segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Ditador Kim Jong-un, já executou publicamente 80 pessoas em novembro [E tem retardado que diz que "coreia do norte sofre bullying"...]

Ditador Kim Jong-un, já executou publicamente 80 pessoas em novembro [E tem retardado que diz que "coreia do norte sofre bullying"...]

O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, fala durante um banquete realizado para cientistas, engenheiros, operários e funcionários que participaram do lançamento do foguete Unha-3
O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, fala durante um banquete realizado para cientistas, engenheiros, operários e funcionários que participaram do lançamento do foguete Unha-3
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São Paulo - O governo da Coreia do Norte, liderado pelo ditador Kim Jong-un, já executou publicamente 80 pessoas em novembro. A maioria teria sido morta por ter assistido a vídeos contrabandeados de programas da Coreia do Sul e algumas por prostituição.

As informações são do jornal sul-coreano Joongang Ilbo, que cita uma fonte anônima e também um desertor norte-coreano.
A fonte diz que é próxima dos assuntos do governo e que recentemente voltou ao país. Ela afirmou que, em ao menos sete cidades, houve execuções no dia 3 de novembro.
Em Wonsan, no sudeste do país, autoridades teriam prendido dez mil pessoas em um estádio esportivo para obrigá-las a ver a execução de oito pessoas por fuzilamento. Com sacos brancos na cabeça, os presos foram amarrados a estacas e mortos.
O site North Korea Intellectual Solidary, feito por desertores do país, disse que tinha informações de que o governo já planejava a onda de execuções públicas há meses. Ela teria o objetivo de intimidar a população e evitar qualquer protesto.
Na Coreia do Norte, assistir a pornografia e também filmes e programas estrangeiros é um crime considerado grave.
Contudo, muitos norte-coreanos têm burlado essa regra nos últimos anos, com a popularidade do DVD e dos pendrives. Bíblias também são proibidas. 
Histórico
Em setembro, o jornal japonês Asahi Shimbun relatou que nove membros da Orquestra Unhasu, norte-coreana, foram mortos depois de venderem filmes pornográficos.
Em 2012, segundo a Anistia Internacional, seis pessoas foram executadas naquele país. Contudo, o número é muito subestimado, já que a maioria das prisões, julgamentos e mortes no país, extremamente fechado, não vem à tona.

Ministro da Justiça inova e inventa a “espionagem light”, a espionagem “boazinha”, que não viola a privacidade de ninguém

Espionagem light”

A espionagem do Brasil é diferente. É "boazinha", segundo o ministro da Justiça (Ilustração: emfsafetynetwork.org)
A espionagem do Brasil é diferente. É “boazinha”, segundo o ministro da Justiça (Ilustração: emfsafetynetwork.org)
Que fique bem claro para os amigos leitores, antes de mais nada: acho que todo país minimamente importante deve zelar pelos seus interesses de todas as formas — e isto inclui serviços de informação e de contra-informação.
Espionagem, se quiserem usar o termo.
Sou, portanto, inteiramente favorável a atividades que o governo brasileiro desenvolva nesse sentido, por intermédio da Agência Brasileira de Informações (Abin), desde que obedecidos os ditames da lei.
Para mim, portanto, não constitui escândalo algum o estardalhaço feito pela Folha de S. Paulo com a notícia segundo a qual a Abin xeretou o trabalho — e, eventualmente, a vida — de embaixadores dos Estados Unidos, da Rússia e do Irã.
É evidente que governo algum fica confortável com a revelação pública de que praticou esse tipo de atividade, que nenhum país de algum porte deixa de fazer.
O que chega perto do ridículo são algumas explicações dadas pelo governo lulopetista. O ilustre ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que não tem nada a ver com essas atividades porque elas estão sob o guarda-chuva do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, depois de dizer que o que o Brasil praticou foi contra-espionagem, saiu-se com a seguinte declaração:
– “O que foi feito não houve violação à intimidade e foi feito em território nacional. não vejo nenhum abalo [à imagem do Brasil]“.
Pronto: Cardozo acabou de inventar a “espionagem light”. À maneira da feijoada “light”. Uma espionagem que não viola “a intimidade”. Uma espionagem, portanto, “boazinha”, que não mexe com ninguém.
Em que consistirá espionar alguém dessa forma?
Ficar olhando de longe, de binóculos?
Ficar de plantão esperando o sujeito entrar e sair de seu local de trabalho e anotar num papelzinho?
Conversar com o faxineiro do prédio onde o “espionado” reside?
Cardozo, uma vez mais, perdeu uma magnífica oportunidade de ficar calado.


Creio porque é absurdo


ARTIGO: "Creio porque é absurdo".

