segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Como evitar que o crescimento volte a ficar fraco e a inflação alta

Míriam Leitão - 
PROGRAMA NA GLOBONEWS


A boa notícia do crescimento forte do segundo trimestre dá novo ânimo, porém o Brasil tem crescido pouco durante muito tempo e está com inflação em torno de 6% por vários anos. Inflação alta e baixo crescimento é o que os economistas chamam de estagflação. Como evitar essa situação foi o tema que discuti no programa da semana passada na Globonews com Margarida Gutierrez, professora do Coppead/UFRJ; e com Fernando Rocha, economista e sócio da JGP Gestão de Recursos.
A alta da Selic para 9% é o remédio contra a inflação, mas pode enfraquecer mais a economia, já fraca, apesar do bom número do PIB do segundo trimestre. A grande questão é: como ficar com o efeito bom do "remédio" (combater a inflação) sem a parte ruim, de redução do crescimento?
Para a professora da UFRJ, as perspectivas de crescimento para a economia estão muito dependentes do sucesso do programa de concessões, que poderá mudar a cara do país, segundo ela. Margarida diz que a economia vem dando sinais de esgotamento desde 2011 e deve crescer pouco este ano.
Fernando concorda com a economista em relação ao crescimento de 2013, que deve ser baixo, por causa da reduzida capacidade de oferta da economia, dos investimentos aquém do considerado necessário, independentemente do que o BC faça. Ele acha que o governo, nos últimos anos, tolerou uma inflação mais alta.
O economista vê com otimismo e um pouco de ceticismo os leilões de concessões, porque o governo "se enrola" na questão das regras. Ele comentou também sobre os riscos regulatórios, as mudança nas regras, a taxa de retorno dos investimentos.
A alta do dólar e as razões internas para a desvalorização maior do real foram outro tema abordado.
Para os economistas, como a bandeira do governo é a redução dos juros, o BC demorou para elevá-los, mas Margarida prevê, por exemplo, que a autoridade monetária atuará firme agora no combate à inflação, "jogando pesado", ainda mais levando-se em conta que há a questão do câmbio a enfrentar. Já Fernando acha que o BC não será tão rigoroso - os juros subiriam até certo ponto, mas não tanto como deveriam - para trazer a inflação para menos do que foi no ano passado.
Na avaliação de Margarida, o Ministério da Fazenda, com uma política fiscal expansionista; e o BC, com a difícil tarefa de controlar a inflação, estão em direções opostas. A política de gastos do governo está atrapalhando a missão do BC, segundo ela, ao não colaborar para a queda da inflação.
Eles mostraram que tem muito erro sendo cometido na política econômica, que pesa, por exemplo, no crescimento econômico.

Vejam aqui a entrevista na íntegra:

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