sábado, 2 de março de 2013

RESUMO DO LIVRO : OS SEGREDOS DO PAI NOSSO DE AUGUSTO CURY


1º Segredo: O Pai Nosso é uma caixa de segredos. É preciso abri-la. Com as palavras dessa oração Jesus procurava emancipar as mentes, libertar a emoção. Nela, nenhum miserável foi excluído, nenhum errante foi rechaçado, nenhum sacrifício foi pedido, nenhum dogma, proclamado, nenhuma lei, estabelecida.

2º Segredo: Primeiro, a emoção desse Pai só não explodiu de tensão porque deve constituir uma fonte inesgotável de prazer. Segundo, ao contrário dos humanos que usam mal o seu tempo , Deus usou seu intelecto na eternidade passada para gerar inumeráveis e intermináveis autodiálogos.

3º Segredo: Deus não é autista. Porque foi vítima da solidão intrapsíquica e da social, porque teve inumeráveis encontros com Seu próprio ser e porque procura ansiosamente construir relações sociais. Se não tivesse forjado em sua personalidade os vários tipos de solidão, Deus poderia ser o maior de todos os autistas. Não precisaria de ninguém. Não almejaria ser um pai, não amaria.

4º Segredo: A ansiedade social de Deus, associada à consciência de que Ele é um Ser único no teatro da existência, gerou uma explosão criativa.

5º Segredo: A solidão é psiquicamente incurável, sem solução definitiva.

6º Segredo: Deus tem necessidade psíquica de ser amado. Para Ele não basta construir relações, é preciso ter o amor como ingrediente fundamental.

7º Segredo: Deus é 100% pela humanidade. A oração do Pai Nosso estilhaça estigmas. Muitos querem controlar Deus, ser seus proprietários, inseri-lo na dimensão de seus dogmas religiosos. Mas Deus quer se libertar. Ele quer ser o Pai Nosso. Ele é muito grande para caber na cartilha de nossa religiosidade.

8º Segredo:O Pai descrito pelo Senhor Jesus é contra a superproteção.

9º Segredo: O céu onde habita Deus Pai é infinitamente distante e extremamente próximo. É distante o suficiente para não superproteger os seres humanos e próximo o bastante para que seja ouvido o clamor de cada um deles. Mesmo que este clamor seja inaudível, mesmo que seja apenas uma lágrima sutil que sai dos becos da emoção ou um sussurro de dor que emana das áreas mais ocultas do intelecto.

10º Segredo: Deus não é uma energia despersonalizada, mas um ser concreto com uma personalidade altamente sofisticada, que constrói uma historia e se preocupa com os símbolos psíquicos entre os quais Seu Nome tem grande destaque.

11º Segredo: O paradóxico de o Pai querer que Seu Nome seja conhecido, honrado difundido e santificado no meio da humanidade, mas, ao mesmo tempo procura o anonimato.

12º Segredo: Deus não quer um trono político, mas um trono no coração psíquico do ser humano.

13º Segredo: O Reino de Deus é constituído de uma grande família real: o Pai e filhos. Não há classes sociais nem súditos, embora as personalidades sejam diferentes. Apesar das diferenças profissionais e sociais entre as pessoas, é a primeira vez na história que um reino não tem servos nem uma minoria privilegiada. Uma prostituta tem o mesmo valor que um religioso.

14º Segredo: O Reino de Deus é alargado não pela força ou pelo dinheiro, mas por gestos que exalam mansidão.

15º Segredo: A vontade de que fala a oração do Pai Nosso revela o projeto de vida de Deus. Um projeto rigorosamente bem planejado, cuja execução O levará até as últimas consequências. Seu projeto é ter uma família eterna, uma nova sociedade onde não haverá luto, dor, lágrimas, angústias, injustiças, mesmice.

16º Segredo: Deus se angustia e sofre por cada ser humano mutilado, perceguido injustiçado, vitima de violência ao longo da historia da humanidade. Se não sofresse, poderia ser um criador, um arquiteto da existência, mas não seria Pai.

