pelo Estado hebreu, que tenta impedir que o Hezbollah libanês tenha acesso a armas.
As autoridades sírias anunciaram o ataque deste domingo, em Jamraya, próximo ao noroeste de Damasco, e uma autoridade israelense confirmou.
"O alvo do ataque eram mísseis iranianos destinados ao Hezbollah, no norte de Damasco", disse esse alto funcionário, referindo-se ao grupo xiita apoiado pelo Irã e aliado do regime de Bashar al-Assad, que enfrenta uma rebelião armada há cerca de dois anos.
Uma fonte diplomática em Beirute confirmou à AFP que o Exército israelense tinha três alvos militares. Além do centro de pesquisas, um depósito de munições nas proximidades também foi alvo dos mísseis israelenses.
Além disso, o Exército israelense atacou a divisão 14, uma unidade de defesa antiaérea síria, em Saboura, perto da estrada que liga Beirute a Damasco, a oeste da capital, segundo essa fonte.
"Esses ataques deixaram um grande número de vítimas entre os militares", disse o diplomata.
O Irã, importante aliado do presidente sírio, Bashar al-Assad e arqui-inimigo de Israel, conclamou os Estados da região a resistir à investida israelense.
De acordo com o relato de moradores de Qudseyya, aviões foram vistos em torno do Centro de Pesquisa e Estudos Científicos e de dois depósitos de armas situados nas regiões de Jamaraya e Al Hama, em Rif Damasco, informou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), segundo a agência EFE.
O ataque causou um enorme estrondo, sendo que gravações divulgadas por ativistas sírios na internet mostravam um grande incêndio na região dos montes de Qasium, situados próximo a capital síria.
Em um boletim urgente, a televisão estatal informou que esta "agressão israelense" foi acompanhada por uma série de "tentativas de assalto aos postos de controle militares" por parte dos grupos terroristas, uma ação que foi respondida pelas forças do regime do presidente sírio, Bashar al-Assad, e deixou vários 'mortos e feridos' entre os rebeldes.
O governo israelense já disse estar preparado para evitar que armas avançadas cheguem às mãos do grupo. Centenas de moradores sírios de duas cidades da costa do país estão deixando suas casas após dois dias de massacres. Segundo a oposição e ativistas, as forças de segurança do regime mataram 400 pessoas em Banias e Al Baida. O regime sírio alega que estava apenas procurando terroristas.

sábado, 4 de maio de 2013

Obama reafirma compromisso dos EUA com criação de Estado Palestino


Na Cisjordânia, presidente criticou Israel por expansão de colônias.
Americano faz visita importante a Israel e aos Territórios Palestinos.



O presidente dos EUA, Barack Obama, reafirmou nesta quinta-feira (21), na Cisjordânia, o compromisso com a criação de um Estado Palestino, apelou para que israelenses e palestino retomem as negociações diretas e criticou Israelpela política de expansão da colonização nos territórios ocupados.
"Os palestinos merecem ter seu próprio Estado, afirmou. "Os Estados Unidos estão completamente comprometidos para ver... um Estado da Palestina independente e soberano'.
Obama, que faz sua primeira visita oficial aos Territórios Palestinos, também disse que falou ao premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, que sua política de expansão das colônias israelenses nos territórios ocupados "não é construtiva ou apropriada para a paz" e "não combina" com a chamada solução de dois Estados para a região.
Falando em seguida, o presidente palestino, Mahmud Abbas, pediu que Israel paralise a expansão dos assentamentos.
O presidente dos EUA, Barack Obama, e seu colega palestino, Mahmud Abbas, dão entrevista nesta quinta-feira (21) em Ramallah (Foto: AP)O presidente dos EUA, Barack Obama, e seu colega palestino, Mahmud Abbas, dão entrevista nesta quinta-feira (21) em Ramallah (Foto: AP)
Foguetes
Mais cedo, em comunicado, Abbas, condenou a violência contra os civis, incluindo os disparos de foguetes a partir da Faixa de Gaza, como os dois que atingiram Israel durante a visita de Obama à região.

Obama também condenou o incidente."Condenamos a violência contra civis, independente da origem, incluindo o disparo de foguetes", disse Abbas, citado pelo conselheiro político Nimr Hamad.
"Vimos a ameaça permanente desde Gaza na noite passada com os disparos contra Sderot", afirmou. "Condenamos a violação deste importante cessar-fogo que protege tanto israelenses quanto palestinos, uma violação que o Hamas tem a responsabilidade de impedir."
Israel
Na véspera, em Israel, Obama anunciou que EUA e Israel "iniciarão discussões" para prolongar a ajuda militar americana para além de 2017.


O anúncio foi feito durante de uma entrevista coletiva à imprensa ao lado de Netanyahu, em Jerusalém.

