sábado, 19 de outubro de 2013

Buracos negros criam outros universos?


Fonte: http://misteriosdomundo.com/buracos-negros-criam-outros-universos
O universo pode ter nascido dentro de um buraco negro, e os buracos negros em nosso próprio universo podem estar dando origem à novos universos, se uma controversa ideia de um físico sobre o tempo for verdade. Buracos negros são corpos com a atração gravitacional mais forte do universo, sendo que eles devoram qualquer objeto, até mesmo a luz, que se aproxima deles. Os buracos negros podem se formar com o colapso de estrelas muito massivas. [Buracos negros: A chave de tudo] Indo contra o modo de pensar da maioria dos cientistas, o físico teórico Lee Smolin sugere que o tempo é real, ao invés de ser uma ilusão prevista pela teoria da relatividade de Einstein. Smolin descreve a ideia em seu novo livro “Time Reborn”, lançado em abril de 2013. Recentemente, Smolin concedeu uma entrevista ao site Space.com para explicar mais sobre esta teoria, e da verdadeira natureza do tempo. Lee Smolin O que significa o tempo ser real ou não? Ele não é obviamente real? Na concepção física da natureza, desenvolvida de Newton a Einstein, o tempo torna-se um conceito secundário. A lógica e a matemática estão fora do tempo, e portanto, se essa modelagem é totalmente precisa, o tempo é irreal. Por exemplo, a famosa citação de Einstein diz que a distinção entre passado, presente e futuro é apenas uma ilusão teimosamente persistente. Para a relatividade, o tempo não existe. Quando você diz que o tempo é real, entra em contradição com as ideias de Einstein? Primeiro de tudo, sabemos pela experiência de estar no momento presente que existe um fluxo de momentos sucedendo uns aos outros. Isso não é uma ilusão, como Einstein e outros afirmaram – é a pista mais profunda que temos sobre a natureza da realidade. A realidade está estruturada para uma série de momentos. Para tudo o que é real, isso é real em um momento do tempo, e se algo parece persistir no tempo, é porque ele está continuamente se renovando com o tempo, que é a realidade da existência. Qualquer verdade sobre o mundo é uma verdade sobre o mundo dentro do tempo – não existem verdades eternas. E o mais importante, não existem leis da natureza que estão fora do tempo. Tudo muda, inclusive as leis. Então como é que este conceito nos ajuda a entender as leis da natureza? A principal razão pela qual eu defendo essa nova visão do tempo é porque ela pode fazer as leis da natureza explicáveis. E por isso, quero dizer a resposta científica para a questão de por que as leis da natureza são o que elas são. Se as leis são atemporais e eternas, então não há nenhuma maneira de explicar a escolha de leis. Até onde sabemos, as leis poderiam facilmente ser diferentes de muitos modos. As massas das partículas elementares poderia ser diferentes, o poder das forças poderia ser diferentes, e por aí vai. Vale lembrar que se essas leis fossem diferentes, muito provavelmente não estaríamos aqui, uma vez que galáxias, estrelas e planetas poderiam não ter se formado. Eu acredito, e este é o resultado de uma discussão que se realiza no livro, que a única maneira dentro da ciência de explicar as leis da natureza é entendendo que elas são resultado da evolução dinâmica no tempo. A ideia é que o universo evoluiu de uma maneira que é muito análoga à seleção natural em população, por exemplo, de bactérias. Para isso, o universo tem que se reproduzir, e eu assumi uma ideia mais antiga de John Wheeler e Bryce DeWitt, que foram os pioneiros da gravidade quântica. Sua ideia era que os buracos negros são as sementes do nascimento de novos universos. [5 razões que indicam que vivemos em um Multiverso] John Wheeler já tinha especulado que quando isso acontece, as leis da natureza renascem novamente no novo universo “bebê”. O que eu tinha a acrescentar para que a ideia funcione como um modelo de seleção natural são as mudanças (mutações) que podem acontecer quando um novo universo nasce, isto é, um novo universo pode se desenvolver com algumas características um pouco diferentes das do universo pai. [A vida é um acaso? Não, segundo a tese do Multiverso] Essa é a teoria que eu chamo de seleção natural cosmológica. Como esses universos passar seus traços para os universos filhos? No nível em que eu me proponho a defender esta teoria, eu não consigo responder à essa pergunta ainda, assim como Darwin não tinha ideia de como os traços genéticos eram herdados, porque ele não sabia nada sobre a base molecular da genética, que foi descoberta apenas com o DNA. Como novos universos nascem dentro de buracos negros? A estrela que colapsa em um buraco negro aumenta sua densidade drasticamente, de modo que o tempo para (congela), algo que está de acordo com a relatividade geral. E, no momento em que o tempo para, segundo a incerteza quântica, ao invés da estrela entrar em colapso com uma densidade infinita, ela colapsa para uma densidade extrema e, em seguida, salta para trás e começa a se expandir novamente. A estrela em expansão torna-se o nascimento de um novo universo. O ponto onde termina dentro de um buraco negro se une ao ponto onde começa o tempo em um Big Bang em um novo universo. Será que essa ideia tem predições testáveis? Eu fiz duas previsões que eram eminentemente verificáveis por observações astrofísicas e cosmológicas, e ambas poderiam ter sido facilmente desmentidas por observações ao longo dos últimos 20 anos, mas ambas foram confirmadas até agora. Uma delas diz respeito às massas de estrelas de nêutrons e a previsão é que não pode haver uma estrela de nêutrons mais pesada do que cerca de duas vezes a massa do sol. Isso continua a ser confirmado pelas melhores medições das massas de estrelas de nêutrons até o momento. [O que são estrelas de nêutrons?] A outra previsão tem a ver com a radiação cósmica de fundo e com a hipótese da inflação cosmológica. As observações do observatório Planck são completamente consistentes com a versão da inflação que a seleção natural cosmológica suporta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário