sábado, 16 de novembro de 2013

Noé ganha trailer, filmes bíblicos ganham força e a polêmica não tarda…

Noé ganha trailer, filmes bíblicos ganham força e a polêmica não tarda… 

Roberto Sadovski
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The Wolverine seria o filme que o diretor Darren Aronofsky faria depois de Cisne Negro. Ele já havia trampado com Hugh Jackman (Fonte da Vida, filmaço, veja!) e também curte HQs (quase dirigiu um Batman: Ano Um bem bizarro). Além de tudo, ele queria liberdade e grana para fazer os filmes que tinha na cabeça, e liderar as bilheterias com uma adaptação de gibi parecia o caminho mais natural. Mas o filme que deu o Oscar a Natalie Portman teve uma performance matadora em todo o mundo, encostando nos 330 milhões de dólares em caixa – isso para um filme que custou 13 milhões. E a liberdade almejada pelo diretor chegou mais cedo.
Bom, ou quase.
Seu projeto pós-Cisne Negro foi Noé, uma visão aguda sobre o homem que falou com Deus, viu a chegada do dilúvio e construiu uma arca para preservar a vida selvagem no planeta, enquanto os erros do homem eram varridos pela fúria divina. Aronofsky amealhou um elenco matador (Rossell Crowe, Jennifer Connelly, Anthony Hopkins, Emma Watson, Ray Winstone) e trabalhou com Ari Handel num texto que, apesar de espelhar as escrituras sagradas, humaniza Noé, que surge na pele de Crowe menos como um pregador e mais como um homem guiado pela obsessão. Ai chegaram os problemas, claro. O estúdio testou um corte inicial do filme com várias platéias de várias religiões e ficou assustado com a reação de grupos mais radicais. Aronofsky, por sua vez, bateu o pé para lançar o filme que ele se propos a fazer em primeiro lugar – e o diretor não é o tipo de sujeito que dá muita trela a opiniões de executivos. No fim das contas, Noé chega aos cinemas em março de 2014 e traz um clima épico emoldurado por belas imagens. Inclusive a de centenas de animais (digitais) entrando na arca, uma cena que os técnicos da Industrial Light & Magic disseram ser o efeito mais complexo em que eles já trabalharam. Dá uma olhada no trailer e continuamos o papo.
Noé é o primeiro filme bíblico de uma nova leva que inclui Exodus, de Ridley Scott (que estreia em dezembro de 2014 com Christian Bale, Sigourney Weaver, Aaron Paul e Ben Kingsley); o drama Son of God (agendado para fevereiro do ano que vem); e uma nova versão de Ben Hur, ainda sem data para começar a ser filmada, com a direção de Timur Bekmambetov. Além destes, outros filmes com tintas bíblicas, comoGods and Kings (que seria dirigido por Steven Spielberg, mas que agora voltou para o estaleiro), The Redemption of Cain (um thriller sobrenatural que retoma o conflito dos irmãos Caim e Abel, e que pode trazer Will Smith), e Jesus de Nazaré, que Paul Verhoeven pretende adaptar de seu próprio livro, estão na fila para ganhar os cinemas – e acender polêmicas. Atenção é algo que Hollywood certamente não despreza.
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Paul Verhoeven no lançamento de seu livro Jesus de Nazaré
O curioso é notar que os novos filmes fogem do verniz épico das superproduções bíblicas de outrora, como Os Dez MandamentosSansão e Dalila e A Maior História de Todos os Tempos. A idéia dos cineastas não é louvar uma religião, e sim entender seus mecanismos e seus protagonistas. O Jesus de Nazaré de Paul Verhoeven é o vespeiro mais sensacional de toda a ficção bíblica recente. O livro, lançado em 2008, reconta as histórias do Novo Testamento de forma realista. Ou seja: saem de cena os elementos sobrenaturais e os milagres atribuidos a Cristo; entra em cena a história de um ativista político radical, fruto do estupro de sua mãe por um soldado romano, que é crucificado por suas idéias revolucionárias. Martirizado, ele é elevado a figura divina por seus seguidores mais próximos. Ou seja, prato cheio para Verhoeven, que no momento que conseguir financiamento para o filme pode pintar um alvo na testa e esperar o ataque de fundamentalistas religiosos de todos os lados. O que, provavelmente, vai também acontecer a Darren Aronofsky.
Para encerrar o papo, que tal lembrar cinco filmes bíblicos que foram alvo de protestos, polêmicas, proibições, ameaças etc etc…
5- DOGMA (Kevin Smith, 1999)
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Damon e Affleck são anjos caídos em Dogma
O diretor de Procura-se Amy fez uma sátira sobre a fé cega da Igreja Católica e colocou Ben Affleck e Matt Damon como anjos caídos, Linda Fiorentino como descendente de Cristo e Alanis Morrissete no papel de Deus. Um filme inteligente, mas a turma dos piquetes ainda fez barulho na frente dos cinemas – e Smith até se juntou a eles!
4- A VIDA DE BRIAN (Terry Jones, 1979)
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Brian (Graham Chapman, à dir.) canta sobre o lado bom da vida…
A visão do grupo Monty Python para a vida de Brian Cohen, um judeu contemporâneo de Cristo que é confundido com o messias, foi taxada de blasfêmia. O filme terminou banido de várias cidades nos Estados Unidos e na Inglaterra por pressão de grupos que sequer assistiram ao filme. Azar o deles.
3- A PAIXÃO DE CRISTO (Mel Gibson, 2004)
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Mel Gibson não poupou sangue e violência em sua versão da Paixão de Cristo
Gibson entrou numa situação que não podia vencer: grupos judeus o acusaram de anti semitismo (por causa do retrato dos judeus que prenderam Cristo); grupos católicos o acusaram de mentiroso por não usar nada além da Bíblia para o plot. É um filme violento e poderoso, independente de sua religião. E religião não entra de forma alguma na mistura.
2- O CÓDIGO DA VINCI (Ron Howard, 2006)
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Tom Hanks e Amélie desvendam o mistério da Mona Lisa e da igreja católica
O Código Da Vinci é um filme fraco baseado em um livro fraco. Ainda assim, grupos religiosos levantaram a voz contra o retrato de uma igreja católica determinada a esconder a história “verdadeira” de Cristo – um homem que teve descendentes e não seria nada divino. É só um filme, rapazes!
1- A ÚLTIMA TENTAÇÃO DE CRISTO (Martin Scorsese, 1988)
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Willem Dafoe experimenta a última tentação de Martin Scorsese
 Agonizando na cruz, Jesus Cristo imagina sua vida longe de seu papel como Filho de Deus, experimentando uma vida plena e mundana, com medos e desejos e dúvidas – como qualquer ser humano normal. O livro de Nikos Kazantzakis, lançado em 1951, causou furor. Mas nada comparado à produção de Scorsese, que sofreu represálias ainda durante as filmagens e chegou ao clímax do fanatismo quando um grupo fundamentalista bombardeou um cinema em Paris que exibia o filme com coquetéis molotov, ferindo treze pessoas – quatro terminaram no hospital com queimaduras gravíssimas. A Última Tentação de Cristo permaneceu banido por vários anos em diversos países, como México e Chile, e continua proibido em Singapura, nas Filipinas e na África do Sul. Ah, e é uma obra-prima do diretor de Os Bons Companheiros e Taxi Driver.

