terça-feira, 27 de agosto de 2013

Igreja apoiou o golpe de 64

GOIS DE PAPEL

Igreja apoiou o golpe de 64

Chega às livrarias, pela Editora Multifoco, o livro “Os bispos católicos e a ditadura militar brasileira: a visão da espionagem”, baseado na tese de mestrado na UFRJ do historiador Paulo César Gomes Bezerra, que mostra como a repressão vigiava os bispos católicos que faziam oposição ao regime.
O livro mostra o apoio da Igreja aos militares em 1964. Afinal, em tempos de Guerra Fria, eles tinham um inimigo comum: o comunismo ateu. “Em maio de 1964”, diz o historiador, “um manifesto assinado por 26 bispos da CNBB em linhas gerais agradecia aos militares por ‘salvarem’ o país do perigo iminente do comunismo”.
Aliás, no dia do golpe, Dom Paulo Evaristo Arns, que terminou sendo um dos heróis da resistência contra a ditadura, deslocou-se de Petrópolis, RJ, onde morava, para abençoar a chegada das tropas golpistas do general Mourão Filho.
As relações dos militares com a Igreja azedaram depois do AI-5, de 1968, com o endurecimento do regime. “Ainda assim”, diz Paulo César, “em maio de 1970 um texto da CNBB, em que a Igreja denunciava torturas nos porões do regime, também criticava ações de violência que podiam ser atribuídas à esquerda”.
Quatro meses depois, em setembro de 1970, Igreja e Estado trocaram de mal para valer com a detenção por quatro horas de dom Aloísio Lorscheider, secretário-geral da CNBB.
— Por um instante, a hierarquia da Igreja uniu-se contra o Estado. Até o Papa Paulo VI deu apoio ao bispo — lembra o historiador.
Mesmo depois do, digamos, rompimento, ainda havia bispos que, isoladamente, davam apoio aos milicos.
O SNI registrou, em setembro de 1980, que o então arcebispo de Aracaju, dom Luciano Cabral Duarte, denunciou ao núncio apostólico, dom Carmine Rocco, a participação de Dom Hélder em ato, em Sergipe, no qual “teria pregado a união de estudantes e camponeses para a derrubada da ditadura”.
República Comunista do Nordeste
Aliás, Dom Hélder chegou a ser acusado pelo SNI de ajudar a “eclodir um movimento separatista que teria como ponto de partida a região Norte-Nordeste”.
Ah bom!

Pixinguinha toca e samba nos 400 anos de São Paulo

DOCUMENTÁRIO

Pixinguinha toca e samba nos 400 anos de São Paulo

Dica do nosso Aluízio Maranhão, jornalista e sambista. Acabou de chegar ao Youtube uma joia rara da cinematografia nacional: um documentário de Thomaz Farkas (1924-2011) exibe Pixinguinha (1897-1973) tocando e sambando com a velha guarda (sambistas como Donga, Almirante e João da Baiana) no quarto centenário da cidade de São Paulo, em 1954. O detalhe é que o filme, rodado no Parque do Ibirapuera, ficou 50 anos na lata porque não tinha som. Em 2004, foi sonorizado pelo Instituto Moreira Salles e Cia. de Áudio e Imagem. História se faz assim.
Em fevereiro deste ano, fez 40 anos que Pinxinguinha partiu dessa para melhor. Morreu na Igreja de Nossa Senhora da Paz, quando foi ser padrinho num batizado.
O vídeo tem só 9 minutos. Vale a pena ver de novo. 

O Centro de Imagem dos Jogos

AS FOTOS DE HOJE

O Centro de Imagem dos Jogos


Veja como vai ficar o Centro Internacional de Transmissão dos Jogos Olímpicos de 2016, local onde serão recebidas equipes de TV e rádio do mundo inteiro com direito de transmissão. Será construído pelo Consórcio Rio Mais dentro do Parque Olímpico, na Barra, com 85 mil metros quadrados. Terá capacidade para dez mil pessoas trabalharem simultaneamente durante 24 horas. As obras serão coordenadas pela Empresa Olímpica Municipal em conjunto com a Secretaria municipal de Obras. No fim dos Jogos, o prédio ficará aos cuidados do consórcio