Por Maria Lucia Victor Barbosa (*)
Uma minoria esclarecida pergunta um tanto perplexa: por que um tipo como Lula da Silva, pelego sindical, sujeito sem instrução, dono de palavreado grosseiro e atitudes constrangedoras faz tanto sucesso? Ele foi eleito presidente da República, reeleito, elegeu uma senhora que não consegue juntar de forma coerente dois parágrafos, um “poste” que está levando o Brasil para o buraco mais profundo da economia. Agora Lula “decretou”: Dilma será reeleita e fim de papo.
Não duvido. Há mais de um ano em campanha esta senhora dispõe da máquina presidencial que lhe faculta todo e qualquer poder financeiro e político, em detrimento dos minguados recursos de outros candidatos se com ela comparados. Tudo justificado como se a compra descarada de votos fosse a mais pura arte de governar. Rousseff “faz o diabo” conforme prometeu sob o comando do “presidento” Lula da Silva.
Provavelmente foi do “presidento” e não da “presidenta”, já que o raciocínio dela é tardo, a ideia dos médicos estrangeiros, notadamente os cubanos entre os quais alguns brasileiros sem-terra que foram estudar na Ilha do sanguinário companheiro Fidel Castro. Os cubanos serão tratados como escravos já que receberão uma espécie de bolsa sem nenhum direito trabalhista. Boa parte do que deveriam receber irá para El Comandante e para onde mais só Deus sabe. Estranho tratamento dado a trabalhadores pelo governo do Partido dos Trabalhadores. Em todo caso, isso faz parte da campanha e fez com que aumentasse a popularidade da senhora Rousseff. Quando começar a morrer gente o PT culpará os Conselhos Médicos, apesar de que agora é o Ministério da Saúde que dá o revalida.
Muito êxito também obtiveram os rompantes nacionalistas da governanta contra a espionagem norte-americana. Ela foi à ONU, espinafrou o presidente Obama e afirmou que não iria visitá-lo se ele não pedisse desculpas e prometesse nunca mais fazer aquela coisa tão feia. Só faltou Rousseff mandar Obama ajoelhar no milho para se penitenciar.  Isso levaria o povo ao delírio. Afinal, somos latino-americanos e odiamos o Grande Satã Branco, apesar de nossas idas constantes aos Estados Unidos para comprar, passear, estudar, tratar da saúde. E se é chique ser de esquerda desconheço milhões pessoas indo à Cuba para comprar charutos.
De todo modo, o piti da senhora Rousseff ficou meio esquisito quando foi noticiado que o Brasil também espionou diplomatas da Rússia, do Irã, do Iraque, uma sala alugada pela Embaixada Americana em Brasília e franceses. A governanta justificou tais atos como constitucionais e “espionagem preventiva”.
Não foi mencionado que se mais não fizemos foi porque não possuímos a tecnologia avançada dos Estados Unidos, país que se notabiliza em todos os avanços graças, inclusive, ao grande número de judeus que lá moram e que fazem evoluir para a humanidade um espetacular desenvolvimento em todas as áreas científicas.
Mas voltemos à pergunta inicial que envolve também a ascensão de inúmeros trastes como o finado Hugo Chávez ou de seu sucessor, Nicolás Maduro, farsante de quinta categoria ao qual teremos que doar até papel higiênico, na medida em que tudo falta no Socialismo do Século 21.
Lula, o chibante, foi sempre bafejado pela sorte. Dono de uma verborragia de repentista, no pouco tempo em que trabalhou como metalúrgico conseguiu empolgar operários e agradar patrões. Assim, chamou atenção do PT que precisava de seu proletário para justificar a ideologia de esquerda da burguesia intelectual que organizou o partido, tornado seita pela fé dos militantes. O PT fez de Lula seu Mussolini de Terceiro Mundo e com ele, depois de inúmeras tentativas, chegou lá de onde não pretende mais sair. Coisa fácil uma vez que não existe nenhum tipo de oposição no país.
Mas há algo mais por trás do borbulhante sucesso de tipos como Lula: a mentira e a linguagem pervertida, próprias da propaganda comunista, em que pese o “presidento” e seus “mandarins” viver como abastados capitalistas.
Conforme O Livro Negro do Comunismo, “as palavras pervertidas aparecem como uma visão deslocada que deforma a perspectiva de conjunto: somos confrontados a um astigmatismo social e político”. “A impressão primeira permanece e graças a sua incomparável potência propagandista, amplamente baseada na perfeição da linguagem, os comunistas utilizaram toda a força das criticas feitas aos seus métodos terroristas para retorná-las contra essas próprias críticas, reunindo, a cada vez, as fileiras de seus militantes e simpatizantes na renovação do ato de fé comunista”. “Assim, eles reencontraram o princípio primeiro da crença ideológica, formulada por Tertuliano em sua época: ‘Creio porque é absurdo”.
Qualquer semelhança com as técnicas usadas pelo PT não é mera coincidência.
(*) Marisa Lucia Victor Barbosa 

