sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Pedra pontiaguda, Itamaraty

Pedra pontiaguda, Itamaraty

      Ainda não foi totalmente dissecado tanto pelo Governo, como pela opinião pública, O episódio recente ocorrido na embaixada do Brasil na Bolívia. A cúpula do governo foi apanhada de surpresa pela surpreendente atitude pró-ativa de um servidor do Itamaraty. Tornou-se lugar comum as reclamações de brasileiros, em passagem pelo exterior e que diante de problemas imprevistos, recorrem ao Itamaraty e não são atendidos ou simplesmente ignorados. 
     Ao abrir sindicância para apurar os fatos, o Ministério do Exterior, 
neste caso também vítima da ideologização imposta pelo governo, coloca na prateleira um embaixador ousado, ao mesmo tempo em que corre para apaziguar o governo boliviano, que por 450 dias, descumpriu o que  manda a tradição. A cada pedido de exílio corresponde um salvo conduto. Esse episódio nos leva à invasão da embaixada do Japão, em Lima em 1997. 
     Naquela época 72 autoridades foram mantidas reféns pelo grupo terrorista Tupac Amaru. Após três dias de cativeiro o embaixador brasileiro no Peru, Luiz Carlos Coutinho 
Perez, recentemente falecido,  foi libertado por acordo interno entre os prisioneiros para negociar uma solução para o sequestro. Assim que foi posto em liberdade, o Itamaratydesconsiderou esse compromisso e, em ato contínuo, convocou o diplomata para se apresentar às autoridades em Brasília, onde acabou permanecendo, talvez contra a própriavontade, não se sabe. 
     Em nota, naquela ocasião o Itamaraty considerou o episódio como assunto interno do governo peruano e que o termo “negociar” foi usado de modo impreciso 
por Coutinho Perez e que” não se justificavam os clamores surgidos na imprensa sobre a necessidade de sua permanência em Lima.” O que se aprende para chegar ao Itamaraty nem sempre é o que se faz por alguns quando alcançam o cargo

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