Contra o Homo Proletarius - a ascensão dos pobres pelo empreendedorismo

Contra o Homo Proletarius - a ascensão dos pobres pelo empreendedorismo
 

Andreia-Miranda-300x156.png"Classe média é o atraso de vida! A classe média é a estupidez! É o que tem de reacionário, conservador, ignorante, petulante, arrogante, terrorista," grita Marilena Chauí. A audiência aplaude. Discursando no Centro Cultural São Paulo no dia 13 de maio para o lançamento do livro Lula e Dilma, Marilena Chauí admite que sua oposição à classe média é motivada menos por massa cinzenta e mais pelas glândulas salivares: "Por que eu defendo esse ponto de vista? Não é só por razões teóricas e políticas. É porque eu odeio a classe média!" Segue o vídeo:

Para uma marxista como Marilena Chauí, a divisão da sociedade em classes com interesses irreconciliáveis não pode se reduzir a uma sopa de letrinhas A-B-C-D. Chauí não está defendendo a estagnação econômica do trabalhador brasileiro. O que ela critica em coerência com o marxismo clássico é considerar qualquer melhoria no padrão de vida da classe trabalhadora como a transição para uma nova classe social.
Para um marxista, tratar o aumento quantitativo da renda como se fosse um salto qualitativo de classe seria como se, para um racista, um negro se tornasse branco apenas porque se mudou para o Leblon.
Em vez de se olhar para a renda, as classes deveriam ser categorizadas por outros critérios, como sua posição em relação aos meios sociais de produção. Para realmente subir de classe, um trabalhador precisaria se apropriar dos meios de produção que exploram sua mão de obra e passar a extrair mais valia de outros trabalhadores. Mas se essa mobilidade vertical for generalizada, se todos os dias um grande número de trabalhadores virarem empresários, a teoria de luta de classes socialista perde seu sentido.
É difícil para um marxista aceitar que, em vez de ler Das Kapital e assistir às palestras da Marilena Chauí, os pobres brasileiros estão abrindo seus próprios negócios. E essa insubordinação ao status proletário está acontecendo nas regiões mais pobres das cidades brasileiras. Apenas nas favelas consideradas pacificadas, o Sebrae-RJ formalizou cerca de 1.700 empresas só em 2011. Não é pouca coisa em termos absolutos, mas trata-se de uma pequena fatia do capitalismo que está subindo os morros. O Sebrae-RJ estimava em 2012 que 92% dos negócios nas favelas continuavam atuando na informalidade.
O Complexo do Alemão no Rio quer ir mais longe e construir seu próprio templo capitalista: um shopping center em plena favela. Segundo o site da BBC,
Orçado em cerca de R$ 22 milhões, o novo centro comercial deve abrigar 500 lojas e tem previsão de inauguração para novembro. As obras ainda não começaram e o local exato onde será instalado o shopping ainda é incerto, mas uma característica já faz com que ele seja diferente dos mais de 800 empreendimentos do tipo espalhados pelo Brasil: 60% das lojas serão comandadas por moradores da favela.
Ao se tornarem seus próprios patrões em busca do lucro, esses moradores estão formando uma nova classe média. Da próxima vez que vier a BH, coloco-me à disposição para levar Chauí ao Oiapoque. Talvez vendo de perto, ela deixe pra lá essa mania de chamar o sujeito que cria empregos e aumenta o poder aquisitivo dos pobres de "reacionário, conservador, ignorante, petulante, arrogante, terrorista." Olha só a cara desses terroristas:
Será que o ódio de Marilena Chauí pela classe média é maior que seu amor pelos pobres? Se sim, as notícias de empreendedorismo na favela devem soar como um arrastão de mais valia. Quando uma pessoa deixa de ser uma empregada vivendo de salário e passa a ser uma empregadora vivendo de lucro, ela está traindo o processo do historicismo materialista.
Quando Andreia Miranda monta uma venda de souvenires no Morro Dona Marta, quando Cristina da Silva Oliveira abre um albergue no Morro Chapéu-Mangueira, quando Carolina Pacheco dos Santos inaugura um café no Morro da Providência, cada uma delas está se distanciando do proletariado e se aproximando da burguesia. Essas mulheres estão se tornando potenciais inimigas da humanidade.
A popularização das ideias marxistas prega a condenação dos pobres ao trabalhismo. Dentro do materialismo histórico de Karl Marx e Friedrich Engels, o trabalho humano se estabelecia como o patamar supremo alcançado pela evolução natural darwinista. Enquanto os demais animais já nascem com os instrumentos de sobrevivência em sua constituição física, a espécie humana precisa trabalhar para fabricar seus próprios instrumentos. O marxismo, em sua versão popular, substitui o homo economicus fechado na maximização de seu próprio bem-estar pelo homo proletarius fechado na sua condição de trabalhador.
