Por ROSINÊIDE
REZENDE
Ética
é um conjunto de valores morais e princípios que norteiam a conduta humana na
sociedade. A ética serve para que haja um equilíbrio e bom funcionamento
social, possibilitando que ninguém saia prejudicado. Neste sentido, a ética,
embora não possa ser confundida com as leis, está relacionada com o sentimento
de justiça social. Assim a ética é construída por uma sociedade com base
nos valores históricos e culturais. Do ponto de vista da Filosofia, a Ética é
uma ciência que estuda os valores e princípios morais de uma sociedade e seus
grupos. Cada sociedade e cada grupo
possuem seus próprios códigos de ética. Num país, por exemplo, sacrificar
animais para pesquisa científica pode ser ético. Em outro país, esta atitude
pode desrespeitar os princípios éticos estabelecidos. Aproveitando o
exemplo, a ética na área de pesquisas biológicas é denominada bioética.
Portanto, falar sobre ética e cidadania é, também, correr o risco
de repetir o que já foi dito por alguém que tenha passado por essa senda,
porque o conhecimento está disperso nos diversos saberes, seja da academia, da
arte ou da escola da vida; é, sobretudo, estar numa corda bamba entre a
percepção da falta de cidadania nas gentes, que foi e é causa dos mais
desgraçosos horrores; e a apologia de sua prática, a qual trouxe mudanças
significativas, quando foi assumida com ardorosa sedução.
Portanto,
falar de ética e cidadania não é tarefa fácil, porque pode-se resvalar num discurso
repleto de ufanismo, pensando que pelo simples fato de deter o conhecimento e
do consenso sobre a necessidade da ética e da cidadania, possa por si só
alcançar grandes transformações e trazer novas esperanças para a humanidade;
ou, ao contrário, pode-se trilhar um caminho carregado de desesperança e
resignação ante o poder político e econômico. Principalmente, devido ao
encabrestamento dos povos à lógica de mercado.
Cidadania
é, nesse sentido, um processo. Processo que começou nos primórdios da humanidade
e que se efetiva através do conhecimento e conquista dos direitos humanos, não como
algo pronto, acabado; mas, como aquilo que se constrói.
Assim
como a ética a cidadania é hoje questão fundamental, quer na educação, quer na família
e entidades, para o aperfeiçoamento de um modo de vida. Não basta o
desenvolvimento tecnológico, científico para que a vida fique melhor. É preciso
uma boa e razoável convivência na comunidade política, para que os gestos e ações
de cidadania possa estabelecer um viver harmônico, mais justo e menos sofredor.
É
preciso fundar a responsabilidade individual numa ética construída e instituída
tendo em mira o bem comum, ou seja, visando a formação do sujeito ético, porque
aí é possível a síntese entre ética e cidadania, no qual possa prevalecer muito
mais uma ética de princípios, do que uma ética do dever. Ou seja, a
responsabilidade individual deverá ser portadora de princípios e não de
interesses particulares.
Somente
assim, o sujeito ético norteará um novo modo de viver e um novo sentido ético, para
que os humanos alcancem a felicidade terrena.
Faz-se
necessário um salto do individual para o coletivo, do privado para o público,
do particular para o universal. Mas, isto não quer dizer que se exija que
sejamos Sócrates, Cristo, Ghandi, Buda; ou Tiradentes, Antônio Conselheiro,
Zumbi. Podemos, simplesmente fazer como alguns negros fizeram nos Estados
Unidos. A lei os proibia de entrar em bares, eles entravam assim mesmo. Até que
um dia aquela lei virou lixo. Em outras
palavras, a responsabilidade individual é que vai garantir uma ética, fundada
em princípios e valores que norteiem o viver em comunidade.
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