quarta-feira, 9 de outubro de 2013

O Dedo por Trás do Gatilho



“Aquele que vive pela espada, morrerá pela espada” (Mateus 26,52)




Quando atirou a primeira pedra - no tempo das cavernas - e viu o potencial destrutivo da sua ação,  o homem descobriu uma das formas mais vis de praticar o mau e a injustiça: a covardia de tirar a vida do semelhante.
    
   Covardia. Essa é a palavra correta para designar a ação do homem que tira a vida de seu semelhante por meio de ardis como armas de fogo, emboscadas e táticas que não oferecem nenhuma defesa àquele que tem sua vida ceifada de modo violento.
    
   A morte violenta, embora justificada, não é um sinal de prevalecência do mais forte. Pelo contrário, é a assinatura de um atestado de que quem mata é incapaz. Incapaz de conviver com o outro. De ser superior a todo e qualquer obstáculo que a vida lhe opõe. Há muita diferença no ato de reagir à determinada ação e dela subtrair a vida de outrem, e planejar a morte e alguém por motivos não raramente fúteis e banais.
    
   Certos também, de que a vida obedece a uma “ordem cíclica”, e que “pagamos aqui” o bem ou o mal, aquele que mata sem dar chances de revide é covarde porque se julga incapaz de estar cara a cara com a vítima e dizer-lhe aquilo que deseja. Talvez essa abordagem da morte seja um pouco simplória, todavia, é uma verdade que precisa ser engolida por aqueles que tendem a usar da emboscada, da surpresa e dos ardis vergonhosos para matar.
    
   O uso da arma de fogo – seja qual for o seu potencial de alcance – é vista dessa maneira como uma extensão do braço do agressor. Mais uma forma que aponta a incapacidade de aproximação, a certeza da covardia, o medo de se aproximar, a incapacidade de ser Homem. Visto por essa ótica, o homicídio nas circunstâncias elencadas acima não passa de uma forma grotesca pela qual o Homem se mostra incapaz de conviver com o Mundo ao seu redor.
    
   A mão por trás do gatilho, a mão do covarde. Essa é a verdadeira face do Homem, que incapaz de conviver com o seu semelhante, arma-lhe uma emboscada e ceifa-lhe a vida covardemente. Não há outra definição, embora no decorrer da vida tenhamos que optar pela nossa própria existência.
    
   E para que ninguém se esqueça da Lei da Ação/Reação, Cristo mais uma vez nos deixa seu ensinamento: “aquele que vive pela espada, morrerá pela espada.”

(...)
Frank Castle

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