A inovação e a evolução requerem liberdade

A inovação e a evolução requerem liberdade

4786.jpgUma civilização é o produto de uma visão de mundo já definida, e sua filosofia se manifesta em cada uma de suas realizações.  Os artefatos produzidos pelos homens podem ser chamados de matérias; porém, os métodos utilizados no arranjo das atividades de produção desses artefatos são idealizados pela mente; eles são o resultado de ideias, as quais determinam o que deve ser feito e como deve ser feito.  Todos os ramos de uma civilização são impulsionados pelo espírito que permeia sua ideologia.
A filosofia que é a marca característica do Ocidente e cuja sólida elaboração transformou, nos últimos séculos, todas as instituições sociais tem sido chamada de individualismo.  O individualismo afirma que ideias, tanto as boas quanto as más, originam-se na mente de um indivíduo.  Somente alguns poucos homens são dotados da capacidade de conceber novas ideias.
Porém, dado que as ideias podem funcionar apenas se forem aceitas pela sociedade, tudo vai depender, em última instância, exatamente da aceitação ou da rejeição dessas ideias pela sociedade.  É a população — ela própria incapaz de desenvolver novas maneiras de pensar — quem vai aprovar ou desaprovar as inovações dos pioneiros.  Não há garantia nenhuma de que essa massa de seguidores irá fazer um uso inteligente do poder contido nessas ideias.  Uma sociedade pode rejeitar boas ideias — aquelas cuja adoção iria beneficiá-la — e aderir a ideias ruins que irão prejudicá-la seriamente.
Se uma sociedade opta pelas ideias ruins, a culpa não é apenas dela.  A culpa também deve ser imputada aos pioneiros das ideias boas por não terem tido êxito em apresentar seus pensamentos de uma forma mais convincente.  A evolução benéfica das relações humanas depende, em última instância, da capacidade da raça humana em gerar não apenas autores mas também arautos e disseminadores de ideias benéficas.
Pode-se lamentar o fato de que o destino da humanidade seja determinado pela mente dos homens — a qual certamente não é infalível.  Porém, tal lamento não pode mudar a realidade.  Com efeito, a superioridade do homem deve ser vista em seu poder de escolher entre o bem e o mal.  É precisamente isso que os teólogos tinham em mente quando louvaram a Deus por ter conferido ao homem o livre arbítrio para escolher entre a virtude e o vício.
Os perigos inerentes à incompetência das massas em fazer escolhas certas não podem ser eliminados pela simples transferência dessa autoridade de tomar decisões supremas para uma ditadura de alguns poucos homens, por mais notáveis que estes sejam.  É uma ilusão crer que o despotismo irá sempre se aliar às boas causas.  A característica intrínseca do despotismo é que ele tenta reprimir os esforços dos pioneiros em tentar melhorar a situação de seus semelhantes.
O principal objetivo de um governo despótico é impedir quaisquer inovações que possam porventura ameaçar sua supremacia.  Sua própria natureza o empurra para a adoção de um conservadorismo extremo, isto é, a tendência de preservar as coisas exatamente como estão, não importa o quão desejável uma mudança possa ser para o bem-estar das pessoas.  O regime se opõe a novas ideias e a qualquer espontaneidade da parte de seus súditos.
No longo prazo, mesmo o mais despótico dos governos, com toda a sua brutalidade e crueldade, não é páreo para as ideias.  No final, a ideologia que ganhou o apoio da maioria irá prevalecer e destruir as bases que sustentam a tirania.  E então os oprimidos irão se erguer em rebelião e derrubar seus opressores.
Entretanto, tal processo pode ser bastante lento; pode demorar a acontecer.  Nesse meio tempo, danos irreparáveis podem ser infligidos a toda a população.  Ademais, uma revolução necessariamente gera uma violenta perturbação na cooperação social, produz ódio e divisões irreconciliáveis entre os cidadãos, e pode causar uma amargura que até mesmo séculos serão incapazes de apagar.
Foi com esta ênfase nas ideias, que a filosofia do individualismo demoliu a doutrina do absolutismo, a qual atribuía revelação divina a soberanos e tiranos.  Ao suposto direito divino dos reis ungidos, o individualismo opunha os direitos inalienáveis conferidos ao homem por seu criador.  Contra a pretensão do estado de impor a ortodoxia e exterminar aquilo que ele considerasse heresia, o individualismo proclamou a liberdade de consciência.  Contra a inflexível preservação de antigas instituições que se tornaram detestáveis com o passar do tempo, o individualismo recorreu à razão.  Assim, ele inaugurou uma era de liberdade e progresso rumo à prosperidade. 
Os filósofos liberais dos séculos XVIII e XIX não imaginaram que uma nova ideologia surgiria para rejeitar resolutamente todos os princípios da liberdade e do individualismo, e para proclamar que a total submissão do indivíduo à tutela de uma autoridade paternal era o mais desejável objetivo da ação política, o mais nobre fim da história, e a consumação de todos os planos que Deus tinha em mente ao criar o homem.
Não apenas Hume, Condorcet e Bentham, mas até mesmo Hegel e John Stuart Mill teriam se recusado a acreditar caso alguns de seus contemporâneos tivessem profetizado que no século XX a maioria dos escritores e cientistas da França e dos países anglo-saxões iria se tornar entusiasta de um sistema de governo que eclipsa todas as tiranias do passado ao praticar uma impiedosa perseguição de dissidentes e ao fazer de tudo para privar o indivíduo de toda e qualquer oportunidade de incorrer em atividades espontâneas.  Seria considerado um lunático o homem que dissesse a eles que a abolição da liberdade, de todos os direitos civis e do governo baseado no consenso do governado seria chamada de libertação.  Entretanto, tudo isso aconteceu.
O historiador pode entender e fornecer explicações psicológicas para essa radical e repentina mudança na ideologia.  Porém, tal interpretação de modo algum invalida as análises e críticas que os filósofos e economistas fizeram das doutrinas charlatãs que geraram esse movimento.
