domingo, 14 de julho de 2013

Um breve ensaio sobre a ganância

Quero, quero muito, quero tanto que pago mais.
Toma o que para ti vale mais, me dá o que para ti vale menos.
Sou tão ganancioso, que te dou o que mais prezas, para ter de ti o que mais desejo.
O meu valor maior não é o que eu possuo, mas o que possuirei quando entregar para ti, o que para ti é o que tem mais valor do que tudo.
Desejos, ganâncias, valores, trocas, felicidades.
Livres mercadores, atrás de um valor maior para si, criam um valor maior para todos.


Bill-Gates-Steve-Jobs.jpgE por que tanta ganância para acabar com a ganância?

Mas o que é a ganância se não a simples vontade de se obter o que entendemos ser desejável para satisfazer a nossa vontade de experimentar ou possuir algo?

Todos queremos experimentar sensações, consumir ou possuir coisas, úteis ou fúteis, acumular para uso presente ou futuro. É da nossa natureza.

O exercício da ganância, em uma sociedade capitalista, nos leva a empreender, criar, produzir, construir para trocar pelo que se deseja, pelo que não se possui ainda, pelo que não se possui em quantidade suficiente para a nossa satisfação.

Apenas numa sociedade onde o direito de propriedade é inviolável e o direito à liberdade é respeitado, o mais ganancioso dos gananciosos, antes de conquistar o que almeja, tem que abrir mão de algo que possui.

Quanto mais ganancioso for o indivíduo, mais ele acabará entregando do que é seu para obter o que deseja.

De todas as críticas que são feitas sobre o livre-mercado, a mais usual fundamenta-se na equivocada idéia de que, em um ambiente de absoluta liberdade, a ganância, suposto vício ou pecado, que perverteria o ser humano, ficaria sem controle, causando malefícios à sociedade.

Em um ambiente de absoluta liberdade e respeito à propriedade, a ganância de uns será contida pela ganância de outros, estabelecendo assim, através do mútuo desejo de satisfação de vontades, seus devidos limites.

Em toda troca voluntária, a ganância está presente dos dois lados na negociação, e esta será atendida apenas quando as partes entregarem para o outro o que este considerar valor superior àquilo que terá que dispensar.

Logo, o mais ganancioso dos gananciosos é aquele que paga mais para obter o que deseja. É o que mais cede o que possui, para adquirir o que ainda não tem.

Assim, quanto mais ganancioso alguém for, maior valor terá que entregar.

O maior ganancioso será sempre o mais dadivoso em uma troca livre e voluntária.

Roberto Rachewsky é empresário da área de comércio exterior. Fundador do Instituto de Estudos Empresariais (IEE) e do Instituto Liberal do Rio Grande do Sul, do qual foi vice-presidente na década de 1980. Participou da diretoria da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Porto Alegre, da Associação dos Dirigentes de Marketing e Vendas do Brasil do Rio Grande do Sul (ADVB-RS) e da Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul (Federasul). Atualmente, é conselheiro do IEE.

postado por Roberto Rachewsky | 

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