A ideia de homo proletarius pode amarrar os pobres à imobilidade social do trabalhismo. Ela atribui a riqueza dos ricos à exploração, selando com vácuo ideológico o ar de empreendedorismo que os pobres precisam para deixar de ser pobres. Apenas rico pode empreender. Os pobres podem apenas trabalhar.
A retórica anti-empreededorismo faz mais mal ao pobre do que ao rico. Porque mesmo o rico marxista não vai jogar fora a oportunidade de se preparar para o mercado, de continuar os negócios da família ou de investir em ações. Essa instrução de como navegar pelo capitalismo já vem de casa.
Mas o pobre costuma ser pobre em parte porque sua família não soube como sair da pobreza. O caminho ao enriquecimento não é o trajeto que o pobre faz de mãos dadas com seus pais. É uma trilha nova que precisa ser desbravada. Quando jogamos os pobres contra o empreendedorismo, contra a classe média, estamos privando-lhes de oportunidades do crescimento econômico e social. Como diz Thomas Sowell em The Quest for Cosmic Justice, o anticapitalismo priva os pobres de adquirirem capital humano:
Para os atualmente menos afortunados membros da sociedade, os custos da inveja podem ser especialmente altos quando ela faz desviar seu intelecto e sua energia. Nas áreas em que as pessoas mais pobres carecem de capital humano — habilidades, educação, disciplina, visão —, uma das fontes para adquirir essas coisas são as pessoas que prosperaram por essas formas de capital humano. Isso pode acontecer diretamente através da aprendizagem, conselhos, ou tutela formal, ou pode acontecer indiretamente através da observação, imitação e reflexão.
No entanto, todas estas formas de fazer avançar a sair da pobreza podem acabar queimadas por uma ideologia de inveja que atribui a maior prosperidade dos demais à "exploração" de pessoas como eles mesmo, à opressão, ao preconceito, ou a motivos indignos, como "ganância", racismo etc. A aquisição de capital humano, em geral, parece fútil sob esta concepção e a aquisição de capital humano dos exploradores, dos avarentos, e dos racistas especialmente desagradável.
"O trabalho não é um recurso especificamente humano", dizia Ludwig von Mises, "é o que o homem tem em comum com todos os outros animais."
Mises se opunha ao homo proletarius de Marx. Ele não via o homem como uma mera máquina material que trabalha, mas como um agente espiritual que cria. Quando o primeiro homem uniu duas rodas em um eixo, ele não estava apenas cumprindo uma tarefa trabalhosa. Ele estava realizando uma ação empreendedora.
O trabalho por si só não gera riqueza. Apenas o trabalho produtivo gera riqueza. O esforço de se levar um sorvete até a boca pode ser o mesmo de se levar um sorvete até a testa. É a razão humana que empregará nosso trabalho em direção à satisfação humana. O socialista que não entende essa distinção corre o risco de empobrecer seus ouvintes e ainda desperdiçar um sorvete.
A teoria econômica moderna ensina que o capital é mais que um substituto ao trabalho. Apenas o capital enriquece o trabalho humano. Como escreveu Mises, "não há outra maneira de fazer os salários subirem que não seja por meio do investimento em mais capital por trabalhador.  Mais investimento em capital significa dar ao trabalhador ferramentas mais eficientes."
O trabalhador brasileiro ganha pouco porque falta capital para deixar seu trabalho mais produtivo. Ou o morro se move até o capital, ou o capital se move até o morro. Uma forma de resolver o problema é aumentar o número de capitalistas, principalmente permitindo que mais pobres se tornem capitalistas. Se ao desejar que o capitalismo coma na mão dela, a dona de um albergue no Cantagalo aumenta o estoque de capital no morro, ela está de fato aumentando a comida na mão de seus vizinhos.
O trabalhismo do homo proletarius trata o trabalho mais como um fim em si mesmo e menos como um meio para o consumo. Preocupados em dividir a sociedade em classes antagônicas, seus defensores acreditam em tirar dos que têm capacidade para dar para os que têm necessidade. Por isso, a capacitação dos necessitados deve ser a prioridade, mesmo que esse progresso cause a ascensão de uma nova burguesia de ex-pobres. Não queremos um partido apenas para os trabalhadores, queremos um partido para todos os pobres, não importa o tamanho de seus sonhos ou a classe de suas ambições.
O velho socialismo quer os pobres de mãos abertas, prontas para a esmola política, ou de mãos fechadas, prontas para a revolução violenta. O novo capitalismo quer os pobres de mãos cheias, para poder consumir, produzir e empreender.