Obama disse ainda em Israel que "a paz deve chegar à Terra Santa", em uma tentativa de aliviar as tensões com seus anfitriões e definir a política para a Síria e o Irã. Mas ele reafirmou o compromisso com a segurança dos aliados israelenses.
O presidente americano, durante o seu primeiro dia de visita a Israel, também informou que, apesar das dificuldades orçamentárias em Washington, o financiamento americano do sistema de interceptação antimísseis "Iron Dome", fabricado por Israel, não será interrompido.
O presidente Obama referiu-se a um novo acordo-quadro de dez anos que deve suceder o que está atualmente em curso, que expira em 2017, para a substancial ajuda militar americana ao Estado hebreu, que supera hoje US$ 3 bilhões por ano, segundo a rádio pública israelense.
O novo chefe do Pentágono, Chuck Hagel, havia prometido em 5 de março ao ex-ministro israelense da Defesa Ehud Barak que Washington continuaria a financiar os sistemas atimísseis israelenses, apesar das restrições orçamentárias dos Estados Unidos.

Israel ataca centro de pesquisas Cientificas em Damasco



 



TV síria afirma que ataque foi realizado com mísseis.
Número de vítimas ainda não foi divulgado.


Israel atacou na madrugada deste domingo (5) um centro de pesquisas científicas em Jamraya, na região deDamasco, informou a agência oficial de notícias síria Sana. De acordo com a agência, o ataque foi realizado com mísseis e o número de vítimas não foi divulgado.
A TV síria confirmou o ataque afirmando que a "agressão israelense visa a aliviar a pressão sobre os terroristas em Ghuta do Leste", região do subúrbio de Damasco.
A mídia americana revelou no sábado que a aviação israelense atacou o território sírio na madrugada de sexta-feira, para destruir armas que poderiam ser entregues ao movimento xiita libanês Hezbollah.

Uma fonte militar síria desmentiu o ataque de sexta-feira e o gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, não confirmou a informação. Segundo a rede de televisão americana CNN, "agências americanas e ocidentais de inteligência obtiveram informações confidenciais indicando que Israel executou um ataque aéreo entre quinta e sexta-feira", após aviões de combate deste país sobrevoarem o Líbano.
No Líbano, uma fonte diplomática indicou à AFP que o ataque destruiu mísseis terra-ar fornecidos recentemente pela Rússia, que estavam armazenados no aeroporto de Damasco. Na sexta, a agência Sana anunciou o disparo de dois foguetes, por parte dos rebeldes, contra o aeroporto de Damasco, atingindo um avião e um reservatório de querosene.
De acordo com a rede NBC, "o principal alvo de Israel era uma carregamento de armas destinado ao Hezbollah, no Líbano", referindo-se ao movimento xiita libanês, inimigo de Israel. Um comunicado do Exército libanês indicou vários sobrevoos de caças-bombardeiros israelenses na noite de quinta para sexta-feira.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou neste sábado que Israel tem o direito de se defender da transferência de armas da Síria para o Hezbollah, mas se negou a comentar a informação de que Israel atacou o território sírio. "Não vou fazer comentários sobre o que ocorreu na Síria ontem, mas acredito que os israelenses, de maneira justificada, devem se proteger contra a transferência de armas sofisticadas para organizações terroristas como o Hezbollah".
Obama afirmou que cabe ao Estado hebreu "confirmar ou negar qualquer medida que tenha adotado" para se defender da ameaça. "Temos uma estreita coordenação com os israelenses e reconhecemos que estão muito próximos da Síria e muito próximos do Líbano", destacou o presidente.
Israel e Hezbollah - um fiel aliado do presidente Bashar al-Assad - se enfrentaram em um sangrento conflito no verão de 2006
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Invasão do Iraque - 10 anos: As derrotas de uma guerra vitoriosa