O pilar da civilização ocidental está no âmbito das ações espontâneas que ela assegura ao indivíduo.  Sempre houve tentativas de reprimir a capacidade de iniciativa do indivíduo, mas o poder dos opressores e inquisidores nunca foi absoluto.  Não se conseguiu impedir o surgimento da filosofia grega e de seu desdobramento romano, bem como o desenvolvimento da ciência moderna e da filosofia.
Guiados pelo seu gênio inato, os pioneiros consumaram suas obras a despeito de toda hostilidade e oposição.  O inovador não teve de esperar pelo convite ou pela ordem de ninguém.  Ele pôde avançar de acordo com sua própria vontade e assim desafiar os ensinamentos tradicionais.  Na esfera das ideias, o Ocidente em geral sempre usufruiu as bênçãos da liberdade.
E então veio a emancipação do indivíduo no campo dos negócios, um feito do novo ramo da filosofia: a economia.  Plena liberdade foi dada ao homem empreendedor que sabia como enriquecer seus semelhantes por meio do aprimoramento dos métodos de produção.  Uma abundância de bens foi despejada sobre o homem comum em decorrência da adoção do princípio capitalista da produção em massa para a satisfação das necessidades das massas.
Para avaliarmos corretamente os efeitos da ideia ocidental de liberdade, temos de contrastar o Ocidente com as condições predominantes naquelas partes do mundo que jamais compreenderam o significado de liberdade.
Alguns povos do Oriente desenvolveram a filosofia e a ciência muito antes dos antepassados da atual civilização Ocidental terem emergido do barbarismo primitivo.  Há boas razões para supor que a astronomia e a matemática gregas ganharam seu primeiro impulso ao entrarem em contato com o que já havia sido realizado no Oriente.
Mais tarde, quando os árabes adquiriram um conhecimento da literatura grega por meio das nações que eles haviam conquistado, uma extraordinária cultura islâmica começou a florescer na Pérsia, na Mesopotâmia e na Espanha.  Até o século XIII, a ciência árabe não era inferior às façanhas contemporâneas do Ocidente.  Mas então a ortodoxia religiosa islâmica impôs o conformismo permanente e inabalável, e, com isso, pôs fim a toda atividade intelectual e a todo pensamento independente que existiam até então nos países muçulmanos, como já havia acontecido antes na China, na Índia e na esfera do cristianismo oriental.
As forças da ortodoxia e a perseguição de dissidentes, por outro lado, não conseguiu silenciar as vozes da ciência e da filosofia ocidentais, pois o espírito da liberdade e do individualismo já estava forte o bastante no Ocidente para sobreviver a todas as perseguições.  Do século XIII em diante, todas as inovações intelectuais, políticas e econômicas originaram-se no Ocidente.  Até que o Oriente voltasse a prosperar há apenas algumas décadas, quando entrou em contato com o Ocidente, o histórico dos grandes nomes da filosofia, das ciências, da literatura, da tecnologia, do governo e dos negócios dificilmente mencionava algum oriental.
O Oriente estava estagnado em um conservadorismo rígido até o momento em que as ideias ocidentais começaram a se infiltrar.  Para os orientais, coisas como escravidão, servidão, intocabilidade, costumes como osati ou a mutilação dos pés das meninas, punições bárbaras, miséria em massa, ignorância, superstição e desprezo por hábitos de higiene não lhes afetavam em nada.  Incapazes de compreender o significado da liberdade e do individualismo, eles estão ainda hoje encantados com o programa do coletivismo.
Embora esses fatos sejam bem conhecidos, milhões de pessoas hoje apóiam entusiasmadamente políticas que intencionam substituir o planejamento autônomo do indivíduo pelo planejamento feito por uma autoridade.  Tais pessoas estão ansiosas para se tornarem escravas.
Obviamente, os paladinos do totalitarismo protestam dizendo que o que eles querem abolir é "apenas a liberdade econômica", sendo que todas "as outras liberdades" permanecerão intocadas.  Porém, a liberdade é indivisível.  Essa distinção entre a esfera econômica da vida e da atividade humana e a esfera não-econômica é a pior de suas falácias.  Se uma autoridade onipotente possui o poder de especificar para cada indivíduo qual tarefa ele deve efetuar, então não lhe restou nada que possa ser chamado de liberdade ou autonomia.  Ela poderá apenas escolher entre obediência estrita ou morte por inanição.
Pode-se formar comitês de especialistas para aconselhar a autoridade planejadora sobre se um jovem deve ou não ter a oportunidade de trabalhar no campo artístico ou intelectual.  Porém, tal arranjo irá meramente educar discípulos dedicados à repetição, qual papagaios, das ideias inventadas pela geração anterior à dele.
Inovadores que discordassem das maneiras pré-aprovadas de se pensar seriam barrados.  Nenhuma inovação jamais teria sido realizada caso seu inventor tivesse de pedir autorização para aqueles de cujos métodos e doutrinas ele quisesse divergir.  Hegel jamais teria autorizado Schopenhauer ou Feuerbach, tampouco o professor Rau teria autorizado Marx ou Carl Menger.
Se o comitê de planejamento supremo tiver de determinar em última instância quais livros devem ser impressos, quem pode fazer experimentos nos laboratórios, quem deve pintar ou fazer esculturas, e quais alterações devem ser feitas em métodos tecnológicos, não haverá nem melhorias nem progresso.  O indivíduo se torna um peão nas mãos dos soberanos, os quais, em sua "engenharia social", irão manuseá-lo da mesma maneira que engenheiros manuseiam os objetos com os quais constroem edifícios, pontes e máquinas.
Em todas as esferas da atividade humana, uma inovação é um desafio não apenas para aqueles que gostam de seguir rotinas e para os especialistas e praticantes de métodos tradicionais; é um desafio ainda maior para aqueles que no passado foram inovadores.  Toda inovação enfrenta, em seu começo principalmente, uma obstinada oposição.  Tais obstáculos podem ser superados em uma sociedade em que haja liberdade econômica.  Mas eles são intransponíveis em um sistema socialista.
A essência da liberdade de um indivíduo é a oportunidade de divergir e se distanciar das maneiras tradicionais de se pensar e de se fazer as coisas.  O planejamento feito por uma autoridade central estabelecida impossibilita todo e qualquer planejamento feito pelos indivíduos.

