segunda-feira, 12 de agosto de 2013

"A vida começa onde termina a zona de conforto"


O ser humano tem a necessidade de crescer psicologicamente e realizar o seu potencial. Para que haja esse crescimento, é necessária a expansão contínua das nossas fronteiras psicológicas. Essa expansão acontece quando atuamos com sucesso fora da nossa zona de conforto e descobrimos a sabedoria e o prazer de aceitar desafios que estão fora dessa zona.


Textos: Ailton Amélio e Sandra Betti. Adaptação: Dária Leon
 
A origem da palavra conforto vem do latim, cumfortare, e significa aliviar a dor ou a fadiga. Está associado a “um estado prazeroso de harmonia fisiológica, física e psicológica entre o ser humano e o ambiente”. É a nossa tendência de evitar os medos, a ansiedade ou algum tipo de desgaste. Tendemos a ficar num território onde podemos predizer e controlar os acontecimentos. Que pode garantir um desempenho constante, porém limitado e com uma pseudo sensação de segurança.
As causas mais frequentes que nos fazem ficar na zona de conforto são:
Preguiça: Quando o indivíduo sente cansaço, falta de energia, apatia, desinteresse, depressão, ansiedade, culpa, desmotivação ou tudo ao mesmo tempo...
Soberba: Quando ele não sente necessidade de aprender nada ou de aprimorar-se, por achar-se pronto, “brilhante” e perfeito (“síndrome do copo cheio”).
Medo: Quando tem receio de enfrentar os próprios medos: medo do desconhecido, dos riscos, das incertezas, do que pode acontecer, de perder controle ou do que os outros possam pensar.
Miopia: Quando não se têm claros os impactos e as consequências de algumas atitudes e comportamentos em nossas vidas, no médio e longo prazos.
Timidez: As pessoas tímidas ficam tensas e inibidas (se comportam mais pobremente do que são capazes) em situações sociais: olham menos nos olhos, iniciam menos assuntos, revelam menos seus interesses amorosos.
Inassertividade: Os inassertivos não se portar da forma como sentem em pensam em situações sócias. Por exemplo, quando alguém faz algo que infringe seus direitos elas podem não se manifestar e reafirmar seus direitos.
Baixa autoestima: Aqueles que têm baixa autoestima subestimam seus méritos e ampliam seus deméritos.

Quais são as limitações que exigem atuações fora da zona de conforto?

Um dos motivos do poder apelativo dessa instigação para atuar além da zona de conforto é que ela aponta um caminho para nos livramos das insatisfações que nos afligem. Algumas dessas insatisfações são as seguintes:
Insatisfações econômicas e profissionais: No campo profissional e econômico, gostaríamos de ampliar nossos horizontes. Mantemo-nos em um emprego medíocre onde somos subaproveitados, temos medo de empreender e fracassar, não temos dinheiro, tempo ou a coragem que dariam condições para viver como queremos (por exemplo, gostaríamos de proporcionar um bom nível de vida para nossos filhos). A superação dessas dificuldades esbarra em apreensões porque exigem ações fora da nossa zona de conforto: iniciar um novo negócio, mudar de emprego, solicitar ajuda, etc.
Barreiras psicológicas: Somos prisioneiros de diversos tipos de barreiras psicológicas: somos tímidos, inassertivos, temos baixa autoestima e, por isso, não agimos como gostaríamos por mais que saibamos que aquilo que nos amedronta é fictício e irrazoável.
Relacionamento amoroso: No campo amoroso, vivemos em relacionamentos insatisfatórios que perduram como são porque temos medo de tomar medidas para alterá-los ou para abandoná-los.
Campo psicológico: Temos medo de rever e mudar a nossa autoimagem e a imagem das pessoas que nos cercam. Temos pouca flexibilidade para rever nossas metas e redefinir as nossas prioridades. Agimos como se preferíssemos ter um objetivo qualquer na vida, por mais irreal e restrito que seja, do que nos darmos ao trabalho corrigir as nossas aspirações.