Aécio diz que prévias devem ser solicitadas à Executiva do PSDB


Marcelo Fiúza, O Globo
Às vésperas da terceira visita de Dilma Rousseff a Minas Gerais em três semanas, o senador Aécio Neves (foto abaixo) fez críticas à intensa agenda da presidente da República no Estado e cobrou da petista “mais do que apenas promessas” em suas viagens. Em um evento em Belo Horizonte para tucanos mineiros, nesta segunda-feira, o presidente nacional do PSDB se eximiu da responsabilidade de convocar prévias em seu partido e assumiu de vez a postura de candidato da legenda ao Planalto em 2014.
- O estatuto do PSDB prevê as prévias. Não mudei de opinião e sempre as defendi. Basta que haja uma solicitação à Executiva do partido para que isso possa ocorrer. O que tenho feito como presidente do PSDB é organizar o partido no país inteiro - disse o senador mineiro, que considera “legítima” uma eventual postulação do ex-governador de São Paulo José Serra à candidatura pela legenda. - Estou cumprindo o papel que me foi delegado pela, praticamente, unanimidade do partido, de conduzir o PSDB para o futuro. O futuro somos nós, o passado são esses que estão no governo - completou.





Senador Aécio Neves participa da posse de Pimenta da como novo presidente regional do Instituto Teotônio Viela em Minas Foto: Divulgação
Senador Aécio Neves participa da posse de Pimenta da como novo presidente regional do Instituto Teotônio Viela em Minas Divulgação
BELO HORIZONTE — Às vésperas da terceira visita de Dilma Rousseff a Minas Gerais em três semanas, o senador Aécio Neves fez críticas à intensa agenda da presidente da República no Estado e cobrou da petista “mais do que apenas promessas” em suas viagens. Em um evento em Belo Horizonte para tucanos mineiros, nesta segunda-feira, o presidente nacional do PSDB se eximiu da responsabilidade de convocar prévias em seu partido e assumiu de vez a postura de candidato da legenda ao Planalto em 2014.
- O estatuto do PSDB prevê as prévias. Não mudei de opinião e sempre as defendi. Basta que haja uma solicitação à Executiva do partido para que isso possa ocorrer. O que tenho feito como presidente do PSDB é organizar o partido no país inteiro - disse o senador mineiro, que considera “legítima” uma eventual postulação do ex-governador de São Paulo José Serra à candidatura pela legenda. - Estou cumprindo o papel que me foi delegado pela, praticamente, unanimidade do partido, de conduzir o PSDB para o futuro. O futuro somos nós, o passado são esses que estão no governo - completou.

A presidente da República é aguardada em Belo Horizonte na terça-feira para formatura de alunos do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) e para a inauguração do Centro Cultural Banco do Brasil. Na terça-feira passada, Dilma esteve em São João del Rei para lançar o PAC Cidades Históricas e, na semana anterior, foi a Varginha, no Sul de Minas, para inauguração de um campus federal.
- Nós, mineiros, somos conhecidos pela nossa hospitalidade. Ela (Dilma) será muito bem recebida, espero que com lançamentos novos e não apenas requentando promessas antigas - disse o senador, que voltou a citar a chamada agenda federativa para pedir mais verbas para estados e municípios.
- As questões estruturais e que realmente mudariam a face do Brasil e fortaleceriam estados e municípios não vêm tendo resposta por parte da Presidência da República. É hora de Dilma não apenas vir a Minas, mas deixar algo mais do que sua visita - afirmou Aécio, citando propostas como a renegociação da dívida dos estados e a tributação do Pasep.
Aécio discursou para correligionários mineiros na solenidade de posse do ex-ministro das Comunicações Pimenta da Veiga como novo presidente regional do Instituto Teotônio Viela – órgão do partido para estudos sociais e políticos. Apesar de o senador não admitir que Pimenta seja o candidato do partido ao governo do Estado, o prestígio que o evento obteve indica que o ex-prefeito da capital está no páreo. Além de Aécio, compareceram à solenidade o governador Antonio Anastasia, o vice Alberto Pinto Coelho e praticamente toda a cúpula tucana de Minas. “Pimenta sempre foi dos quadros mais expressivos do PSDB e sempre será um nome à disposição do partido. O candidato ao governo de Minas será escolhida no momento certo”, disse.
Padrinho de filiação de Aécio ao PSDB e coordenador da campanha do senador em Minas Gerais, Pimenta terá como "missão à frente do instituto preparar o partido no estado para as eleições estaduais e nacional”, afirmou o senador.
Último a falar, Aécio encerrou seu empolgado discurso fazendo novas críticas ao governo federal. Comparando indicadores econômicos do Brasil com países latino-americanos, o senador disse que o país “precisa encerrar esse ciclo de poder”, e se colocou como alternativa nas urnas.
- Vamos iniciar uma belíssima caminhada rumo ao futuro e, do alto das montanhas de Minas, dizer a todos os brasileiros: Está na nora de mudar”.

