segunda-feira, 27 de maio de 2013

A ciência não é neutra



A taxa de Carbono do Eng.º Moreira da Silva
O Vice-Presidente do Partido maioritário no nosso Governo, 
detentor de um notável curriculum nos corredores 
internacionais do nacional-ecologismo alemão, propõe 
hoje para o relançamento da economia nacional a criação de 
"Taxa de Carbono" de 3,5% a pagar pelos portugueses no IRS.

Segundo outras notícias, quando do recente "movimento" dos 
Ministros da Economia do Sul para a "reindustrialização"
 junto de Bruxelas, o nosso Ministro da Economia terá pedido
 uma política industrial mais "amiga do investimento
e menos fundamentalista quanto aos espartilhos ambientalistas, 
mas esta nota não terá colhido grande eco. De facto, Bruxelas e a 
indústria alemã, que não sofre de problemas de 
"desindustrialização", julgam até que a aposta numa renovação 
industrial mundial apoiada em restrições ambientais pode ser 
a chave da competitividade europeia (alemã, leia-se), desde 
que consigam moldar o resto do mundo a essas restrições...
É patente que a proposta da taxa de carbono do Eng.º Moreira 
da Silva se insere nesse pensamento ecotópico.
Não vou discutir agora a visão económica destas propostas.
Vou apenas lembrar alguns números constantes do relatório 
de 2007 do IPCC sobre o aquecimento global, que é a base 
(contestada) do pensamento ecotópico e cuja validade 
científica não vou questionar. Vou lembrar esses números 
por que até eles são repetida e descaradamente 
falsificados pelos ecotópicos!



É frequente ouvir-se que a emissão de CO2 pelo uso 
de combustíveis fósseis é responsável por 85% do 
"efeito de estufa". Vejam-se então os números da ONU 
(IPCC de 2007), quanto à contribuição e origem dos 
diversos gases causadores desse efeito:



Por tipo de gás:


  • CO2 resultante do consumo de combustíveis fósseis:56%;
  • CO2 resultante da desflorestação, decomposição de 
  • biomassa, etc:17%;
  • Metano: 15%;
  • Nitritos: 8%;
  • CO2 resultante de outros processos: 3%;
  • Outros gases residuais: 1%.


Além de ser corrente atribuir-se às emissões de CO2 
resultantes do consumo de combustíveis fósseis 85% do 
efeito de estufa, é também usual associar essas emissões 
à produção de energia, levando a pensar que o problema 
se resolve com energias renováveis na geração de electricidade.
 Ora veja-se então a composição de origens dos gases acima
 listados, sempre de acordo com o mesmo relatório do IPCC:



Emissão de gases de efeito de estufa, por actividade:


  • Produção de electricidade: 26%;
  • Indústria (especialmente cimenteiras, 
  • siderurgias, refinarias,...):19%;
  • Desflorestação17.5%;
  • Agricultura: 13.5%;
  • Transportes: 13%;
  • Edifícios: 8%;
  • Lixos e esgotos: 3%.
Neste post aqui e noutros sob a rubrica "clima", pode o
 leitor encontrar oshyperlinks para as fontes do IPCC que referi.

E pode também encontrar aqui uma nota sobre os custos 
desta política europeia, que evidentemente não são 
equitativamente pelos diversos países da União...



Adenda: Para confirmar a reprimenda dada ao Ministro 
da Economia pelo nacional-ecologismo alemão sobre essa
sua ideia de reindustrializar Portugal, a recém-convertida 
à causa alemã que supervisiona o Ministério da Agricultura,
 veio a público desautorizar o colega. Como no seu Ministério o 
pelouro do ambiente foi "industriado" pelo irmão do Engº. 
Moreira da Silva, faz sentido...

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