Diogo Costa é presidente do Instituto Ordem Livre e professor do curso de Relações Internacionais do Ibmec-MG. Trabalhou com pesquisa em políticas públicas para o Cato Institute e para a Atlas Economic Research Foundation em Washington DC. Seus artigos já apareceram em publicações diversas, como O Globo, Folha de S. Paulo e Estado de S. Paulo. Diogo é Bacharel em Direito pela Universidade Católica de Petrópolis e Mestre em Ciência Política pela Columbia University de Nova York.  Seu blog: http://www.capitalismoparaospobres.com

Como a democracia destrói riqueza e liberdade

Como a democracia destrói riqueza e liberdade
 

503844663_e0dca587a6.jpgEmbora quase todos os países democráticos sofram com governos inchados, excesso de regulamentação, altos impostos e uma enorme dívida pública, poucas pessoas conseguem vislumbrar a relação causal entre estes problemas e o próprio sistema democrático.  Para a maioria, a solução para estes problemas é mais democracia, e não menos.
Muitos ainda acreditam que democracia corresponde a prosperidade, igualdade, justiça, união e liberdade. Mas não há nenhuma evidência de nada disso. A democracia se apóia em três princípios fundamentais: você tem o direito de votar, você tem o direito de concorrer a um cargo público, e a maioria decide.  E só.  Em nenhum lugar está escrito, por exemplo, que a democracia garante o direito à liberdade de expressão, um direito que muitas pessoas associam à democracia.  Nem há qualquer explicação lógica que mostre por que a democracia tende a gerar prosperidade.
As pessoas simplesmente aceitam como verdade absoluta o senso comum que diz que a democracia gera todas estas benesses.  A verdade, no entanto, é exatamente oposta a este senso comum.  Os próprios princípios da democracia dão origem a processos que conduzem a sociedade para o oposto da liberdade e da prosperidade.
Os processos mais importantes são os seguintes.
1) Comportamento imediatista
Como Hans-Hermann Hoppe explicou em seu livro Democracia, o deus que falhou — a democracia inevitavelmente gera uma preferência temporal alta — isto é, leva a um comportamento imediatista, míope, visando apenas ao curto prazo — tanto entre os governantes como entre os cidadãos.  Dado que os políticos democraticamente eleitos ficarão apenas temporariamente no cargo, e eles não são os proprietários dos recursos à sua disposição, eles serão acometidos de um irrefreável incentivo para gastar dinheiro público em projetos que os tornem populares, desconsiderando as consequências futuras de tal ato.  Os problemas que eles criam ao longo do caminho, como o forte aumento da dívida pública, serão deixados para que seus sucessores resolvam.  Uma sociedade democrática é como um carro alugado — ou pior: um carro que é não propriedade de ninguém e utilizado por todos.  Ela rapidamente se destrói.
2) Conflito social e parasitismo
Democracia é um sistema em que as pessoas votam naqueles políticos que elas creem que irão favorecê-las com benesses e privilégios, de modo que a conta seja entregue a outras pessoas.  A democracia, portanto, inerentemente faz com que haja um imediato conflito grupal: funcionários públicos contra trabalhadores do setor privado, empregadores contra empregados, agricultores contra moradores urbanos, idosos contra jovens, imigrantes contra nativos etc.  Isso gera um comportamento parasitário e tensões sociais.  
Este é o resultado do princípio democrático que preconiza que todas as decisões importantes devem estar sujeitas à vontade da maioria, isto é, devem ser decididas pelo estado, o que transforma todos os indivíduos em meras engrenagens de um sistema político coletivista.  Em uma sociedade livre, baseada em direitos individuais, indivíduos com diferentes visões e objetivos não se tornam potenciais inimigos mútuos.  Eles podem colaborar entre si, comercializar uns com os outros, ou simplesmente se isolar e não se intrometer na vida de ninguém — mas eles certamente não terão meios coercivos com os quais obrigar outros cidadãos a satisfazer seus próprios fins.
A democracia cria uma discórdia que não existiria em uma sociedade livre.  Indivíduos não se importam se o sujeito que lhes vende uma xícara de café em uma padaria é judeu, católico, protestante, muçulmano, ateu, branco, preto, solteiro, casado, gay, hétero, velho, jovem, nativo, imigrante, alcoólatra, abstêmio ou qualquer outra coisa.  Nada disso importa no curso de sua interatividade diária com as pessoas.  Por meio do comércio e da cooperação, cada pessoa ajuda as outras a alcançar suas aspirações.  Se alguém diferente de você se muda para a sua vizinhança, você fará o seu melhor para lidar bem com ele.  Seja na igreja, no shopping, na academia ou até mesmo casualmente nas ruas, nós sempre nos esforçamos para encontrar maneiras de sermos civis e prestativos.