17º Segredo: Foi nesse clima que Jesus, horas antes de morrer, viveu intensamente um dos pensamentos mais vivos da oração do Pai Nosso:”Faça-se a Tua Vontade assim na terra como no céu.”

CONCLUSÃO:
A primeira é que Deus tem uma vontade, o que indica que Ele possui uma personalidade complexa, uma estrutura intelectual sofisticada.

A segunda conclusão a que ela nos leva é que a vontade apontada por Jesus é uma vontade solene, sublime, que alça voos eternos e revela um plano quase indecifrável.

A terceira é que a vontade de Deus não é individualista nem egocêntrica. Ela inclui todos os seres humanos e é irrigada de afeto, pois não constitui o projeto de um Criador cercado de poder, mas de um Pai apaixonado por suas criaturas. Deus não é passivo, aborrecido, inerte ou alienado. O Deus que Jesus revela com suas palavras e comportamentos é uma pessoa sorridente, de bom humor, sociável, que adora uma boa conversa.

A quarta nos mostra que a vontade de Deus o anima, excita, rejuvenesce e transforma no maior sonhador de todos os tempos. Só um indecifrável sonhador carregaria no mapa da sua alma uma vontade que não se dissiparia nos tempos eternos.

A quinta conclusão da frase “Seja feita a Tua vontade” é que, sob o prisma da psicologia, a vontade de Deus evoca os mais altos patamares da maturidade psíquica. Os psicopatas vivem para si, os sensíveis se preocupam com algumas pessoas e os supersensíveis vivem para os outros. Deus é, no melhor sentido da palavra, supersensível. Ele vive para os outros.

A sexta conclusão é que, apesar da importância do projeto para a humanidade, o misterioso Autor da existência rejeita o exercício do poder para executá-la. Ele possui um plano global e eterno, mas se recusa a usar a força para que esse plano saia da sua prancheta. O fato de se colocar como um Pai faz com que aja ao contrário do que o senso comum pensa de um líder. Ele não trata os seres humanos como serviçais, como criaturas que devem se prostrar diante de sua grandeza, mas como potenciais filhos. Como um Pai amoroso, que respeita os filhos, Deus não exercerá essa vontade de cima para baixo, mas de baixo para cima, ou seja, contando com a participação humana. Ficamos com a impressão que Deus dificulta as coisas, porque onde entra o ser humano entra o ciúme, a inveja, as segundas intenções a competição predatória. Compreensível ou não, esse é o caráter de Deus apresentado por Jesus. O poder ilimitado do Deus da Bíblia encontra limites na ação humana. Ele não age se o ser humano não agir.

A sétima conclusão é que apesar de ser decisivo na execução do projeto de Deus, o ser humano também deve desprezar o poder exercido pelas armas, pela pressão social, pela força física, pelo controle financeiro. Deve, ao contrario, valorizar as ferramentas nobilíssimas da inteligência que foram apresentadas no Sermão da Montanha. Para Deus os fortes usam o diálogo; os fracos, o poder e as armas: os fortes são pacificadores, diplomatas da paz; os fracos promovem conflitos; os fortes perdoam; os fracos condenam; fortes amam e dão a outra face; os fracos excluem e, às vezes, eliminam os que pensam de forma diferente; os fortes não fazem propaganda de seus atos generosos; os fracos são especialistas em autopromoção, ainda que através de ações sutis.

Um dos maiores erros das teologias das várias religiões ao longo dos séculos foi a formação de uma classe de especialistas em Deus que não apoiaram nos alicerces da humanidade. Humildade vem da palavra grega húmus, que é a camada mais fértil do solo. Sem a humildade, a mente não fertiliza as ideias, não abre o leque da inteligência para descobrir o novo.
Não entenderam que a Sabedoria não está na convicção do quanto sabemos, mas na consciência do quanto não sabemos.

Ninguém é digno do prazer de viver, se não usar suas angústias, ansiedades e aflições para irrigar a vida. Ninguém é digno das flores, se não sujar as mãos para lavrar a terra e cultivá-la. A existência tem curvas imprevisíveis, perdas inesperadas choques fora do plano que traçamos.

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