MARIA ROSINÊIDE REZENDE DE MATOS
O Brasil é
uma república federal presidencialista, de regime democrático-representativo. É
uma democracia representativa porque o povo dificilmente exerce sua soberania,
apenas elegendo o chefe do poder executivo e
os seus representantes nos órgãos legislativos, como também diretamente,
mediante plebiscito, referendo e iniciativa popular. O dilema atual da
política mundial e brasileira é precisamente a impossibilidade de crer na ação
política contaminada pela mentalidade capitalista de vitória a qualquer preço;
combinada com a comercialização publicitária na luta pelo Poder. Nessas
condições nenhuma ética é possível, posto que sua construção só pode derivar da
moral comunitária, que busca o bem público. Diante destes fatos se faz necessário
avalia a posição do Brasil com relação ao grau de corrupção existente. Segundo
dados:
O Brasil é percebido como um país extremamente corrupto,
ocupando o 69° índice de percepção, sendo o 1° e menor, a Dinamarca. Perde para
países Africanos como Botsuana (33°), Namíbia (56°) e Ruanda (66°) e está
distante enormemente até de seu parceiro Chile (21°) na América do Sul. Porém
encontra-se em posição melhor que alguns outros países sul-americanos como Colômbia (78°),Argentina (105°), Bolívia (110°) e Venezuela (164°) na região. O Brasil ainda está em
situação melhor que todos os outros países do BRIC. A China se encontra 78°
lugar, a Índia em 87° e a Rússia em 154°.
A partir destes dados passemos analisar o
cenário político a partir da sua definição. O que é um político? - Um político é
um indivíduo ativo na política de um grupo social. Pode ser formalmente reconhecido
como membro ativo de um governo, ou uma pessoa que influencia a maneira como a sociedade é governada por meio de conhecimentos sobre poder
político e dinâmica de grupo. Essa definição inclui pessoas que estão em cargos
de decisão no governo, e pessoas que almejam esses cargos tanto por eleição, quanto por indicação, fraude eleitoral,
hereditariedade, etc. Alguns cargos políticos são:Congressista;
Governador; Deputado;
Senador;
Parlamentar;
Ministro;
Prefeito;
Presidente;
Primeiro-ministro; Vereador.
Um indivíduo candidato à eleição para qualquer um
desses cargos é geralmente definido como político.
Apesar da política ter historicamente sido considerada uma
profissão honrada, muitas pessoas
hoje, mesmo em países
democráticos, têm uma opinião negativa a respeito dos políticos como classe.
Eles são vistos, às vezes, como pessoas inescrupulosas, cujas promessas não são
verdadeiras. Também são, ocasionalmente, acusados de desvios de verba para o
seu próprio interesse e não para o interesse do povo e demais desvios de
caráter. De fato, casos de corrupção política não são raros. Hoje em dia tem sido a
coisa mais comum na política principalmente no Brasil.
Em muitos
países, a classe política é composta de pessoas ricas, ou de indivíduos que
dependem da classe mais rica da sociedade para se eleger. Esse fato não se
restringe a um partido político, sistema de governo ou país específicos; é, ao
contrário, um problema altamente difundido na política da maioria dos países
democráticos, e é considerado um problema por muitos.
Uma outra
crítica aos políticos é em relação àqueles chamados "políticos
profissionais", políticos que exercem diversos mandatos e ganham dinheiro unicamente com esses mandatos.
Outra frequente
crítica aos políticos, e à política em geral, é a incapacidade de muitos
políticos em entender conceitos básicos da economia. Muitos cargos
políticos não têm pré-requisitos de formação educacional, e muitos políticos
têm pouca ou nenhuma formação na área de administração. Mesmo assim, os
políticos têm responsabilidades em áreas de gestão e de tomada de decisão que
exigem conhecimentos em economia, finanças e administração pública.
No Brasil, eles
são vistos como ladrões do dinheiro público, pois praticam nepotismo, desvio de
verba, quebra de decoro parlamentar, quebra de sigilo bancário,
superfaturamento de obras, licitações fraudulentas. Além disso, o parlamentar
brasileiro é o mais caro do mundo.
Mesmo com todos
os contras, os políticos brasileiros ainda se mantém no poder, principalmente
porque o poder acaba passando de pai para filho.
A vulgata de Maquiavel lhe atribui a frase: “Os fins justificam
os meios”. Caso aceitemos tal afirmação, somos obrigados a concordar com
qualquer um que afirme que sua finalidade última é boa e justa. Esse paradoxo
coloca a política no limiar da falsificação, da mentira e da corrupção. Se o
ato político esconde sempre algo por trás do que é dito ou feito, crer no
político é uma questão de fé – ética privada é ato de fé e ética pública
construção social.
O dilema atual da política mundial e brasileira é precisamente a
impossibilidade de crer na ação política contaminada pela mentalidade
capitalista de vitória a qualquer preço; combinada com a comercialização
publicitária na luta pelo Poder. Nessas condições nenhuma ética é possível,
posto que sua construção só pode derivar da moral comunitária, que busca o bem
público. O raciocínio na vulgata maquiaveliana seria então eticamente
correto, pois é hipocrisia jurídica dizer que o crime de caixa dois não é
praticado e sancionado nos bastidores da mentalidade capitalista globalizada. A ética, desde Aristóteles, se
constrói no respeito pelo outro público, portanto não é discurso ou retórica
para fins eleitorais, mas conceito necessário do político. A presente campanha
eleitoral no Brasil já revela essa assombrosa gelatinização, que abre dois
principais caminhos abomináveis: o incremento da corrupção e o sectarismo
estreito de direita e de esquerda. A política precisa urgentemente de uma
injeção de utopia.
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