A zona de conforto também funciona como uma espécie de “alarme do eu” que ajuda a preservar a sua integridade. Quando fazemos algo que dominamos, que conhecemos bem e que sabemos que seremos bem sucedidos, podemos agir no “automático”.

Quando é sábio agir dentro da zona de conforto

A zona de conforto é aquela zona psicológica onde agimos da maneira que já foi testada anteriormente e que, por isso, tais ações nos fornecem uma boa chance de sucesso e mantêm a estabilidade e o status quo da nossa vida. Por exemplo, nos portamos daquela maneira que sabemos que tem uma boa chance de agradar o parceiro amoroso, de manter o nosso emprego, de não desperdiçar nossas economias e de mantermos o nosso bem estar físico e psicológico.
A natureza criou alarmes que indicam quando estamos em risco. No caso da segurança física temos alarmes do tipo falta de ar, dor, calor, frio, enjoo. No caso psicológico existem mecanismos como ansiedade, apreensão, insegurança, culpa. Alguns desses mecanismos emitem alerta para perigos que ameaçam tanto a nossa segurança física como a nossa segurança psicológica. Este é o caso, por exemplo, do medo que dispara tanto para ameaças físicas quanto psicológicas.
Segundo Darwin, o mais apto para a sobrevivência não é o mais inteligente ou o mais forte, mas sim, o mais adaptável. Ser adaptável é extremamente importante porque vivemos em um mundo constantemente mutável e nós também mudamos. "Adaptável" significa agir da forma mais apropriada para as circunstâncias. Essa forma de agir pode exigir mudanças contínuas da nossa parte, o que pode gerar inseguranças porque essas novas formas são menos conhecidas porque foram menos exercitadas do que aquelas que já adotamos várias vezes anteriormente. A natureza criou grandes prêmios imediatos e distantes no tempo para aqueles que se adaptam melhor. Exemplos de prêmios imediatos: alegria, energia, sensação de estar fluindo. Exemplos de prêmios distantes: maior sucesso reprodutivo.

E quais as consequências de ficarmos neste estado letárgico, reativo e confortável? Várias...

Desperdício do próprio talento:que é um processo de auto-sabotagem... Apesar da pessoa ter muito potencial, não consegue otimizá-lo nem transformá-lo em performance (como uma mina de diamantes lacrada, inexplorada e improdutiva).
Impactos negativos na carreira, na imagem e na empregabilidade: ao invés da pessoa ter uma carreira ascendente e bem sucedida, fica estagnada ou até involui profissionalmente.
Pode acarretar prejuízos à saúde(sedentarismo, obesidade ou dependência química), ao intelecto (perda de memória, de raciocínio e de agilidade mental), à psique (imaturidade, dependência, insegurança e áreas cegas) e à dimensão espiritual (falta de altruísmo, de senso de propósito e da capacidade de ajudar as outras pessoas).
Pode fazer com que invistamos pouco no nosso autodesenvolvimento, que está ligado a aprender, a mudar nossos comportamentos, a evoluir e a buscar nosso sucesso.

Para finalizar, algumas dicas para não ficarmos na nossa zona de conforto e sermos pessoas realizadas, equilibradas e bem-sucedidas :

· Sonhem grande!
· Sejam muito competentes e comprometidos em tudo que fizerem;
· Sejam muito curiosos, nunca parem de estudar e aproveitem ao máximo os cursos que fizerem;
· Leiam MUITO;
· Façam intercâmbio no exterior (trabalho ou estudo);
· Façam parte de alguma entidade na sua área/ faculdade/ sociedade;
· Fiquem completamente fluentes em inglês e espanhol;
· Preocupem-se com a imagem que projetam para os chefes, clientes, fornecedores, colegas, professores, etc;
· Pratiquem esportes coletivos/ aventura;
· Façam trabalhos voluntários;
· Administrem seu tempo e sua energia com sabedoria (prazer + dever);
· Tenham lazer muito saudável e gratificante.

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