Por Maria Rosinêide Rezende de Matos - Nos dias atuais muito se tem falado em liberdade. Mais o que viria
a ser essa expressão? Segundo estudiosos essa expressão significa o direito de ir e vir, de acordo com a própria
vontade, desde que não prejudique outra pessoa, é a sensação de estar livre e
não depender de ninguém. Liberdade é também um conjunto de idéias liberais e
dos direitos de cada cidadão. Em Filosofia, pode ser compreendida tanto
negativa quanto positivamente. Sob a primeira perspectiva denota a ausência de submissão,servidão e de determinação; isto é, qualifica a independência do ser humano. Na segunda, liberdade é a autonomia e a espontaneidade de um sujeito racional; elemento qualificador e constituidor da condição
dos comportamentos humanos voluntários. Se continuarmos analisando o seu
significado, veremos que a liberdade é classificada pela filosofia, como a
independência do ser humano, o poder de ter autonomia e espontaneidade.
A liberdade é um conceito utópico, uma vez que é
questionável se realmente os indivíduos tem a liberdade que dizem ter, se com
as mídias ela realmente existe, ou não. Diversos pensadores e filósofos
dissertaram sobre a liberdade, como Sartre, Descartes, Kant, Marx e outros.
Por exemplo,
para Descartes, age com mais liberdade quem melhor compreende as
alternativas que precedem à escolha. Dessa premissa decorre o silogismo lógico
de que quanto mais evidente a veracidade de uma alternativa, maiores chances
dela ser escolhida pelo agente.
Nesse
sentido, a inexistência de acesso à informação afigura-se enquanto a identificação da alternativa com maior grau
de veracidade.
Para Spinoza, a liberdade
possui um elemento de identificação com a natureza do "ser". Nesse
sentido, ser livre significa agir de acordo com sua natureza. É mediante a
liberdade que o Homem se exprime como tal e em sua totalidade. Esta é também,
enquanto meta dos seus esforços, a sua própria realização. Daí, tendemos a
associar a fruição da liberdade a uma determinação constante e inescapável.
Contudo, os ditames de nossa vida estão sendo realizados a cada passo que damos
assim a deliberação está também a cargo da vontade humana (na qual se inserem
as leis físicas e químicas, biológicas e psicológicas).
Diretamente
associada à idéia de liberdade, está à noção de responsabilidade, vez que o ato
de ser livre implica em assumir o conjunto dos nossos atos e saber responder
por eles.
Para Leibniz, o agir humano é
livre a despeito do princípio de causalidade que rege os objetos do mundo
material.
"A
ação humana é contingente, espontânea e refletida. Ou seja, ela é tal que
poderia ser de outra forma (nunca é necessária) e por isso, contingente. É
espontânea porque sempre parte do sujeito agente que, mesmo determinado, é
responsável por causar ou não uma nova série de eventos dentro da teia causal.
É refletida porque o homem pode conhecer os motivos pelos quais age no mundo e,
uma vez conhecendo-os, lidar com eles de maneira livre."
Segundo Kant,
liberdade está relacionado com autonomia, é o direito do indivíduo dar suas
próprias regras, que devem ser seguidas racionalmente. Essa liberdade só ocorre
realmente, através do conhecimento das leis morais e não apenas pela própria
vontade da pessoa. Kant diz que a liberdade é o livre arbítrio e não deve ser
relacionado com as leis.
Para Sartre,
a liberdade é a condição de vida do ser humano, o princípio do homem é ser
livre. O homem é livre por si mesmo, independente dos fatores do mundo, das
coisas que ocorrem, ele é livre para fazer o que tiver vontade.
Karl Marx diz que a liberdade humana é uma prática dos
indivíduos, e ela está diretamente ligada aos bens materiais. Os indivíduos
manifestam sua liberdade em grupo, e criam seu próprio mundo, com seus próprios
interesses.
A liberdade humana revela-se
na angústia. O homem angustia-se diante de sua condenação à
liberdade. O homem só não é livre para não ser livre, está condenado a fazer
escolhas e a responsabilidade de suas escolhas é tão opressiva, que surgem
escapatórias através das atitudes e paradigmas de má-fé, onde o homem aliena-se
de sua própria liberdade, mentindo para si mesmo através de condutas e
ideologias que o isentem da responsabilidade sobre as próprias decisões.
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