Ludwig von Mises  foi o reconhecido líder da Escola Austríaca de pensamento econômico, um prodigioso originador na teoria econômica e um autor prolífico.  Os escritos e palestras de Mises abarcavam teoria econômica, história, epistemologia, governo e filosofia política.  Suas contribuições à teoria econômica incluem elucidações importantes sobre a teoria quantitativa de moeda, a teoria dos ciclos econômicos, a integração da teoria monetária à teoria econômica geral, e uma demonstração de que o socialismo necessariamente é insustentável, pois é incapaz de resolver o problema do cálculo econômico.  Mises foi o primeiro estudioso a reconhecer que a economia faz parte de uma ciência maior dentro da ação humana, uma ciência que Mises chamou de "praxeologia".

Liberdade e custo de oportunidade

Liberdade e custo de oportunidade 

Opportunity-Cost-580.jpgEis um dos maiores e menos reconhecidos inimigos da liberdade: o caráter subjetivo e abstrato da noção de custo. A tese que pretendemos explorar, em uma frase, pode ser colocada da seguinte maneira: quanto mais nos aprofundamos na trilha intervencionista, mais difícil é conceber alternativas liberais.
Iniciemos com a noção de custo: trata-se da importância que uma pessoa atribui àquilo que abdica quando faz uma escolha. Por isso utilizamos por vezes a expressão "custo de oportunidade": o custo de ler este artigo é igual ao valor que você atribui à outra coisa que faria com esses minutos empregados na leitura. Simples, não? De fato, a Economia é baseada em uns poucos princípios simples como esse.
Contudo, existe uma trágica ironia aqui: embora a maioria das pessoas considere tais princípios bastante óbvios, quando examinamos as consequências lógicas desses princípios e os aplicamos a questões econômicas, as mesmas pessoas não percebem ou não aceitam essas conclusões. Vejamos alguns exemplos que giram em torno da ideia de custos.
Em primeiro lugar, sempre que houver escassez de algum recurso, existirão usos alternativos dos mesmos. O mais popular erro de análise econômica — a falácia do almoço grátis — nega esse princípio.  Quantas vezes ouvimos falar das realizações dos políticos, sem sequer uma palavra proferida sobre os custos dos projetos implementados? Mas, se algo for feito, sempre será à custa de outra coisa útil que deixou de existir.
Apesar disso, quantas vezes nas aulas de Economia Brasileira ouvimos a história de que se o governo brasileiro não tivesse adotado medidas protecionistas, o Brasil não teria se industrializado? Será que as pessoas ficariam de fato inertes, plantando banana?
A falta de imaginação sobre caminhos alternativos se relaciona com outro aspecto da noção de custo: sua natureza subjetiva. Isso significa que o custo de oportunidade de uma escolha depende de quem faz essa escolha. Sendo assim, o custo da leitura dessas páginas será, para certo indivíduo, deixar de ler outros textos, para outro, deixar de paquerar uma vizinha, ou não assaltar a geladeira naqueles minutos, para um terceiro.
Poderíamos concluir então que o custo de oportunidade da política protecionista depende de quem a analisa? Para o intervencionista, tal custo seria plantar bananas. Para o liberal, uma economia ainda mais industrializada. De fato, como o conceito de custo está relacionado à noção de escolha, as decisões políticas tomadas pelo intervencionista ou pelo liberal refletem suas opiniões sobre o valor das alternativas disponíveis.
Isso nos leva a outro aspecto dos custos, relacionado ao seu caráter subjetivo: sua natureza conjectural. Se fizermos uma escolha, o custo dessa escolha será, estritamente falando, para sempre desconhecido. Se alguém escolhe profissionalmente a academia, abdica de se dedicar ao mercado financeiro. Essa escolha implica que a primeira alternativa é preferida, mas, quem garante que, ao se dedicar ao mercado, essa pessoa não teria descoberto sua "verdadeira vocação" ou mesmo uma nova teoria, com base em sua experiência? Sendo assim, não há como medir os custos de uma decisão se não tivermos uma máquina do tempo que nos levasse de volta ao passado, possibilitando que explorássemos, em um universo paralelo, o que ocorreria se a decisão fosse outra.
Mas, se os custos são subjetivos e conjecturais, nada pode ser dito sobre seu conteúdo? Na verdade, se nos afastarmos da "pura lógica da escolha" utilizada para estudar uma decisão de um único indivíduo e passarmos a estudar as decisões nos mercados, o grau de subjetivismo do conceito é menor e os agentes podem de fato discordar sobre o valor dos bens.  Os agentes podem, por exemplo, se enganar sobre o valor que os outros atribuiriam a certo produto. No mercado, o custo monetário do aluguel de um imóvel, por exemplo, reflete seu custo de oportunidade, já que a disposição a pagar por esse serviço por parte dos demais empresários reflete a opinião que esses têm sobre a capacidade de imóveis semelhantes gerarem riqueza em outros mercados, que operam ao mesmo tempo.
Quanto mais usos alternativos são possíveis simultaneamente, mais concreto será o custo de oportunidade. Sob competição, existem incentivos para que a atividade empresarial seja dirigida à avaliação dos usos alternativos e uma má avaliação tende a resultar em prejuízo, corrigindo assim a opinião equivocada sobre o valor dos bens. Sob monopólio, por outro lado, esses incentivos são diminuídos — os custos de oportunidades começam a sofrer de falta de imaginação.
Uma decisão de que carreira seguir, por sua vez, envolve custo de oportunidade mais indefinido, como vimos. De fato, um engenheiro poderia apenas conjecturar quão feliz seria se fosse um bailarino profissional. Isso ocorre porque não existe a possibilidade de se dedicar simultaneamente a várias carreiras. Finalmente, se tomarmos uma decisão de política econômica, pelo fato de que apenas uma delas pode ser testada por vez, é muito mais difícil perceber o custo de oportunidade das escolhas feitas.
Nos exemplos acima, quanto mais alternativas houver para serem exploradas, mais definido será o custo de oportunidade de uma ação. Isso nos leva de volta à tese deste artigo: quanto mais nos aprofundamos na trilha intervencionista, mais difícil será conceber alternativas liberais. Quanto mais intervencionista for uma sociedade, maior a quantidade de escolhas tomadas sob ambientes controlados centralmente, sobrando menos espaço para que a ação livre tente caminhos alternativos não imaginados anteriormente. Menos soluções tentadas simultaneamente, menor imaginação a respeito de alternativas.
O leitor pode testar essa tese propondo, em encontros com colegas, a desestatização de qualquer serviço, ou uma reforma mais modesta, mas na direção de menor controle. A reação negativa sempre inclui observações sobre a impossibilidade de se viver sem as instituições presentes. Sem regulação no setor aéreo, o que garante que rotas menos importantes seriam mantidas? Sem correio estatal, o que garantiria que cartas seriam entregues em lugares remotos? Sem reservas fracionárias, o que garantiria que a poupança financiasse o investimento? Sem bancos centrais, o que garante que os preços sejam estabilizados? Sem faróis estatais, o que garante que os navios não se choquem com recifes, já que seria impossível cobrar de navios que usem o serviço, mas se recusam a pagar por ele?
Em todos esses casos, a dificuldade em perceber que existiriam alternativas resiste até mesmo a ensaios históricos que mostram como as coisas de fato eram diferentes em tempos passados ou ainda hoje em outras sociedades. Embora Coase[1] tenha mostrado como na Inglaterra faróis sinalizadores privados resolveram o problema da cobrança de seus serviços, ainda assim esse serviço é utilizado nos livros-textos modernos como um dos principais exemplos de serviços que não poderiam ser ofertados por firmas privadas.
É sempre muito divertido mencionar a proposta de Hayek sobre a desnacionalização do dinheiro e observar a reação do seu interlocutor. Este, invariavelmente, ficará irritado com a simples discussão de uma hipótese interessante, mas radicalmente diferente das instituições que santifica. Ironicamente, será você o acusado de dogmatismo.
Naturalmente, propostas muito diferentes das adotadas no presente não passaram por um processo de seleção por tentativas e erros. Nesse caso, o conservadorismo tem papel crucial para a preservação da civilização. Contudo, isso não serve como desculpa para justificar indiscriminadamente o monopólio estatal e o status quo. Em muitos casos, se as alternativas fossem de fato inviáveis, por que o temor? Por que proibi-las? Além de preservar privilégios, a garantia do monopólio impede que alternativas sejam vislumbradas.
Em um mundo intervencionista, o estatista é o verdadeiro conservador. Uma crucial tarefa "progressista" do liberal será então mostrar que existem alternativas ao estatismo, por meio de estudos teóricos e históricos que mitiguem a falta de imaginação a respeito do custo de oportunidade das escolhas de políticas econômicas.


