Degustação de vinho na Toscana
A viagem a Florença uma vinícola na região de Chianti (Chianti é uma “sub região” da Toscana onde ficam várias vinícolas que produzem o vinho…Chianti!).
O dia tinha sido intenso, e apesar de termos adorado as cidades que visitamos, uma das ofertas da agência – um almoço em Siena – foi uma super roubada. Então estávamos com as expectativas baixíssimas pra essa degustação, e a gente tinha certeza de que seria o maior mico. Mas né, já estava tudo pago, e não tínhamos outra saída. A vinícola que visitamos foi a Tenuta Casanova, e assim que chegamos fomos recebidos pelo Silvano, o proprietário. Ele nos deu uma breve explicação da história do lugar (ele a comprou há 20 anos pois estava de saco cheio de trabalhar – como veterinário – pra uma grande empresa. Mandou tudo para aquele lugar e desde então dedica-se integralmente a vinícola) e então começou a falar sobre o que é produzido ali.
Bom, pra começar, nós já ficamos boquiabertos com a paisagem assim que entramos, e olha que o dia estava super feio. Havia chovido o dia todo, estava frio, nublado, ventando. Mas mesmo assim a vista da fazenda é impressionante e realmente nos fez sentir que estávamos no coração da Toscana.
A produção da Tenuta Casanova é pequena, pois eles não vendem para grandes redes de supermercados e restaurantes. O negócio do Silvano (que foi carinhosamente apelidado por nós 4 de “tiozão”) é vender diretamente pro consumidor, através da lojinha que ele tem ali e também pelo site. Ah, é claro, esses tours de degustação também são boa parte da renda. Ele nos mostrou as salas onde ficam os barris de vinho e de aceto balsâmico. Sim, além do vinho ele produz o balsâmico e também vinagre. A fazenda ainda produz alho e grão de bico – que na verdade tem uma função importante, pois fixa nitrogênio na terra, então ele usa essa terra pra fazer adubo (toda a produção da fazendo é orgânica, ele não usa nenhum tipo de produto químico), e também uns óleos essenciais de alecrim e lavanda (os quais ele produz em conjunto com outras fazendas).
Quem me conhece sabe que não sou grande bebedora de vinho (tenho um paladar péssimo e não sinto as nuances no gosto), mas quando em Roma.. opa, quando em Chianti… : ) não dá pra ficar de fora né? Então acabei aprendendo várias coisas com o Tiozão, como por exemplo: há o vinho Chianti e o Chianti Clássico. A diferença entre os dois é que o clássico pode ser produzido por alguma vinícola de uma área específica de Chianti, e tem que seguir várias regras (como, por exemplo, ser uma fazenda orgânica). Além disso, a produção é limitada, tanto que as vinícolas recebem um certo número de rótulos – caso produzam mais, azar. Podem vender, mas não terá o rótulo do Chianto Clássico. O Silvano falou que quando ele tem esses “extras” ele presenteia amigos ou abre no jantar : ) Nada mal né? Ah, pra diferenciar o Chianti do Chianti Clássico basta ver se a garrafa tem um adesivo no “pescoço” com o desenho de um galo.
Outra coisa que o Silvano nos ensinou é que o verdadeiro aceto balsâmico é feito única e exclusivamente de uva (aquilo que sobra da uva depois que ela é espremida pra fazer vinho) e vinagre – a maioria dos balsâmicos que você acha no mercado tem também corantes pra dar um aspecto caramelizado. Fuja deles! Assim como vinho, o balsâmico também pode ser envelhecido e lá na Tenuto é produzido balsâmico de até 30 anos! Ele fica tão cremoso, com um cara de “xarope” que deve ser servido com coisas doces – acreditem, provamos o balsâmico de 30 anos com sorvete e ficou MUITO bom. Até compramos uma garrafinha e trouxemos pra casa. Mas tem que servir apenas umas gotinhas, porque é bem forte.
E aí chegou a melhor hora da visita, a degustação propriamente dita. Foi uma combinação de vinhos, balsâmico e azeite de oliva, por isso tínhamos também esse pratinho aí da foto, e o Silvano ia falando o que tomar e o que comer, e explicando o porque da ordem.
O pratinho de grão de bico foi temperado com balsâmico de 8 anos, os pãezinhos comemos com azeite de oliva (delicioso), o alho (que é marinado e fica docinho, incrível e um ótimo petisco, tambem compramos uma conserva e trouxemos pra casa) foi usado pra limpar o paladar, e ainda comemos o queijo acompanhado de um dos vinhos. No fim, como já falei, teve o sorvete com balsâmico. E tudo isso regado a vários copos de Chianti e Chianti Clássico.
Olha, foi a primeira degustação que eu fiz e fiquei muito, mas muito impressionada. O lugar era lindo, o Silvano super simpático e estava tudo maravilhoso. Valeu demais a pena.
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