quarta-feira, 24 de julho de 2013

PAISAGEM DE PRIMEIRO MUNDO NUM PAÍS VIOLENTADO PELO SEU PRÓPRIO POVO


Uma aldeia suiça? Não. Isto é a neve no topo do Morro Cambirela, na área metropolitana de Florianópolis. A foto é do site da revista Veja.
Quem vê esta foto se ter alguma informação poderá pensar que se trata de paisagem do inverno europeu. Entretanto, trata-se do Morro Cambirela, que fica no município de Palhoça, que faz parte da área metropolitana de Florianópolis, a capital catarinense. Nesta terça-feira o Cambirela amanheceu com o topo coberto de neve.

A neve em Santa Catarina não é novidade na Serra, principalmente em São Joaquim, Urupema e adjacências, onde estão os locais mais frios do Brasil. Mas no caso da neve cair num morro do litoral catarinense é um fato insólito. Isto dá uma idéia do frio que castiga o Sul do Brasil, especialmente os Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

O fenômeno também dá uma ideia do tamanho do Brasil e sua diversidade climática. No Norte e Nordeste calor o ano inteiro, enquanto aqui no Sul as quatro estações são bem evidentes, ainda que nem todo inverno ocorra o fenômeno da neve com essa intensidade.

Mas são as quatro estações bem definidas que conferem ao Sul características muito especiais. Enquanto no Norte e no Nordeste prevalecem as frutas tropicais, aqui se colhem maçãs de padrão europeu e uvas viníferas com as quais se produzem vinhos de alta qualidade que freqüentam as melhores delicatesses do mundo.

Mas apesar de toda essa generosidade da natureza em relação ao território brasileiro, ancorado sobre placas tectônicas estáveis e portanto livre de abalos sísmicos, bem como situado geograficamente numa parte do planeta que não está na rota dos furacões, este país teria tudo para ser um oásis de paz de progresso. Todavia, não é isso que acontece.

As razões são diversas. Mas a principal variável que faz do Brasil um dos países mais corrupto, mais violento e atrasado em nível científico e tecnológico é o tipo humano que o habita. Afinal, o que dá vida a um país são os seus habitantes. É o conjunto de sua população que forma a Nação brasileira.

Portanto, não existe nenhum indicador seguro de que esse lamentável destino possa ser alterado. A prova do que eu afirmo pode ser conferida nos veículos de imprensa publicados desde que se começou a noticiar os acontecimentos do país por meio de jornais, revistas e livros. Basta compulsar uma publicação de 50, ou 100 anos. Ver-se-á que certas notícias que estampam os veículos de mídia da atualidade em grande medida continuam sendo praticamente as mesmas no que tange à economia, às taxas de juros, à carestia, à carga tributária brutal e, como não poderia deixar de ser, a roubalheira de dinheiro público.

O Estado patrimonialista continua incólume infestado de predadores. E continuará a sê-lo. Prova inconteste são os protestos que explodiram no país que carecem de objetividade e não atacam o principal: o gigantismo estatal. Pelo contrário, todos saem as ruas pedindo mais Estado babá para a honra e glória de Lula e seus sequazes que tripudiam impunemente sobre a democracia e a liberdade há mais de uma década.

A única coisa boa do Brasil é a sua diversidade de paisagens, de clima; a sua imensidão de perder de vista; o seu litoral recortado por praias de todos os tamanhos, tipos e formatos. 

A generosidade da natureza é tão grande que proporciona até mesmo o topo do Morro Cambirela coberto de neve, oferecendo um cenário que está mais para aquelas fotografias que exaltam as montanhas geladas da Suíça, do que para um país tropical perdido no continente sul-americano.

Desde o seu descobrimento o Brasil continua a ser, no máximo, um país agro-pastoril, exportador de produtos exóticos como o cacau, café e frutas tropicais que deslumbram os consumidores do hemisfério Norte.

Dia desses, uma pessoa que voltava de um período de permanência nos Estados Unidos, me dizia desconsolada que a maioria dos americanos nem sabe onde fica o Brasil. Ao que eu retruquei: "Você sabe onde fica Burkina Faso?

Sobrou uma interrogação no ar...

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