Agora, coloque estas mesmas pessoas na arena política e elas imediatamente se tornam inimigas.  Por quê?  A política não é cooperativa, como o mercado; ela é exploradora.  O sistema é configurado para ameaçar a identidade e as opções dos outros.  Todo mundo deve batalhar para impor as suas preferências.  Consequentemente, coalizões se formam, bem como alianças espúrias e momentâneas, que constantemente se alteram.  Este é o mundo imoral em que o estado — por meio da máquina eleitoral — nos joga.  Nele, torcemos para que o nosso cara vença e desejamos a morte política do oponente.
O jogo democrático confunde as pessoas em relação ao real inimigo.  O estado é a instituição que gera e vive à custa destas divisões.  No entanto, as pessoas são distraídas deste fato por causa do endeusamento do sistema.  Os negros culpam os brancos, os homens culpam as mulheres, os héteros culpam os gays, os pobres culpam os ricos e assim vai, em um infinito número de combinações possíveis.
O resultado final é a destruição dos cidadãos, e uma vida próspera para a elite política.
3) Intromissão
Embora muitas pessoas associem democracia a liberdade, o fato é que nenhuma liberdade está segura em uma democracia.  Se a maioria (ou, muitas vezes, alguns pequenos grupos influentes) quiser, ela poderá intervir em qualquer tipo de ação, transação ou relacionamento voluntários — e é isso que ela faz.  Ela proíbe as pessoas de beber álcool em determinadas circunstâncias, de queimar bandeiras, de se manifestar contra as guerras, de assistir a determinados filmes, de "discriminar" e assim por diante.  Os governos democráticos continuamente intervêm em transações voluntárias entre vendedores e compradores, empregadores e empregados, professores e alunos, médicos e pacientes, inquilinos e proprietários, prestadores de serviços e clientes etc.  Eles também se intrometem nas escolhas pessoais: a sua escolha de fumar, de usar drogas, de se envolver em profissões específicas (para as quais você não possui uma "licença"), de "discriminar" (isto é, de escolher com quem você quer se associar), de criar produtos específicos (para os quais existe uma 'patente', isto é, um monopólio do governo) etc.  Não há limites para esta intromissão.  A pouca liberdade que ainda temos nas sociedades ocidentais não se deve à democracia, mas sim à nossa tradição de amor à liberdade.
4) Coletivismo e passividade
Nos tempos pré-democráticos, a tendência era a de os governados não confiarem nos governantes, e cada novo imposto criado era visto como uma violação à liberdade.  Porém, atualmente, as decisões democráticas são vistas como fundamentalmente legítimas, pois, de acordo com o senso comum, tais decisões foram supostamente tomadas pelas próprias pessoas.  
Durante as eras monárquicas, poucos nutriam a esperança de chegar ao poder; consequentemente, a maioria suspeitava de todos aqueles que estavam no poder.  Já a democracia, por outro lado, permite, ao menos na teoria, que todos possam chegar ao poder.  Isto faz com que as pessoas acreditem que elas devam se submeter à regra da maioria. Elas podem não concordar com leis e regulamentos específicos, mas elas sentem que devem cumpri-los.  Mas, naturalmente, elas tentarão eleger um partido específico que crie leis que as beneficiem e que faça com que o dinheiro distribuído pela máquina estatal flua na direção delas.  Foi assim os gastos estatais cresceram, na maioria dos países democráticos, de cerca de 10% do PIB antes da Primeira Guerra Mundial para os quase 50% atuais.  É também por isso que temos tantas leis atualmente, de modo que podemos dizer com total segurança que há uma lei específica para absolutamente tudo que existe.
Gasto público, % PIB [veja o gráfico para o Brasil no final do artigo]
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5) Corrupção e abuso
Embora a governança da maioria seja suficientemente ruim por si só, a realidade de uma democracia é muito mais sórdida.  Dado que o governo eleito tem poder virtualmente ilimitado e controla praticamente todos os recursos da sociedade, todos os tipos de grupos de interesses e lobistas irão trabalhar nos bastidores para influenciar o governo a criar e modificar leis para seu proveito próprio.  Um exemplo óbvio são os bancos e os interesses financeiros que, em conjunto com o governo, criaram um sistema de papel-moeda o qual eles controlam e manipulam para seu próprio benefício.  
Mas há também vários outros interesses poderosos que utilizam o sistema para proveito próprio e em detrimento do resto do povo: sindicatos, ONGs, empresas farmacêuticas, produtores rurais, empresas telefônicas, aéreas, de comunicação etc.  Os cidadãos comuns não podem fazer quase nada à respeito.  Eles geralmente não têm os meios ou o tempo para descobrir e entender o que está acontecendo.  Tudo o que podem fazer é votar de vez em quando, mas eles não têm como responsabilizar seus governantes por suas ações.
Portanto, as nossas mazelas econômicas e sociais não decorrem do manjado fato que "os políticos errados estão no poder".  É o próprio sistema democrático quem causa os problemas.  O que realmente deve ser feito é mudar o sistema para que ele se torne menos democrático, e não mais.  E a forma mais importante e eficaz de fazer isso é retirando poderes do governo e descentralizando ao máximo todos os processos de tomada de decisão.