[1] Coase, R. H. The Lighthouse in Economics, Journal of Law and Economics 17 (2): 357—376, 1974.



Fabio Barbieri é mestre e doutor pela Universidade de São Paulo.  Atualmente, é professor da USP na FEA de Ribeirão Preto.

O "direito" à gratuidade e a injustiça da tributação

O "direito" à gratuidade e a injustiça da tributação 
por  

impostos.jpg"Defender o direito à educação gratuita ou à saúde gratuita ou à cultura gratuita é similar a defender a escravidão parcial".
Experimente dizer publicamente a frase acima.  Chega a ser inimaginável o que os progressistas politicamente corretos, esses seres tão dóceis e preocupados com o bem-estar da humanidade, farão com você.
Realmente, quem seria tão insensível a ponto de pensar assim?  Quem negaria a oferta gratuita de bens e serviços aos seus semelhantes?  Quem seria tão imoral a esse ponto?  Afinal, é maravilhoso ser coagido e expropriado.  Você nasceu para ser dominado e governado por seus soberanos democraticamente eleitos.  A eles você deve aquiescência e reverência.
Os mais benevolentes e pacíficos podem retrucar: "Ah, mas se não utilizarmos a força e a ameaça de violência contra algumas pessoas, se não pegarmos um pouquinho do dinheiro delas, os pobres viverão em um terrível estado de privação e desamparo, sem educação e saúde." 
Curiosamente, utilizar o dinheiro próprio para doações, ou simplesmente instituir programas caridosos voluntários, ou até mesmo defender o trabalho de igrejas, é algo que aparentemente nunca passa pela cabeça dessas pessoas, ocupadas demais que estão em serem consumidas pela inveja e em arquitetar maneiras de tomar o dinheiro dos ricos.
Porém, esse é um assunto para outro artigo.  O que quero aqui é apenas lidar com o princípio que fundamenta toda essa situação.  Especificamente, gostaria de elaborar dois pontos: um sobre direitos e outro sobre tributação da renda.
De onde vêm os direitos
Primeiro, se quisermos avaliar se um determinado direito, um suposto direito, é de fato um direito genuinamente válido — isto é, um direito natural, um direito que todos nós como seres humanos usufruímos pela simples virtude de sermos humanos —, então é necessário fazermos um teste crítico e logicamente irrefutável, qual seja: todos nós temos de ser capazes de usufruir esse mesmo direito, ao mesmo tempo e da mesma maneira
Apenas assim esse direito pode ser natural.  A obviedade dessa afirmação vem do fato de que, para um direito ser natural, seu usufruto não pode levar a nenhum conflito ou a nenhuma contradição lógica. 
Por exemplo, suponha que você esteja em uma ilha deserta com uma outra pessoa.  Apenas vocês dois estão nessa ilha deserta.  Não há nenhuma dificuldade lógica em imaginar, por exemplo, que ambos podem usufruir separadamente, ao mesmo tempo e à mesma maneira, seu direito à vida.  Da mesma forma, não há nenhuma dificuldade lógica em imaginar que ambos podem simultaneamente usufruir seus direitos de propriedade privada.  Por exemplo, você pode ter seu iPod e manejá-lo como quiser, e a outra pessoa pode ter uma cesta de maçãs e fazer o que quiser com ela.
Não há nenhum conflito lógico nesse arranjo, e não há nenhuma dificuldade em entender por que ele funciona.
Agora, suponha que vocês dois, um belo dia, determinam que ambos têm direito a uma Ferrari.  Pergunta: como esse direito será impingido?  Quem o cumprirá e quem o fará ser cumprido?  Você, por exemplo, como conseguirá sua Ferrari?  A única maneira de você conseguir sua Ferrari é exigindo que a outra pessoa fabrique uma para você.  Da mesma forma, a única maneira de a outra pessoa conseguir uma Ferrari é obrigando você a construir uma para ele.
Imediatamente, já é possível ficarmos um tanto céticos quanto ao fato de isso realmente ser um direito natural.  Na verdade, o que ocorrerá é que vocês dois ficarão infrutiferamente apenas latindo ordens um para o outro. 
Entretanto, caso vocês dois realmente tentassem impor e fazer cumprir esse direito, imediatamente veriam que se trata de um direito que ambos não podem usufruir igualmente, ao mesmo tempo e da mesma maneira.  Afinal, para você conseguir exercer o seu direito a uma Ferrari, você teria de obrigar a outra pessoa a incorrer em trabalho físico contra a vontade dela; da mesma maneira, essa outra pessoa teria de obrigar você a incorrer em trabalho físico para fabricar a Ferrari dele, contra a sua vontade.