PT consegue assinaturas para projeto que prevê plebiscito, diz Falcão

POLÍTICA


Pedro Venceslau, Estadão
Após a realização do primeiro debate entre os seis candidatos à eleição para a presidência do PT, marcada para 11 de novembro, o atual presidente da sigla, Rui Falcão (foto abaixo), afirmou que o partido já atingiu o mínimo de 171 assinaturas necessárias para protocolar um projeto de decreto legislativo para a realização de um plebiscito sobre reforma política. O projeto será protocolado nesta quarta-feira, 28, pelo líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE), de acordo com Falcão.
O assunto surgiu em meio a críticas ao deputado federal Cândido Vacarezza (SP), alvo dos seis candidatos à presidência do partido no debate realizado nesta segunda-feira, 26, em São Paulo. Os representantes de todas as correntes petistas condenaram o fato dele ter aceitado o convite do PMDB para coordenar um grupo de trabalho sobre reforma política da Câmara dos Deputados. Vaccarezza chegou a ser desautorizado pela bancada do PT, mas não sofreu nenhuma punição.


Após a realização do primeiro debate entre os seis candidatos à eleição para a presidência do PT, marcada para 11 de novembro, o atual presidente da sigla, Rui Falcão, afirmou que o partido já atingiu o mínimo de 171 assinaturas necessárias para protocolar um projeto de decreto legislativo para a realização de um plebiscito sobre reforma política. O projeto será protocolado nesta quarta-feira, 28, pelo líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE), de acordo com Falcão.
O assunto surgiu em meio a críticas ao deputado federal Cândido Vacarezza (SP), alvo dos seis candidatos à presidência do partido no debate realizado nesta segunda-feira, 26, em São Paulo. Os representantes de todas as correntes petistas condenaram o fato dele ter aceitado o convite do PMDB para coordenar um grupo de trabalho sobre reforma política da Câmara dos Deputados. Vaccarezza chegou a ser desautorizado pela bancada do PT, mas não sofreu nenhuma punição.
Rui Falcão explicou que a estratégia do PT não era a de priorizar o grupo de trabalho da reforma política, mas, sim, o plebiscito.
Valter Pomar, membro da direção executiva e candidato ao comando da sigla, disse que Vaccarezza "precisa ser enquadrado pelo partido". "Não dá para admitir que um deputado do PT tenha o comportamento de um peemedebista", disparou. "Acredito que o mandato do deputado Vaccarezza pertence ao PT. Não convém ao partido que uma comissão fadada ao fracasso seja presidida por ele", emendou Renato Simões, que também concorre ao cargo de presidente do partido.
"Não me ofereci, não saí chorando e não me articulei (para ser o coordenador do grupo de trabalho). Fui convidado pelo presidente da Câmara", respondeu Vaccarezza ao Estado. Ainda segundo ele, uma "minoria" do PT apresentou uma moção no diretório nacional para que fosse divulgada uma nota pedindo que ele deixasse o cargo. "Perderam por 47 a 23. Isso é página virada", concluiu.

Tudo a mesma coisa

POLÍTICA

 por Merval Pereira

Merval Pereira, O Globo
O caso do resgate do senador boliviano que acabou determinando a demissão do ministro das Relações Exteriores Antonio Patriota tem a ver com o dos médicos cubanos, tudo junto e misturado cabe na mesma geleia geral da concepção de política internacional dos governos petistas, que não se pejam de serem usados por seus parceiros regionais de ideologia.
É evidente que o encarregado de negócios da embaixada brasileira na Bolívia, Eduardo Saboia, que por conta própria decidiu dar fim ao cativeiro de mais de um ano do senador Roger Molina, não poderia tê-lo feito à revelia de seus chefes hierárquicos, por mais razão que tivesse para indignar-se com a situação.
Cabia a ele a tarefa indigna de proibir o contato de Molina com outras pessoas, e assistiu de perto à angústia e à depressão tomarem conta de uma espécie de prisioneiro do governo brasileiro por obra e graça de uma decisão política do governo boliviano.