  • Cena de "Guerra ao Terror" ("The Hurt Locker"), de Kathryn Bigelow, que focaliza a dura rotina das tropas norte-americanas no Iraque
    Cena de "Guerra ao Terror" ("The Hurt Locker"), de Kathryn Bigelow, que focaliza a dura rotina das tropas norte-americanas no Iraque
Há pouco mais de dez anos, em 19 de março de 2003, Os Estados Unidos invadiram o Iraque e deram início a uma das guerras mais caras, polêmicas e desastrosas de sua história, que durou quase nove anos.
A “Operação Liberdade Iraquiana” levou 21 dias e teve apoio de tropas do Reino Unido, da Austrália e Polônia. Ela foi deflagrada durante o governo de George W. Bush (2001-2009), um ano e meio após os ataques às torres gêmeas do World Trade Center em 11 de setembro de 2001.
O presidente americano justificou a invasão com a suposta existência de armas de destruição em massa pelo regime de Saddam Hussein, um dos mais violentos do Oriente Médio. O risco era de que o armamento chegasse a grupos terroristas como aAl Qaeda, responsável pelos atentados em Nova York. Essas armas, porém, nunca foram encontradas e poucos acreditam que existiam. Além disso, a ligação de Saddam com Osama bin Laden era implausível, pois eram inimigos.
Havia ainda uma intenção “humanitária” de destituir o ditador e estabelecer a democracia no Iraque. Nos bastidores do teatro de operações, contudo, havia interesse de Washington em controlar o petróleo iraquiano (9% das reservas mundiais) e o domínio estratégico do Oriente Médio.
Na época, Bush tinha apoio da população e da imprensa para promover sua "guerra contra o terror". Os americanos ainda estavam abalados e com medo de novos ataques terroristas. Nos anos seguintes, entretanto, a guerra tornou-se fonte de despesas e escândalos – massacres nas ruas de Bagdá e denúncias de torturas de presos iraquianos na prisão de Abu Ghraib – que abalaram a confiança no império americano.
Os Estados Unidos ainda se envolveram em outra guerra, no Afeganistão, e enfrentaram a maior crise econômica desde a Grande Depressão (1929-1933). Somente a guerra no Iraque custou US$ 2,2 trilhões, valor comparável ao PIB brasileiro. O número de mortos chegou a 4.805 militares das forças de coalizão e 134 mil civis iraquianos.
O desgaste político de Bush com a guerra, agravado pela demora ao socorro às vítimas do furacão Katrina, em 2005, foi também decisivo para a vitória do democrataBarack Obama nas eleições presidenciais de 2008. Obama foi eleito com a promessa de resolver a crise financeira e retirar as tropas do Iraque.
Ditador
O Iraque situa-se em uma região que abrigou as primeiras civilizações humanas. A capital, Bagdá, foi o centro do mundo islâmico e a maior cidade da Idade Média.
Rico em petróleo (descoberto em 1927), o Iraque tinha todas as condições para ser uma nação rica. Mas séculos de guerras e ocupação estrangeira, com consequentes instabilidades política e econômica, impediram que se desenvolvesse.
O Iraque nunca conheceu a democracia. Após quatro séculos de domínio Otomano, o território virou colônia do Reino Unido e, após a Independência, em 1932, sofreu sucessivos golpes de Estado, até a chegada do partido de Saddam Hussein, o Baath, ao poder em 1968. O partido dominou o país por 35 anos, até a invasão americana.
Saddam assumiu a presidência em 1979. Na época da Guerra Fria (1945-1991), o ditador tinha apoio do governo americano por terem, ambos, o Irã como inimigo comum. A situação mudou em 1990 quando o exército iraquiano invadiu o Kuwait, país vizinho, e iniciou a Guerra do Golfo Pérsico (1990-1991).
De certo modo, a invasão americana em 2003 foi uma continuação da Guerra do Golfo. Ela terminou com a deposição e captura do ditador iraquiano em 2003. Saddam foi condenado à morte e executado em dezembro de 2006. A queda do regime de Saddam marcou o fim da invasão, mas o começo de um processo de reconstrução do Iraque, que se mostrou mais demorado e difícil do que o esperado.
Violência
A sociedade iraquiana é formada por três grupos étnicos e religiosos que lutam entre si há séculos. Os árabes perfazem 80% da população de 29 milhões de habitantes. Os curdos estão entre 15 e 20% desse total. A principal religião é a muçulmana, dividida entre xiitas (62%) e a minoria sunita (35%).
Os árabes sunitas governaram o país desde sua criação, em 1920. Após a ocupação, os americanos permaneceram no país para treinar forças de segurança iraquianas e constituir um governo pluralista, que representasse todas essas etnias.
Em outubro de 2005, os iraquianos aprovaram uma Constituição mediante um referendo nacional. Em dezembro, foi composto o Parlamento, no primeiro governo constitucional no país em quase 50 anos, de maioria xiita. Mas a tensão entre milícias sunitas e xiitas provocou atentados violentos entre 2005 e 2007.
As tropas americanas finalmente deixaram o Iraque em 18 de dezembro de 2011. Hoje, apesar da instabilidade política, a economia iraquiana está melhor do que em 2003, registrando um crescimento médio de quase 7% ao ano. A violência nas ruas também diminuiu, ainda que os atentados continuem acontecendo em Bagdá.
Para os Estados Unidos, a guerra do Iraque resultou em perdas políticas, econômicas, ideológicas e estratégicas. No contexto geopolítico do Oriente Médio, a queda do regime secular de Saddam Hussein fortaleceu o Irã e o fundamentalismo islâmico, antecipando a Primavera Árabe.