domingo, 7 de julho de 2013

Boeing acidentado nos EUA estava lento demais ao pousar


Avião aproximou-se da pista a uma velocidade 'significativamente abaixo do normal', declarou diretora da Agência Nacional de Segurança no Transporte

Avião pega fogo após pouso forçado no aeroporto de São Francisco, nos Estados Unidos
Avião pega fogo após pouso forçado no aeroporto de São Francisco, nos Estados Unidos - David Eun/Twitter
O Boeing 777 da companhia sul-coreana Asiana Airlines, acidentado no sábado ao aterrissar no aeroporto de São Francisco, na Califórnia, aproximou-se da pista a uma velocidade "significativamente abaixo do normal", anunciaram neste domingo as autoridades americanas da Agência Nacional de Segurança no Transporte (NTSB).
Em entrevista coletiva, a diretora da agência, Deborah Hersman, declarou que o piloto pediu autorização para não aterrissar e voltar a ganhar altitude apenas 1,5 segundo antes do impacto. Deborah informou que os dados oferecidos pelas duas caixas-pretas – uma sobre parâmetros técnicos e outra sobre as conversas na cabine – se encontram em bom estado. Com isso, foi possível divulgar um primeiro boletim sobre o acidente, no qual morreram duas estudantes chinesas de 16 anos, identificadas como Ye Meng Yuan Jia e Wang Lin.
"Durante a manobra de aproximação, os dados indicam que os aceleradores estavam em ponto morto, e a velocidade no ar estava significativamente abaixo do normal", explicou Hersman na coletiva à imprensa em São Francisco. a aeronave operava em velocidade significativamente abaixo do ritmo normal de 137 nós (142 quilômetros por hora) no momento da batida e que o alarme de "stall" (perda de sustentação) foi ativado quatro segundos antes do impacto. Ainda segundo ela, a visibilidade era boa no momento da aterrissagem. Os pilotos reativaram os aceleradores para ganhar altitude e os motores responderam corretamente, relatou Hersman.
Opções na mesa – As conversas na cabine permitiram entender que "a solicitação de um dos pilotos para acelerar foi enviada sete segundos antes do impacto. E a solicitação (à torre de controle) para retomar altitude chegou um segundo e meio" antes que a cauda impactasse no solo, relevou a diretora da NTSB. De qualquer modo, Hersman ressaltou que ainda é "muito cedo para chegar a uma conclusão. Todas as opções estão sobre a mesa".
O presidente da Asiana Airlines, Yoon Young-doo, descartou problemas técnicos da aeronave como possível causa do acidente e também refutou a possibilidade de erro cometido pelos pilotos da aeronave ou de problemas com a torre de controle.
Feridos – O voo 214 da Asiana Airlines saiu de Xangai na sexta-feira, fez escala em Seul e chegou a São Francisco com 291 passageiros e 16 tripulantes. Além de matar as dDuas adolescentes chinesas, o acidente deixou 182 pessoas feridas. As vítimas em estado mais grave tiveram fraturas na coluna e podem ficar paralíticas, ou sofreram hemorragias abdominais, ou estão em coma.
Foram diagnosticadas muitas lesões abdominais, um grande número de fraturas da coluna — algumas das quais resultaram em paralisia —, assim como traumatismos craneoencefálicos e múltiplos tipos de ferimentos ortopédicos, declarou Margaret Knudson, chefe interina de Cirurgia do Hospital Geral de São Francisco, para onde grande parte dos feridos em estado grave foi levada. Dos pacientes no hospital, 16 continuam inconscientes. 
Stephen Lam/Reuters
Deborah Hersman, diretora da agência americana de segurança dos transportes, durante entrevista
Deborah Hersman, diretora da agência americana de segurança dos transportes, durante entrevista


(Com agência France-Presse)

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