Roger Molina, senador

O governo da Bolívia age exatamente como o da Inglaterra, que impede a saída do país do mentor do WikiLeaks, Julian Assange, apesar de o Equador ter concedido asilo político a ele. Mas o presidente equatoriano, Rafael Correa, não mede esforços para defender o direito de asilo, enquanto o governo brasileiro, pelos relatos do próprio Saboia, colabora com o da Bolívia, montando um grupo de trabalho fictício para tratar do assunto, enquanto o tempo vai passando.
Enquanto Assange dá entrevistas no interior da embaixada do Equador em Londres, o senador Molina estava praticamente em cárcere privado. Não foi a mesma a atitude tomada pelo governo brasileiro quando Manuel Zelaya, deposto da presidência de Honduras dentro das regras constitucionais, bolou um plano, apoiado na época por Hugo Chávez, para tentar voltar ao poder.
Usou para isso a embaixada brasileira, onde passou a fazer reuniões políticas e a dar entrevistas para o mundo contra o novo governo. A subserviência do governo brasileiro aos países alinhados à ideologia esquerdista não tem limites e geralmente está ligada a tentativas de golpes institucionais.
O apoio a Zelaya não deu certo porque o povo hondurenho não o queria de volta ao poder, mas, dentro das organizações regionais que dominam, como o Mercosul, o golpe no Paraguai surtiu o efeito desejado: abrir caminho para a entrada da Venezuela no bloco.

Alvo errado

POLÍTICA

 por Ana Amélia

Ana Amélia
A restrição à presença de jornalistas no plenário da Câmara voltou à pauta. Após a invasão do plenário por manifestantes, durante a primeira votação do novo rito de apreciação de vetos presidenciais, pelo Congresso Nacional, requentados argumentos de líderes reapareceram na tentativa de cercear o trabalho dos repórteres.
Ansiosos por abrandar as insatisfações populares, intensificadas pela precariedade dos serviços públicos e pelos rumos da política e da economia, alguns líderes atacaram a imprensa.
Querem, no fundo, esconder malfeitos. É o surrado hábito de escolher uma vítima, deixando-a ao relento, como faziam os antigos sacerdotes quando caçavam um animal que encarnaria os pecados da humanidade, o imolado “bode expiatório”. Exemplos não faltam para compor a extensa ladainha dos alvos errados!
Notável, por exemplo, é o caso recente do jornalista britânico Glenn Greenwald, do jornal The Guardian. Desde 5 de junho, o repórter tem publicado uma série de informações sobre ações de espionagem da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA), a partir de documentos vazados pelo ex-funcionário da Agência de Inteligência Norte-Americana (CIA), Edward Snowden, exilado na Rússia.
Com base em rasa justificativa, o brasileiro David Miranda, companheiro de Greenwald, ficou detido por aproximadamente nove horas no aeroportoHeathrow, em Londres. Equipamentos eletrônicos foram confiscados quando Miranda tentava embarcar de volta ao Rio de Janeiro.
Na tentativa de explicar o injustificável, as autoridades britânicas se apoiaram na lei de combate ao terrorismo. A ação da Scotland Yard teve como alvo o trabalho da imprensa.

Câmara dos Deputados é invadida por manifestantes

Tudo que incomoda, como resultado da visibilidade dada pela mídia, provoca reação. Nesse contexto, não raro, a apuração responsável dos fatos pelos repórteres tropeça em barreiras intransponíveis. Sempre que a mídia expõe os malfeitos de pessoas ou grupos, se torna alvo da crítica, da ira e até da violência.
Uma das líderes do anarquista Black Blocs atacou a Revista Veja por ter desnudado as táticas empregadas pelo bando nos protestos. De novo, o alvo errado. Nos vizinhos latino-americanos, governantes que não suportam a crítica amordaçam, impiedosamente, os meios de comunicação, principalmente na Venezuela, Bolívia, Equador e Argentina.
Não seria surpresa, portanto, se o sanguinário ditador sírio Bashar Al-Assad atribuísse à imprensa a responsabilidade pelas fotos chocantes do massacre de civis, vítimas de suas armas químicas. Em vez de assumir os próprios erros, dando novo rumo aos fatos, preferem mirar e atacar o alvo errado.