Isso obviamente não pode ser um direito natural, um direito inerente a todos os seres humanos.  Tal direito não é uma parte natural e integral à condição humana.
Embora o exemplo acima seja aparentemente simplista, não é necessário nenhum malabarismo lógico para entender que ele se aplica a qualquer bem e serviço de uma economia, seja saúde, educação, segurança, alimentação, judiciário, eletricidade, cultura etc.
O que nos leva ao segundo ponto.
A injustiça da tributação da renda
Robert Nozick, o grande filósofo de Harvard, ao comentar sobre a tributação da renda, disse que essa nada mais era do que uma 'forma direta de trabalho forçado'.  Com efeito, qual a diferença entre você confiscar os frutos de cinco meses de trabalho de uma pessoa ou simplesmente tomar cinco meses da vida dessa pessoa?  Isso tem apenas um nome: trabalho forçado.
Por favor, esqueça toda a propaganda governamental que diz que você está apenas fazendo uma "contribuição".  Esqueça toda a lavagem cerebral que você sofreu na escola.  Já passou a época em que tínhamos doze anos de idade.  Apenas sejamos francos e diretos, e vamos simplesmente chamar a coisa pelo seu nome verdadeiro: trabalho forçado.
Para ilustrar esse ponto mais incisivamente, Nozick criou aquilo que ele viria a chamar de O Conto do Escravo[*].  Nesse conto, Nozick convida o leitor a se imaginar como sendo o escravo da história.  A história é bem curta e se desenvolve ao longo de 9 estágios, que vão desde a escravidão clássica até a democracia moderna. 
Primeiro estágio: Você é um escravo submisso a um mestre brutal que lhe obriga a trabalhar para ele, sem horas de descanso.  Você apanha frequente e arbitrariamente.
Segundo estágio: O mestre relaxa um pouco e passa a lhe surrar somente quando você quebra as regras.  Ele até lhe concede algum tempo de descanso.
Terceiro estágio: Você agora é parte de um grupo de 10.000 escravos igualmente sujeitos a esse mestre.  Ele decide, de acordo com seus princípios, como irá repartir entre vocês parte dos bens que vocês próprios produziram.
Quarto estágio: O mestre, agora mais brando, exige que você e seus companheiros escravos trabalhem apenas três dias por semana, concedendo os quatro dias restantes de folga.
Quinto estágio: O mestre agora permite que você trabalhe onde você quiser, mas há uma condição: você tem de entregar para ele 3/7 do seu salário, o que corresponde aos três dias de trabalho por semana que você era obrigado a efetuar na terra dele.  Além disso, ele retém o direito de convocar você para servi-lo sempre que ele quiser, e continua com o poder de aumentar arbitrariamente a fatia do seu salário que ele pode confiscar.
Sexto estágio: O mestre concede a todos os seus 10.000 escravos, exceto você, o direito de votar.  Eles agora têm o poder de decidir entre eles o que você pode fazer e o que você não pode fazer.  Eles também ganham o poder de determinar qual porção do seu salário será confiscado e onde esse dinheiro será gasto.
Sétimo estágio: Você ainda não tem o direito de votar, mas agora tem a permissão de tentar influenciar aqueles 10.000 que podem.  Você pode tentar persuadi-los a exercer seus poderes de determinada maneira.
Oitavo estágio: Os 10.000 concedem a você o direito de votar, mas apenas caso haja um impasse na votação.  Você escreve o seu voto e, apenas caso haja um empate na eleição, o seu voto é considerado como critério de desempate.  Nenhum empate jamais ocorreu.
Nono estágio: Você finalmente adquire o direito irrestrito de votar.  Porém, em termos práticos, isso significa apenas que, assim como no oitavo estágio, o seu voto realmente valerá apenas caso haja algum empate.  Mas nunca houve um empate.
A pergunta a ser feita é: em que momento, entre o primeiro e o nono estágio, essa história deixou de ser o conto de um escravo?  Em que momento você, o escravo, realmente tornou-se livre?
Você vive hoje no nono estágio.  Você saberia dizer em qual estágio você genuinamente deixou de ser um escravo?
Esse é o tipo de pergunta enlouquecedora capaz de fazer qualquer um repensar tudo aquilo que ele sempre foi ensinado sobre tributação, sociedade e governo.  É o tipo de pergunta que, no mínimo, torna alguém bastante cético quanto a qualquer propaganda governamental que ele venha a ouvir dali em diante.
E é justamente por isso que essa pergunta jamais é feita.
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Nota
[*] Robert Nozick, Anarchy, State, and Utopia (New York: Basic Books, 1974), 290-92