Gastos das três esferas do estado brasileiro em porcentagem do PIB.  Note a disparada a partir de 1985, justamente quando a democracia se consolidou (Fontes: IBGE e Heritage Foundation).
gastosPIB.png  



Frank Karsten é o fundador da More Freedom Foundation na Holanda. Junto com Karel Beckman, ele escreveu Além da democracia: por que a democracia não conduz à solidariedade, à prosperidade e à liberdade, mas sim a conflitos sociais, gastos exagerados e tirania governamental.  Este novo livro libertário derruba treze grandes mitos sobre os quais a democracia é normalmente defendida.  O livro mostra também uma alternativa: uma sociedade baseada totalmente na liberdade individual e em relações sociais voluntárias.

A invalidez do positivismo lógico nas ciências sociais

A invalidez do positivismo lógico nas ciências sociais
 

metodologia3.jpgIntrodução
A geração do conhecimento nas ciências sociais baseia-se na busca da compreensão da realidade dos fenômenos sociais, que são compostos de ação humana e interações humanas, e que são influenciados pelos fenômenos da natureza. Entretanto, nesse processo de compreensão, simplesmente não sabemos de que forma esses fenômenos — físicos, químicos e fisiológicos — afetam o pensamento humano, as ideias e os juízos de valor.  
O fato de humildemente reconhecer essa ignorância nos remete à necessária divisão do reino do conhecimento em dois campos distintos: o campo dos acontecimentos externos ou da natureza, e o reino do pensamento e da ação humana. Assim, o dualismo metodológico torna-se não uma preferência, um capricho, mas sim algo necessário na construção do conhecimento.
Com efeito, a ignorância da necessidade do dualismo metodológico levou os cientistas sociais, sejam eles da sociologia, do direito, da economia, administração e áreas afins, a advogar em prol de uma infinidade de explicações insuficientes e até mesmo contraditórias sobre a realidade social. Tal problema tem uma explicação: a metodologia incorreta utilizada na construção do conhecimento em ciências sociais.
Este artigo apresenta argumentos que provam a invalidez do atual método dominante utilizado nas ciências sociais (positivismo lógico) e apresenta uma alternativa metodológica.
Invalidez ou insuficiência de teorias estabelecidas a posteriori
O senso comum afirma que as teorias científicas são derivadas de maneira rigorosa da obtenção dos dados da experiência adquiridos por observação e experimento. Opiniões ou preferências pessoais, bem como suposições especulativas, não têm lugar na ciência. A ciência é objetiva e o conhecimento científico é um conhecimento confiável porque é um conhecimento provado objetivamente.
As proposições de observação que formam a base da ciência são seguras e confiáveis porque sua verdade pode ser averiguada pelo uso direto dos sentidos. Essa é a linha filosófica do empirista.[1] Em seu método, a ciência começa com observação, a observação fornece uma base segura sobre a qual o conhecimento científico pode ser construído, e o conhecimento científico é obtido a partir de proposições de observação por indução[2].
Entretanto, CHALMERS (1993) apresenta uma insuficiência acerca do empirismo/indutivismo. Ele afirma que os argumentos indutivos não são argumentos logicamente válidos tais quais os argumentos da dedução lógica[3]. É possível a conclusão de um argumento indutivo ser falsa embora as premissas sejam verdadeiras e, ainda assim, não haver contradição envolvida. Isso ocorre porque o argumento proposto para justificar a indução é circular. Ele emprega o próprio tipo de argumento indutivo cuja validade está supostamente precisando de justificação. Não se pode usar a indução para justificar a indução.
Além dessa inconsistência lógica, há limitações empíricas por parte do sujeito observador (cientista). Como o estabelecimento de teorias a posteriori exige observações finitas, o que leva à inferência de um mesmo fenômeno um número infinito de vezes (lei universal), como então julgar o número de observações relevantes? Além disso, como ter a certeza de quais fenômenos observáveis e instrumentos são relevantes num experimento? Como saber se uma variável observada está realmente isolada, por exemplo?
Logo, obrigatoriamente nas proposições de observação há a necessidade de uma teoria prévia para realizar esses julgamentos, o que compromete a isenção subjetiva do cientista e impossibilidade do objetivismo puro. Há também a deficiência dos sentidos humanos que podem comprometer as medições ou exposição das percepções por parte do cientista.
Houve, entretanto, na filosofia da ciência, uma solução provisória para o problema do empirismo/ indutivismo. Isso se deu pela argumentação, em níveis de probabilidade, da inferência de leis gerais a partir das observações particulares. Solução até certo ponto ingênua em se tratando de filosofia da ciência, já que seria contraditória à própria natureza da ciência, que é a produção de conhecimento universal.
Mas tal ingenuidade foi considerada como sendo relevante, e correntes metodológicas foram desenvolvidas sobre essa base. Talvez o segmento empirista desenvolvido nesse sentido mais destacável seja o positivismo lógico:
O positivismo lógico foi uma forma extrema de empirismo, segundo o qual as teorias não apenas devem ser justificadas, na medida em que podem ser verificadas mediante um apelo aos fatos adquiridos através da observação, mas também são consideradas como tendo significado apenas até onde elas possam ser assim derivadas. (CHALMERS, 1993, p.17)
Segundo esse método, a ciência progride por tentativa e erro, por conjecturas e refutações. Apenas as teorias mais adaptadas sobrevivem. Embora nunca se possa dizer legitimamente de uma teoria que ela é verdadeira, pode-se confiantemente dizer que ela é a melhor disponível, que é melhor do que qualquer coisa que veio antes.
Só que inevitavelmente o positivismo lógico traz consigo as mesmas inconsistências lógicas do empirismo.  Em relação à natureza desse método específico, ele apresenta duas inconsistências lógicas graves: a primeira acerca da falsificação/verificação de proposições contrárias e da verificação das proposições. A segunda é relativa ao estabelecimento de hipóteses que dá natureza metafísica ao positivismo:
(...) o critério de verificação para saber se uma proposição tem ou não sentido implica, por si só, uma proposição que não é verificável e que, portanto, carece de sentido e não é científica segundo o próprio critério. O critério positivista de verificação é tão-somente uma afirmação universal a priori, sem nenhum contato com a realidade empírica. Mas não somente isso: o positivismo se autodestrói porque o fato de significar não é algo empiricamente discernível. (...) o ato de verificação pressupõe um ato prévio de inteligência sem conexão alguma com o mundo exterior. (HUERTA DE SOTO, 2004, p.62).
