Existe uma campanha sistemática, por parte da grande imprensa reacionária brasileira, para demonizar Lula. O instrumento mais poderoso dessa sanha vingativa da batalha de classe midiática é o emblema chamado mensalão, que a grande maioria das classes média e alta, principalmente sudestinas, aplaude através do ministro relator constituído como herói da virtude justa.
Não vou repetir o que já escrevi antes sobre o aproveitamento político pelo direitismo militante em véspera de eleição em relação a esse Caixa 2, que deveria incluir o empresariado e o conjunto da vida política nacional quase sem exceção. Tal campanha inclui atualmente até o maior órgão do sistema capitalista mundial: o Financial Times, que publicou recente matéria na qual procura denegrir a imagem mundial do ex-presidente operário brasileiro.
A mídia falada, escrita e televisada não se cansa de repetir o refrão, mas o povo brasileiro já se deu conta da existência desse “Ministério da Mentira”, encabeçado pela TV que mais recebe dinheiro do governo. A consequência disso é a criminalização da política como um todo, estimulando o moralismo maniqueísta pequeno burguês, que não consegue separar o joio do trigo. A política não é algo descartável, pois não existe sociedade civil sem sociedade política e quando alguém se diz apolítico fala rematada tolice, além de ser na prática uma posição de direita.
O fato é que o alvo principal do exército midiático, Lula, ao invés de ser abatido só cresce em popularidade. Os meios de comunicação, que na sua grande parte representam o pensamento da elite conservadora, ainda não se deram conta de que o ex-presidente já entrou definitivamente na história e cultura brasileira como um limite entre os que vivem no andar de cima e os que estão no andar de baixo da pirâmide social. Tornou-se um mito difícil de destruir, pois ao demonizá-lo acabam endeusando-o.
Não considero Lula nenhum socialista, mas creio que sob sua liderança o País mudou seu curso histórico com atos como a recusa do acordo econômico com os EUA através da Alca, a constituição da Unasul e do Mercosul, as várias formas de transferência de renda para a população mais pobre, principalmente através do Bolsa Família, e a política exterior independente implementada pela diplomacia brasileira em relação aos EUA. Isso já ingressou na mentalidade coletiva, não podendo ser modificado. Talvez esse seja o motivo principal do ódio do sistema midiático, representante da elite econômica, dirigido ao ex-presidente.
Velada ou abertamente a hostilidade é veiculada sem tréguas pelos meios de comunicação mais importantes do País. Ao ser inquirido num programa de rádio a respeito do suposto analfabetismo de Lula, o professor Pasquale respondeu: “é uma bobagem dizer que um gênio político desse porte é analfabeto, pois esse homem dá nó até em pingo d’água.”
A política flui entre amigos e/ou inimigos, mas essa campanha vomita ódio e rancor, que em nada contribui para a decantada liberdade democrática. O julgamento histórico é que realmente importa, pois Lula não é anjo, nem demônio.
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