Thomas Woods 
é um membro sênior do Mises Institute, especialista em história americana.  É o autor de nove livros, incluindo os bestsellers da lista do New York Times The Politically Incorrect Guide to American History e, mais recentemente, Meltdown: A Free-Market Look at Why the Stock Market Collapsed, the Economy Tanked, and Government Bailouts Will Make Things Worse. Dentre seus outros livros de sucesso, destacam-se Como a Igreja Católica Construiu a Civilização Ocidental (leia um capítulo aqui), 33 Questions About American History You're Not Supposed to Ask e The Church and the Market: A Catholic Defense of the Free Economy (primeiro lugar no 2006 Templeton Enterprise Awards). Visite seu novo website.

Afinal, quem são os racistas?

Afinal, quem são os racistas?

img_2230ok.jpgAlguns anos atrás, uma pessoa disse que, de acordo com as leis da aerodinâmica, um abelhão não pode voar.  Mas os abelhões, alheios às leis da aerodinâmica, vão em frente, contrariam os dizeres dos especialistas, e voam assim mesmo.
Algo semelhante ocorre entre as pessoas.  Enormes e tediosos estudos acadêmicos, bem como melancólicos e sombrios editoriais de determinados jornais, são produzidos às pencas lamentando o fato de que a maioria das pessoas pobres e negras não consegue ascender socialmente, e que isso seria uma fragorosa demonstração de discriminação. 
O curioso é que, em vários países ao redor do mundo, inclusive naqueles países chamados de terceiro mundo, vários imigrantes extremamente pobres, principalmente oriundos da Ásia, não apenas conseguem prosperar mesmo sendo de uma cultura totalmente distinta, como também conseguem enriquecer sem jamais recorrer a favores especiais e a políticas de ação afirmativa.
Normalmente, estes imigrantes asiáticos chegam a um novo país praticamente sem nenhum dinheiro, sem nenhum conhecimento do novo idioma e sem nenhuma afinidade cultural.  Eles frequentemente começam trabalhando em empregos de baixa remuneração.  Mas trabalham muito.  A norma é trabalharem em mais de um emprego.  Trabalham tanto que conseguem poupar e, após alguns anos, utilizam esta poupança para empreender.  Muitos abrem um pequeno comércio, no qual continuam trabalhando longas horas e ainda continuam poupando, de modo que se tornam capazes de mandar seus filhos para a escola e para a faculdade.  Seus filhos, por sua vez, sabem que seus pais não apenas esperam, como também exigem, que eles sejam igualmente disciplinados, bons alunos e trabalhadores.
Vários intelectuais já tentaram explicar por que os imigrantes asiáticos são tão bem-sucedidos tanto em termos educacionais quanto em termos econômicos.  Frequentemente chega-se à conclusão de que eles possuem algumas características especiais.  Isso pode ser verdade, mas seu sucesso também pode ser atribuído a algo que eles não têm: "líderes" e autoproclamados porta-vozes lhes dizendo diariamente que são incapazes de prosperar por conta própria, que o sistema está contra eles, que eles não têm chance de ascender socialmente caso não sigam os slogans repetidos mecanicamente por estes líderes e sociólogos, e que por isso devem se juntar sob o rótulo de "vítimas do sistema" e exigir políticas especiais e tratamento diferenciado.
Vá a qualquer país, seja ele rico ou em desenvolvimento, e pesquise sobre a existência de "líderes" e de grupos de interesse voltados para a promoção de políticas de ação afirmativa para os asiáticos.  Você não encontrará.  Você não encontrará sociólogos dizendo que os imigrantes asiáticos, por serem minoria e por estarem culturalmente deslocados, estão em desvantagem e que por isso o governo deve criar leis de cotas para ajudá-los a ascender socialmente.
Infelizmente, é exatamente esta linha de raciocínio, só que em relação aos negros, que vem sendo diariamente propagada por acadêmicos e sociólogos irresponsáveis.  Eles são a versão humana das leis da aerodinâmica, que dizem precipitadamente que determinadas pessoas não podem ascender e prosperar a menos que haja um empurrão do governo.
Aquelas alegações morais que foram feitas no passado por gerações de genuínos líderes negros — alegações que acabaram por tocar a consciência de várias nações e que viraram a maré em prol dos direitos civis para todos — hoje foram desvalorizadas e apequenadas por uma geração de intelectuais, sociólogos e autoproclamados "líderes" de movimentos raciais que tratam os negros como seres abertamente incapazes de prosperar sem a ajuda destes pretensos humanistas, os quais agem abertamente de acordo com uma agenda política de escusos interesses próprios.
O que é perfeitamente perceptível é que, ao longo das gerações, as pessoas que dizem falar em prol do "movimento negro" sofreram uma mutação de caráter: se antes possuíam uma alma nobre, hoje não passam de charlatães descarados.  Após a implantação definitiva de políticas de ação afirmativa nos EUA, esses charlatães perceberam que era muito fácil ganhar dinheiro, poder e fama ao redor do mundo ao simplesmente se dedicarem à promoção de ações e políticas raciais que são totalmente contraproducentes aos interesses das pessoas que eles próprios dizem liderar e defender.
No passado, vários outros grupos de imigrantes também representavam minorias que tinham tudo para ser consideradas oprimidas e discriminadas, pois chegavam a outros países quase sem nenhum dinheiro, com pouquíssima educação e com total desconhecimento da cultura local, mas que não obstante ascenderam por conta própria, muito provavelmente porque não foram "privatizadas" por líderes raciais.  Imigrantes e outras minorias que nunca tiveram "porta-vozes" e "líderes" raramente dependeram de subsídios do governo e quase sempre apresentaram altos níveis educacionais obtidos com o esforço próprio.
Grupos que ascenderam da pobreza à prosperidade raramente o fizeram por meio de líderes étnicos ou raciais.  Ao passo que é fácil citar os nomes de vários líderes do "movimento negro" ao redor do mundo, tanto atuais quanto os do passado, quantos são os lideres étnicos que defendem os interesses dos asiáticos ou dos judeus em países em que eles são a minoria?
Ninguém pode negar que há anti-semitismo e que já houve discriminação aos asiáticos.  Sempre houve.  Mas eles nunca seguiram "líderes" cujas mensagens e atitudes serviram apenas para mantê-los presos à condição de bovinos.
Essa postura de dizer aos seus "seguidores" que eles são mais atrasados, tanto econômica quanto educacionalmente, por causa de outros grupos "opressores" — e que, portanto, eles devem odiar estas outras pessoas — tem paralelos na história recente.  Essa foi a mesma motivação utilizada pelos movimentos anti-semita no Leste Europeu no período entre-guerras, pelos movimentos anti-Ibo na Nigéria na década de 1960, e pelos movimentos anti-Tamil, que fizeram com que o Sri Lanka, outrora uma nação pacífica e famosa por sua harmonia intergrupal, se rebaixasse, por influência de intelectuais, à violência étnica e depois se degenerasse em uma guerra civil que durou décadas e produziu indescritíveis atrocidades.
Será tão difícil entender, mesmo com todos os exemplos históricos, que o progresso não pode ser alcançado por meio de líderes raciais ou étnicos?  Tais líderes possuem incentivos em demasia para promover atitudes e políticas polarizadoras que são contraproducentes para as minorias que eles juram defender e desastrosas para o país.  Eles se utilizam das minorias para proveito próprio, atribuindo a elas incapacidades crônicas que supostamente só podem ser resolvidas por políticas que eles irão criar.  Eles são os verdadeiros racistas.

Thomas Sowell , um dos mais influentes economistas americanos, é membro sênior da Hoover Institution da Universidade de Stanford.  Seu website: www.tsowell.com.

Tradução de Leandro Roque