Invalidez do positivismo lógico nas Ciências sociais
Por que o positivismo lógico continua sendo utilizado nas ciências naturais não é algo cuja explicação caiba aqui.  O que cabe é somente analisar sua relação com as ciências sociais, pois atualmente é o método dominante nessas ciências. Além de suas inconsistências lógicas que o credenciam como insuficiente, utilizá-lo nas ciências sociais torna o estudo inválido cientificamente por 3 motivos expostos por HUERTA DE SOTO (2004), a saber:
1. Os fatos que são objetos de investigação nas ciências sociais não são observáveis no mundo exterior. Um exemplo simples é o dinheiro. O método positivista não possibilita um maior conhecimento sobre ele; permite apenas afirmar ser uma peça de metal ou pedaço de papel com determinadas gravuras e determinadas propriedades físicas e químicas. Não penetra na essencialidade do dinheiro como um instrumento de troca, um conceito mental abstrato criado e entendido pela mente humana. O mesmo se aplica a uma infinidade de conceitos ligados às ciências sociais: ação, interação e cooperação humanas; direito, lei, moral; escassez, produção; liderança, finanças; empresa, patrimônio, etc;
2. Os fenômenos sociais são sempre complexos, produzidos por uma infinidade de fatores que impossibilitam a observação isolada de algum fenômeno e mantendo inalterável qualquer outra condição social, tal qual um experimento físico ou químico;
3. Ausência de relações constantes impossibilita a medição para determinação de teorias (e não das limitações de procedimentos técnicos). Todas as medições estatísticas são nada mais que dados do passado, carentes de uma teoria prévia e independente da experiência para interpretá-los.
Portanto, em coerência com esses argumentos apresentados, conclui-se que a utilização do positivismo lógico nas ciências sociais é totalmente inválida, sendo necessário um método, então, válido. Tal método deve ser, por natureza, essencialista (doutrina filosófica segundo a qual o trabalho dos pesquisadores não se limita aos fenômenos tal qual impressionam os sentidos somente) e teleológico (referente ao propósito e deliberações humanas).
Tem-se, portanto, que o método válido nas ciências sociais consiste na construção de conceitos e modelos mentais e na utilização desses modelos para interpretação dos fatos observáveis do mundo exterior. Em suma, é a construção de uma teoria lógica formal que seja capaz de interpretar os fatos do mundo exterior e não uma observação direta dos fatos em si mesmos.
O método válido para o estudo das ciências sociais
Conforme MISES (1990), as ciências sociais estão constituídas em dois ramos: a praxeologia e a história. A praxeologia é uma ciência formal que consiste na aplicação da categoria conceitual "ação humana" e suaconstrução teórica requer um caráter epistemológico apriorístico[4]Os teoremas que o raciocínio praxeológico consegue adequadamente estabelecer não apenas são impecavelmente verdadeiros e incontestáveis como os teoremas matemáticos, como também, e mais ainda, se referem, com a plena rigidez de sua certeza apodítica e de sua incontestabilidade, à realidade da ação como ela se apresenta na vida e na história.
Suas afirmativas e proposições não derivam da experiência.  São, como a lógica e a matemática, apriorísticas.  Não estão sujeitas a verificação ou falsificação com base na experiência e nos fatos.  São tanto lógica como temporalmente anteriores a qualquer compreensão de fatos históricos.  São um requisito necessário para qualquer percepção intelectual de eventos históricos. (MISES, 1990, p.48)
Mas como ter a certeza da veracidade dos pressupostos praxeológicos e não cair em proposições metafísicas e/ou sem validez científica como no positivismo lógico? A certeza advém do caráter axiomático da ação humana— a proposição de que os humanos agem para sair de uma situação desconfortável para uma situação confortável ou de menor desconforto — que é uma real proposição sintética apriorística[5].  A proposição de que os humanos agem não pode ser refutada, uma vez que tal negação seria ela própria uma ação; a verdade dessa afirmação não pode ser revogada.
Tendo o axioma como ponto de partida, o desenvolvimento teórico da praxeologia consiste no raciocínio lógico-dedutivo que leva a teoremas específicos. Tais teoremas são construídos introduzindo-se em lugar adequado na cadeia lógico-dedutiva fatos relevantes da experiência histórica, os quais já têm uma teoria previa à sua espera para serem interpretados e, conseqüentemente, construir teoremas mais específicos.
O segundo ramo das ciências sociais é a história. É o conjunto de fatos da experiência passada que se refere à ação humana. Não apenas uma história geral, mas também da história de campos humanos mais concretos: a história da política de um país; a história de uma empresa; a história de uma família, por exemplo.  No desenvolvimento do estudo da história, os fatos sociais históricos observáveis (documentais, bibliográficos, relatos, etc.) são sempre fenômenos complexos da vida social, em que cada dado da experiência está aberto a distintas interpretações e somente pode ser interpretado através de uma teoria lógica previa derivada da praxeologia.
É necessário também utilizar como conexão entre a praxeologia e os fatos observáveis um elemento adicional, denominado por HUERTA DE SOTO (2004) de "compreensión timológica", que é o conhecimento das circunstâncias particulares do caso em que se encontra.
Fica claro, por essas premissas, que a praxeologia e a história constituem os dois grandes ramos das ciências sociais e que fundamentam a independência das que hoje são conhecidas, tal qual o direito, a economia e a administração. Mesmo derivando de uma ciência formal, a praxeologia, elas possuem a natureza factual devido, justamente, ao fator realístico incorporado na cadeia lógico-dedutiva da construção teórica. O que as diferencia é o conjunto de teoremas utilizados em função da necessidade, orientados, evidentemente, pelo seu objeto de estudo. Não obstante, seus métodos obedecem analogamente aos mesmos métodos utilizados na praxeologia e na história.
Conclusão
Não é de importância relevante aqui saber como que o positivismo lógico dominou as ciências sociais a ponto de ser considerado válido e ser cegamente aceito através de gerações. Talvez a explicação de sua utilização esteja na vaidade do cientista em utilizar um método que possibilite a confirmação de uma idéia sua através de experimento; e a história dos cinco macacos explique a perpetuidade do positivismo sem contestações.
O importante é fortalecer um movimento de refutação do positivismo nas ciências sociais e estabelecer o método válido. Afinal, a melhoria de nossas vidas passa pelo conhecimento científico válido.

Referências bibliográficas
CHALMERS, A. O que é ciência afinal? Editora Brasiliense. São Paulo: 1993.
HUERTA DE SOTO, J. Estudios de economía política. 2.ed. Madrid: Unión Editorial, 2004.
MISES, L. Ação Humana: um tratado de economia. 3.ed. Rio de Janeiro: Instituto Liberal, 1990.
________. Teoría e Historia. Madrid: Unión Editorial, 2003.
POLLEIT, T. O apriorismo de Mises contra o relativismo na ciência econômica. Disponível em <http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=644>
  

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Novidade da autora parceira Camila Dornas: Subconsciente

Novidade da autora parceira Camila Dornas: Subconsciente

A querida autora parceira Camila Dornas, autora de "A Linhagem", revelou a sinopse de
 seu segundo livro para seus parceiros. Se tudo for como o previsto, o livro será publicado em
 maio do ano que vem!


Sinopse
Paris de 1922. O mundo se recuperava das consequências da Grande Guerra. Em uma geração
 regada de luxúria e boêmia, o sonho de Olga Chevalier era ser a maior cantora que o 
mundo já viu. Suas ambições começam a mudar quando uma dançarina do famoso cabaré 
Moulin Rouge é assassinada, e o dom de Olga passa a levá-la até os sonhos e a mente do
 assassino. Amor, desejo e mistério se unem nessa trama alucinante... Em quem confiar? 
Em situações extremas, até seu próprio dom pode traí-la.


Gostaram? Ficaram com tanta vontade de ler quanto eu? Também acharam a capa linda?
 Estou super ansiosa para ter o livro em mãos!

Para ficar por dentro das novidades, curta a página do livro no Facebook!

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Como deixar um revolucionário embaraçado com uma única pergunta

Como deixar um revolucionário embaraçado com uma única pergunta


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Já mostrei que é da natureza do socialismo ser sanguinário (e aqui); não se trata de acidente ou curso desagradável dos fatos: é a coisa posta em prática na sua pura essência. Também é da essência do próprio que seja totalitário: por querer unir poder político a poder econômico, não por resultado do acaso que formam-se Leviatãs gigantescos, que passarão por cima de quem for preciso.
Defender publicamente algo assim é extremamente problemático, diante de cupinchas ou no corrompido meio universitário pode passar despercebido ou soar normal, contudo, caso você esteja conversando com um revolucionário, há uma maneira de deixá-lo com as calças nas mãos, caso o público seja neutro (ainda que até mesmo ignorante):
O que você pretende fazer com aqueles que não aderirem à revolução?
A pergunta é simples, objetiva e de fácil resposta. Já tive a oportunidade de encurralar um anarquista e um socialista num debate público com essa pergunta. Force a resposta o quanto necessário (como diz Ben Shapiro, fazer o esquerdista defender sua posição é uma etapa essencial do debate). Nesse momento, você fará o revolucionário ter a árdua tarefa de justificar um morticínio.
Lembrando, a pergunta é para DEIXÁ-LO embaraçado DIANTE DA EVENTUAL PLATEIA, ele próprio não verá maiores problemas em matar alguém (ou alguens) aqui ou acolá. Internamente, o revolucionário já “resolveu” esse problema com sua psicologia pervertida: ele justifica as mortes atuais com vistas ao futuro perfeito (vide Hobsbawn e os 30 milhões de mortos) – característica essencial da mentalidade revolucionária; ou crê em algo ainda mais ingênuo: que por meio de alguma manobra convencerá a todos de sua causa, não precisando matar ninguém (ainda assim, mesmo que ele convença TODOS os proletários, ele terá de exterminar a burguesia, por exemplo).
A possibilidade de um genocídio, mesmo ao ouvido político destreinado, sempre soará absurda ou no mínimo duvidosa. Com a experiência histórica (pois é, os caras tão propondo o mesmo método para resolver os problemas há cem anos e nós que somos os reacionários…) e o senso moral inerente a qualquer ser humano normal, a probabilidade de rejeição à proposta revolucionária é enorme.
Como afirma Thomas Sowell, provavelmente o maior economista vivo, há três perguntas pelas quais praticamente nenhuma doutrina esquerdistas é capaz de passar:

1ª – Comparam [suas políticas] com o quê?
2ª -  A qual custo? [processo revolucionário fascista e sanguinário. A qual custo? Milhares de vidas].
3ª – Que prova concreta tem [que suas políticas funcionaram/funcionam]? [notem que a argumentação esquerdista quase sempre se volta para o futuro, pois seu passado é tenebroso e justificá-lo requer diversas torções argumentativas. A promessa pela omelete segue; até hoje, apenas ovos quebrados].

As 10 profissões que mais (e menos) atraem psicopatas

Segundo a publicação britânica The Week, CEO é a profissão que mais possui psicopatas


The Office Chefe Gestão Chefia  (Foto: Divulgação)

Ter um colega de trabalho psicopata pode ser mais comum do que se imagina e isso não significa que alguém será cortado com uma serra elétrica. Falta de empatia, tendência à insensibilidade, desprezo pelos sentimentos de outras pessoas, irresponsabilidade, irritabilidade e agressividade são as principais características da psicopatia, um transtorno de personalidade antissocial.

A publicação britânica The Week divulgou duas listas: uma com as profissões que mais possuem psicopatas e outra com as que possuem menos psicopatas. Vamos lá:

 Profissões com mais psicopatas Profissões com menos psicopatas 
CEOCuidador
AdvogadoEnfermeiro
Profissional de Mídia (TV/Rádio)Terapeuta
VendedorArtesão
Cirurgião Estilista
JornalistaVoluntário
PolicialProfessor
Líder ReligiosoArtista
ChefMédico
10ºFuncionário Público10ºContador


O site da revista justifica o ranking da lista de profissões que possuem menos psicopatas. Segundo a publicação, essas atividades precisam de conexão humana e, por sua própria natureza, os psicopatas não seriam atraídos por elas.
Por outro lado , a maioria das funções que atraem mais psicopatas requerem capacidade de tomar decisões objetivas, sem usar os sentimentos. "Psicopatas seriam atraídos para esses papéis e iriam prosperar", afirma a The Week.

Fonte  - http://epocanegocios.globo.com/Informacao/Acao/noticia/2013/10/10-profissoes-que-mais-e-menos-atraem-psicopatas.html